terça-feira, 9 de agosto de 2016

O Caminho da Beleza 39 - XX Domingo do Tempo Comum

XX Domingo do Tempo Comum                  14.08.2016
Jr 38, 4-6.8-10                 Hb 12, 1-4               Lc 12, 49-53


ESCUTAR

“Pedimos que seja morto este homem; ele anda com habilidade lançando o desânimo entre os combatentes que restaram na cidade e sobre todo o povo” (Jr 38, 4).

Irmãos, rodeados como estamos por tamanha multidão de testemunhas, deixemos de lado o que nos pesa e o pecado que nos envolve (Hb 12, 1).

“Eu vim para lançar fogo sobre a terra e como gostaria que já estivesse aceso!” (Lc 12, 49).


MEDITAR

Mas não podemos fazer um cristianismo um pouco mais humano – dizem – sem cruz, sem Jesus, sem despojamento? Dessa forma nos tornaríamos cristãos de pastelaria, como lindos bolos, como boas coisas doces! Muito lindos, mas não cristãos verdadeiros! (Francisco, A Igreja da Misercórdia).


ORAR

A palavra profética quando não assegura bem-estar e incomoda os poderes é considerada subversiva e deve ser calada por todos os meios. O profeta é martirizado de um modo nada heroico: enfiado numa cisterna de lama fétida para ir afundando lentamente. A semente da Palavra estava para morrer se o rei não escutasse o conselheiro honesto e retirasse o profeta da fossa. O salmista canta: “De estercore elevat pauperum” (Sl 113, 7), pois o pobre liberto é a mais perfeita profecia de Deus. A Palavra desprezada, escarnecida, pisoteada emerge novamente para abalar as consciências amortecidas. Se na cisterna a palavra é condenada a morrer de um modo ignominioso, é no fogo que ela é difundida. O homem da palavra deve abrigar o fogo em si mesmo, pois os inimigos poderão transformar em cinzas todos os livros sagrados, mas jamais apagarão o fogo da palavra atiçado no coração dos homens. Se a vida é fogo, aquele que anuncia a palavra é um apaixonado devorado por um fogo incontido. A causa do Evangelho não necessita de intelectuais pálidos de clergyman, nem burocratas cinzas e pregadores inofensivos. Uma palavra sem unção e nem vibração interior é uma palavra traída assim como uma verdade sepultada nas cinzas da rigidez é uma verdade ofendida. O Evangelho se difunde pelo contágio do fogo interior que não pode ser confundido com o calor dos spots dos shows televisivos. Jesus veio trazer uma fé que deve ser convertida em incêndio. Ser apaixonado significa padecer. O lenho da Cruz serve para queimar e não se deixar apagar. O cristianismo deve penetrar na injustiça do mundo e desvelar os que aceitam e os que não aceitam as consequências do amor. O conflito não nasce do Evangelho, mas da dureza do coração dos que o ouvem. Quem está próximo de Jesus está próximo do fogo. O Concílio nos exorta a perscrutar os sinais dos tempos e interpretá-los à luz do Evangelho para sermos capazes de oferecer repostas às grandes questões humanas a respeito do sentido da vida presente e futura. É preciso conhecer e compreender o mundo em que se vive, sua índole, muitas vezes dramática, suas expectativas e seus desejos (Gaudium et Spes 4).


CONTEMPLAR

Martin Luther King cumprimentado em seu retorno aos Estados Unidos após receber o Prêmio Nobel da Paz, Baltimore, Maryland, 31 de outubro de 1964, Leonard Freed (1929-2006), Magnum Photos, New York, Estados Unidos.









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