Muitos pensam de modo
diferente, sentem de modo diferente. Procuram Deus ou encontram Deus de muitos
modos. Nesta multidão, nesta variedade de religiões, só há uma certeza que
temos para todos: somos todos filhos de Deus. Que o diálogo sincero entre homens
e mulheres de diferentes religiões produza frutos de paz e de justiça.
(Papa Francisco, 2016)
Não temos um só Pai? Não nos
criou um mesmo Deus? Por que trabalhamos tão perfidamente uns contra os outros?
(Ml 2, 10)
IV Domingo do Advento 18.12.2016
Is
7, 10-14 Rm 1, 1-7 Mt 1, 18-24
ESCUTAR
“O próprio Senhor vos dará
um sinal. Eis que uma virgem conceberá e dará à luz a um filho, e lhe porá o
nome de Emanuel” (Is 7, 14).
É por ele que recebemos a
graça da vocação para o apostolado (Rm 1, 5).
“José, filho de Davi, não
tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do
Espírito Santo” (Mt, 1 20).
MEDITAR
O Amor é um oceano
infinito, cujos céus são apenas um floco de espuma.
Saiba que as ondas do Amor
é que fazem girar a roda dos céus, pois sem o Amor o mundo seria sem vida.
Como se transformaria em
árvore uma coisa inanimada?
Os vegetais não se
sacrificariam para conseguir seu espírito?
Como se sacrificaria o
espírito pelo Sopro cujo perfume engravidou Maria?
Cada átomo é seduzido por
esta Perfeição e corre para ela.
Sua pressa diz
implicitamente: Obrigado, ó Deus.
(Rûmî)
ORAR
O tema
da liturgia de hoje é o da fé que amadurece pela coragem do risco. Para a fé vacilante
do rei Acaz, Deus lança o desafio impossível: uma virgem conceberá um filho. Maria
e José nos ensinam que uma fé se cumpre na obediência e no risco e sem nenhuma
pressa, pois para Deus o tempo não existe: tudo acontece na eternidade. Sem
pressa, Abraão e Sara são agraciados na velhice com Isaac, a gargalhada de
Deus; sem pressa, Zacarias e Isabel se tornaram fecundos ao gerar João, o Batista; sem
pressa, Maria aceitou acolher, em seu ventre, o silencioso mistério que se
revelava fecundo entre ela e a sombra do Espírito que pousara sobre seu corpo
de mulher. Sem pressa, José assumiu a paternidade de uma criança que não era de
sua semente e o fez antes mesmo que o Anjo lhe confirmasse que a criança no
ventre de Maria era a da divina Promessa, o rebento de Davi esperado em Israel.
Paulo nos exorta: “Ninguém vive nem
morre só para si... mas, quer por nossa vida quer por nossa morte, pertencemos
a Cristo” (Rm 14, 7-8). O evangelho revela que o desígnio de Deus se realiza
além da linhagem carnal. É por meio de Jesus, de Nazaré, que Deus se faz
Emmanuel, mas para que isto se realizasse foi necessário que tanto José quanto
Maria abrissem mão do seu projeto pessoal, do seu futuro familiar, para
acolher, sem reservas, as promessas de Deus.
CONTEMPLAR
Pai
e filho na província de Helmand,
Afeganistão, 1980, Steve McCurry (1950), Estados Unidos.
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