segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

O Caminho da Beleza 03 - III Domingo do Advento

Muitos pensam de modo diferente, sentem de modo diferente. Procuram Deus ou encontram Deus de muitos modos. Nesta multidão, nesta variedade de religiões, só há uma certeza que temos para todos: somos todos filhos de Deus. Que o diálogo sincero entre homens e mulheres de diferentes religiões produza frutos de paz e de justiça.
(Papa Francisco, 2016)

Não temos um só Pai? Não nos criou um mesmo Deus? Por que trabalhamos tão perfidamente uns contra os outros?
(Ml 2, 10)


III Domingo do Avento                        11.12.2016
Is 35, 1-6.10                       Tg 5, 7-10                Mt 11, 1-11

ESCUTAR

Fortalecei as mãos enfraquecidas e firmai os joelhos debilitados (Is 35, 3).

Também vós, ficai firmes e fortalecei vossos corações, porque a vinda do Senhor está próxima (Tg 5, 7-10).

“O que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento?” (Mt 11, 7).


MEDITAR

Creio no Sol, mesmo quando não brilha.
Creio no amor, mesmo quando não o sinto.
Creio em Deus, mesmo quando se cala.
(Oração judaica)


ORAR

Somos chamados à paciência: fortalecer as mãos enfraquecidas, firmar os joelhos debilitados, exorcizar os medos e a reanimar o coração. A paciência é uma virtude ativa e nada tem a ver com a inércia, a indiferença e a postura derrotista. A paciência nos coloca de pé e nos faz defender os ideais mais queridos. O homem de paciência não se rende, não se dá por vencido mesmo na derrota. Quando tudo parece perdido, não perde a paciência. O caminho da paciência é custoso e largo. O homem da paciência aceita os retrocessos, a espessa obscuridade, as contradições e as recusas, mas não os considera como a última palavra de uma sentença inapelável. Pelo contrário, encara-os pela ótica da provisoriedade. Para se ter paciência é necessário, paradoxalmente, ser consumido por um fogo interior. Não uma chama que dura um instante, mas uma chama robusta, resistente, tenaz e que dura muito. O deserto floresce na paciência e somos frutos da paciência de Deus. O natal significa que Deus decidiu viver a paciência um pouco mais próximo e um pouco mais impacientemente. Deus deseja ser nosso companheiro de travessia. Este domingo é o domingo da alegria: os tempos futuros estão acontecendo agora no presente. Aquele que devia vir já veio; o objeto da espera se tornou recordação e a recordação gera e alimenta uma nova espera. A verdadeira presença do Cristo que esperamos está além das celebrações convencionais de natal que repetimos todos os anos. Ela se dá na misericórdia e no serviço aos pobres, pois o cristão não fala de amor, mas de obras de amor. O amor cristão pelo que sofre não é um amor exibido, explicado, cantado e exaltado, mas é um amor que liberta, feito de presença e de atos.


CONTEMPLAR


Os desalojados, 2016, Ben C. Solomon (1987-), Estados Unidos.



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