segunda-feira, 15 de agosto de 2016

O Caminho da Beleza 40 - Assunção de Nossa Senhora

Assunção de Nossa Senhora             21.08.2016
Ap 11, 19; 12,1-3-6.10                 1 Cor 15, 20-17                  Lc 1, 39-56


ESCUTAR

“Então apareceu no céu um grande sinal: uma mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés e, sobre a cabeça, uma coroa de doze estrelas” (Ap 12, 1).

“O último inimigo a ser destruído é a morte” (1 Cor 15, 26).

“Bem-aventurada aquele que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu” (Lc 1, 45).


MEDITAR

Tu és toda bela, ó Maria! Em ti se encontra a joia perfeita da vida bem-aventurada com Deus. Faça com que não percamos o sentido de nosso caminho sobre a terra: que a doce luz da fé ilumine nossos dias, que a força consoladora da esperança oriente nossos passos, que o calor contagioso do amor anime nosso coração (Francisco, Ato de veneração a Virgem, Roma, oito de dezembro de 2013).


ORAR

As distorções e deformações das devoções à Virgem têm repercutido negativamente na vida das igrejas e acabam por falsear sua imagem mais autêntica. O Concílio Ecumênico é enfático: “Exortam-se os teólogos e pregadores a evitar os excessos, bem assim como uma demasiada estreiteza mental ao considerar a especial dignidade da mãe de Deus [...] Lembrem-se de que a verdadeira devoção dos fiéis não pode ser confundida com um sentimento estéril e passageiro, nem com outra credulidade” (Lumen Gentium). O pecado imperdoável é o da profanação da beleza e a beleza se enxovalha pela falta de pudor, pelo abandono da justa medida que denuncia um vazio da fé. O Evangelho nos apresenta Maria como uma criatura do silêncio. A mãe desaparece totalmente no Filho, pois é o Verbo que deve falar e não ela. Maria escolhe a não visibilidade. No evangelho, os traços de Maria não são chamativos e seus contornos se esfumam na ilimitada transparência do silêncio. O Mistério encontrou sua morada na pequenez, na profundidade de uma mulher que tem predileção pela penumbra. Maria, “uma mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés e, sobre a cabeça, uma coroa de doze estrelas” é plena da luz do Cristo transfigurado. A luz que brilha em Maria é a que brilha em toda a Igreja e em todo universo recapitulado em Cristo. No entanto, o mundo está hipnotizado por estranhas e terríveis luzes que iludem e dividem as pessoas, isolando-as numa alienação permanente. A primeira criatura a entrar, de corpo e alma, no espaço e no tempo do Criador, só poderia ser aquela que consentiu que o divino atravessasse o humano. A Virgem Mãe se torna o germe e as primícias de uma Criação transfigurada. A humilde mulher de Nazaré é, para nós, a garantia e o penhor, pois ela se torna, pelo dom de Deus, Mãe do Senhor, terra do céu: uma terra remida, crística e transfigurada graças à força do Espírito Santo. Uma terra doravante em Deus, para sempre, e antecipação do nosso destino comum. Maria é a própria carne da terra que, transfigurada, se torna eucaristia, ação de graças, abraçada com o Céu. Guardemos em nossos corações a invocação de São Bernardo: “Diz-se que é bendito o homem, é bendito o pão, é bendita a mulher, é bendita a terra e as outras criaturas que pareçam dignas de serem benditas; mas de modo especial é bendito o fruto do teu ventre, porque sobre todas as coisas ele é Deus bendito por todos os séculos. Portanto, bendito é o fruto do teu ventre. Bendito por seu perfume, bendito por seu sabor, bendito por sua beleza” (Sermão para a festa de Nossa Senhora).


CONTEMPLAR

S. Título, s. data, Oli Mcavoy, natural da Grã-Bretanha, residente em Nova Yorque, Estados Unidos.



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