Santa Mãe de Deus, Maria 01.01.2017
Nm 6, 22-27 Gl
4, 4-7 Lc 2, 16-21
ESCUTAR
“O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face e se
compadeça de ti!” (Nm 6, 25).
Quando se completou o tempo previsto, Deus enviou o seu
Filho, nascido de uma mulher (Gl 4, 4).
“Quanto a Maria, guardava todos esses fatos e meditava
sobre eles em seu coração” (Lc 2, 19).
MEDITAR
O amor se avizinhou e é como o sangue que escorre em
minhas veias e em minha pele. Ele esvaziou-me e preencheu-me do Bem-Amado.
O Bem-Amado penetrou todas as parcelas de meu corpo.
De mim não resta mais que um nome, todo o resto é Ele.
Assente-se com o amor, que é a essência de tua alma,
busque aquele que eternamente está a seu lado.
O Bem-Amado é assim tão próximo de mim, mais próximo
que eu mesmo de minha própria alma. De Deus não me recordo jamais, pois a
memória existe para quem está ausente.
(Rûmî, Islã)
ORAR
O ano civil se abre com a
festa da Mãe de Deus. Maria, com seu consentimento ilimitado, revela uma
fecundidade aberta ao Infinito e a resposta de Deus é uma maternidade cuja
expansão é imprevisível. Cada afirmação dada ao Senhor é sempre restituída com
o imprevisível do seu dom. Hoje comemoramos a jornada mundial da Paz e devemos
estar lúcidos de que a paz só poderá ser construída quando os homens disserem um
Sim, uns aos outros, como uma
acolhida recíproca de cada um como irmão. O Evangelho chama de bem aventurados
os construtores da paz, uma paz que nunca será construída pelos poderosos da
terra, que lucram com as guerras e que se imobilizam reciprocamente por meio
dos arsenais nucleares e dos mísseis que desfilam diante das crianças nas
festas da Pátria. Que se vingue a profecia de D. Hélder Câmara: “que se acabe,
mas que se acabe mesmo, a maldita fabricação de armas. O mundo precisa fabricar
é a paz!”. O campo de guerra dos cristãos é um campo aberto cujas armas são o
perdão, a tolerância, a compreensão, o respeito e a confiança. É necessário
ensinar as crianças, por meio dos seus jogos virtuais, que há sempre um irmão
para amar e não um inimigo a ser eliminado. Agindo desta forma, seremos
merecedores do bendizer de Deus sobre nós para que sejamos transformados pela
sua Palavra. Pedir a bênção de Deus é nos oferecermos, incondicionalmente, a
Ele para que exerça em nós a Sua ação transformadora e nos vire do avesso. A
bênção maior é o dom do Seu Filho por meio do qual volta para nós o Seu rosto e
faz brilhar sobre nós a Sua face. Tudo é expressão de humildade: os pastores
eram pessoas pouco recomendadas e o seu trabalho os impedia de frequentar as
sinagogas e respeitar o sábado; tudo se passa em Belém, a casa do pão, e o
Menino está deitado numa manjedoura que se torna uma bela imagem para Aquele
que vem para ser alimento da humanidade. A Igreja de Jesus não deve procurar a
companhia dos grandes, mas compadecer-se na amizade dos que são, falsamente,
chamados de pobre gente. Meditemos as
palavras do Cardeal Gianfranco Ravasi: “A Igreja, como Maria, deve viver a sua
santidade e a sua fidelidade na existência ordinária dos homens sem procurar se
distinguir ou se fazer notar e separar-se deles. A Igreja deve viver no meio
deles nas circunstâncias ordinárias da vida”.
CONTEMPLAR
Sombra se aproximando,
1954, Fan Ho (1931-2016), Hong Kong.
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