segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

O Caminho da Beleza 04 - IV Domingo do Advento

Muitos pensam de modo diferente, sentem de modo diferente. Procuram Deus ou encontram Deus de muitos modos. Nesta multidão, nesta variedade de religiões, só há uma certeza que temos para todos: somos todos filhos de Deus. Que o diálogo sincero entre homens e mulheres de diferentes religiões produza frutos de paz e de justiça.
(Papa Francisco, 2016)

Não temos um só Pai? Não nos criou um mesmo Deus? Por que trabalhamos tão perfidamente uns contra os outros?

(Ml 2, 10)

IV Domingo do Advento                      18.12.2016
Is 7, 10-14               Rm 1, 1-7                 Mt 1, 18-24

ESCUTAR

“O próprio Senhor vos dará um sinal. Eis que uma virgem conceberá e dará à luz a um filho, e lhe porá o nome de Emanuel” (Is 7, 14).

É por ele que recebemos a graça da vocação para o apostolado (Rm 1, 5).

“José, filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo” (Mt, 1 20).

MEDITAR

O Amor é um oceano infinito, cujos céus são apenas um floco de espuma.
Saiba que as ondas do Amor é que fazem girar a roda dos céus, pois sem o Amor o mundo seria sem vida.
Como se transformaria em árvore uma coisa inanimada?
Os vegetais não se sacrificariam para conseguir seu espírito?
Como se sacrificaria o espírito pelo Sopro cujo perfume engravidou Maria?
Cada átomo é seduzido por esta Perfeição e corre para ela.
Sua pressa diz implicitamente: Obrigado, ó Deus.
(Rûmî)

ORAR

O tema da liturgia de hoje é o da fé que amadurece pela coragem do risco. Para a fé vacilante do rei Acaz, Deus lança o desafio impossível: uma virgem conceberá um filho. Maria e José nos ensinam que uma fé se cumpre na obediência e no risco e sem nenhuma pressa, pois para Deus o tempo não existe: tudo acontece na eternidade. Sem pressa, Abraão e Sara são agraciados na velhice com Isaac, a gargalhada de Deus; sem pressa, Zacarias e Isabel se tornaram fecundos ao gerar João, o Batista; sem pressa, Maria aceitou acolher, em seu ventre, o silencioso mistério que se revelava fecundo entre ela e a sombra do Espírito que pousara sobre seu corpo de mulher. Sem pressa, José assumiu a paternidade de uma criança que não era de sua semente e o fez antes mesmo que o Anjo lhe confirmasse que a criança no ventre de Maria era a da divina Promessa, o rebento de Davi esperado em Israel. Paulo nos exorta: “Ninguém vive nem morre só para si... mas, quer por nossa vida quer por nossa morte, pertencemos a Cristo” (Rm 14, 7-8). O evangelho revela que o desígnio de Deus se realiza além da linhagem carnal. É por meio de Jesus, de Nazaré, que Deus se faz Emmanuel, mas para que isto se realizasse foi necessário que tanto José quanto Maria abrissem mão do seu projeto pessoal, do seu futuro familiar, para acolher, sem reservas, as promessas de Deus.

CONTEMPLAR


Pai e filho na província de Helmand, Afeganistão, 1980, Steve McCurry (1950), Estados Unidos.


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