Assunção
de Nossa Senhora 21.08.2016
Ap
11, 19; 12,1-3-6.10 1 Cor
15, 20-17 Lc 1, 39-56
ESCUTAR
“Então apareceu no céu um grande sinal: uma mulher vestida
de sol, tendo a lua debaixo dos pés e, sobre a cabeça, uma coroa de doze
estrelas” (Ap 12, 1).
“O último inimigo a ser destruído é a morte” (1 Cor 15,
26).
“Bem-aventurada aquele que acreditou, porque será cumprido
o que o Senhor lhe prometeu” (Lc 1, 45).
MEDITAR
Tu és toda bela, ó Maria! Em ti se encontra a joia perfeita
da vida bem-aventurada com Deus. Faça com que não percamos o sentido de nosso
caminho sobre a terra: que a doce luz da fé ilumine nossos dias, que a força
consoladora da esperança oriente nossos passos, que o calor contagioso do amor
anime nosso coração (Francisco, Ato de veneração
a Virgem, Roma, oito de dezembro de 2013).
ORAR
As distorções e deformações
das devoções à Virgem têm repercutido negativamente na vida das igrejas e acabam
por falsear sua imagem mais autêntica. O Concílio Ecumênico é enfático:
“Exortam-se os teólogos e pregadores a evitar os excessos, bem assim como uma
demasiada estreiteza mental ao considerar a especial dignidade da mãe de Deus
[...] Lembrem-se de que a verdadeira devoção dos fiéis não pode ser confundida
com um sentimento estéril e passageiro, nem com outra credulidade” (Lumen Gentium). O pecado imperdoável é o
da profanação da beleza e a beleza se enxovalha pela falta de pudor, pelo
abandono da justa medida que denuncia um vazio da fé. O Evangelho nos apresenta
Maria como uma criatura do silêncio. A mãe desaparece totalmente no Filho, pois
é o Verbo que deve falar e não ela. Maria escolhe a não visibilidade. No
evangelho, os traços de Maria não são chamativos e seus contornos se esfumam na
ilimitada transparência do silêncio. O Mistério encontrou sua morada na
pequenez, na profundidade de uma mulher que tem predileção pela penumbra.
Maria, “uma mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés e, sobre a
cabeça, uma coroa de doze estrelas” é plena da luz do Cristo transfigurado. A
luz que brilha em Maria é a que brilha em toda a Igreja e em todo universo
recapitulado em Cristo. No entanto, o mundo está hipnotizado por estranhas e
terríveis luzes que iludem e dividem as pessoas, isolando-as numa alienação
permanente. A primeira criatura a entrar, de corpo e alma, no espaço e no tempo
do Criador, só poderia ser aquela que consentiu que o divino atravessasse o
humano. A Virgem Mãe se torna o germe e as primícias de uma Criação
transfigurada. A humilde mulher de Nazaré é, para nós, a garantia e o penhor,
pois ela se torna, pelo dom de Deus, Mãe do Senhor, terra do céu: uma terra
remida, crística e transfigurada graças à força do Espírito Santo. Uma terra
doravante em Deus, para sempre, e antecipação do nosso destino comum. Maria é a
própria carne da terra que, transfigurada, se torna eucaristia, ação de graças,
abraçada com o Céu. Guardemos em nossos corações a invocação de São Bernardo:
“Diz-se que é bendito o homem, é bendito o pão, é bendita a mulher, é bendita a
terra e as outras criaturas que pareçam dignas de serem benditas; mas de modo
especial é bendito o fruto do teu ventre, porque sobre todas as coisas ele é
Deus bendito por todos os séculos. Portanto, bendito é o fruto do teu ventre.
Bendito por seu perfume, bendito por seu sabor, bendito por sua beleza” (Sermão
para a festa de Nossa Senhora).
CONTEMPLAR
S. Título, s. data, Oli Mcavoy, natural da Grã-Bretanha, residente
em Nova Yorque, Estados Unidos.
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