segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

O Caminho da Beleza 12 - VI Domingo do Tempo Comum

Muitos pensam de modo diferente, sentem de modo diferente. Procuram Deus ou encontram Deus de muitos modos. Nesta multidão, nesta variedade de religiões, só há uma certeza que temos para todos: somos todos filhos de Deus. Que o diálogo sincero entre homens e mulheres de diferentes religiões produza frutos de paz e de justiça.
(Papa Francisco, 2016)

Não temos um só Pai? Não nos criou um mesmo Deus? Por que trabalhamos tão perfidamente uns contra os outros?

(Ml 2, 10)

VI Domingo do Tempo Comum                   12.02.2017
Eclo 15, 16-21                    1 Cor 2, 6-10                      Mt 5, 17-37


ESCUTAR

Se quiseres observar os mandamentos, eles te guardarão; se confias em Deus, tu também viverás (Eclo 15, 16).

“O que Deus preparou para os que amam é algo que os olhos jamais viram, nem os ouvidos ouviram, nem coração algum jamais pressentiu” (1 Cor 2, 9).

“Porque eu vos digo, se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da lei e dos fariseus, vós não entrareis no reino dos céus” (Mt 5, 20).


MEDITAR

Sem se deixar abater pela adversidade,
Sem ansiar pela felicidade:
Livre do medo e da ira,
Livre das malhas do desejo.
Eu o chamo de vidente, e iluminado...

...A água flui continuamente para o mar,
Mas o mar jamais se deixa perturbar:
O desejo flui para a mente do vidente,
Mas ele jamais se deixa perturbar.
O vidente conhece a paz:
O homem que estimula sua própria luxúria
Jamais poderá conhecer a paz.
Ele conhece a paz quando esqueceu o desejo.
Ele vive sem anseios:
Livre do ego, livre do orgulho.
...Ele está vivo nessa iluminação:
Brahman e ele são um.

(Krishna, Hinduísmo)


ORAR

O Evangelho é sempre um chamado à liberdade, nunca se apresenta como um imperativo, mas como um convite à dinâmica da bem-aventurança. Sem resignação, a nós é dado o poder de decidir e eleger a nossa travessia para saltarmos fora da vulgaridade de uma existência sem cor e sem sabor. Não decidir é ser morno e isso é uma maldição, pois seremos vomitados por Deus (Ap 3, 16). As palavras de Jesus são como fogo e somos livres para recusá-las, mas não devemos alimentar ilusões que podemos com elas negociar, obter descontos, minimizar e dulcificar. Jesus usava palavras duras para falar de realidades severas. É isso o que o amor faz. O oposto é bajulação (John Piper, pastor batista). A dinâmica do Evangelho é a de compreender, colocar as coisas às claras; praticar os mandamentos sem burlá-los e transmiti-los como são aos outros. Jesus veio dar plenitude à Lei levando-a às últimas consequências. Ele é radical para que sejam evitadas as deformações do legalismo e da casuística. Os cristãos são homens da totalidade e não das minúcias. Jesus denuncia o equívoco do formalismo, pois não Lhe interessa a observância disciplinar para que tudo esteja conforme às regras: “O sábado foi feito para o homem” (Mc 2, 27). Jesus chama o pecado de sopro contaminado porque se aloja no mais íntimo do coração. Nossa entrega aos outros deve ser total, sem ranhuras ou fissuras. Devemos escolher entre a moral corrente dominante ou a ética do Cristo: a de uma sabedoria escondida que nos abre aos desígnios de Deus que nos ama em abundância. Jesus deseja que sejamos plenamente humanos e para tanto devemos eliminar a cobiça e toda a forma de juramento para que não comprometamos Deus com testemunhos vacilantes ao dizermos mas não cumprirmos. Afinal, o Pai não é Aquele que deve suprir a falta de credibilidade enraizada em nós mesmos, mas Aquele que afirma: “seja o vosso ‘sim’ sim, e o vosso ‘não’ não”.


CONTEMPLAR


S. Título, rio Zanskar no Himalaia, Olivier Föllmi (1958-), do livro Le Fleuve Gelé, 1990, Saint-Julien-en- Genevois, França.


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