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Domingo do Tempo Comum 14.08.2016
Jr
38, 4-6.8-10 Hb 12, 1-4 Lc 12, 49-53
ESCUTAR
“Pedimos que seja morto este homem; ele anda com habilidade
lançando o desânimo entre os combatentes que restaram na cidade e sobre todo o
povo” (Jr 38, 4).
Irmãos, rodeados como estamos por tamanha multidão de
testemunhas, deixemos de lado o que nos pesa e o pecado que nos envolve (Hb 12,
1).
“Eu vim para lançar fogo sobre a terra e como gostaria que
já estivesse aceso!” (Lc 12, 49).
MEDITAR
Mas não podemos fazer um cristianismo um pouco mais humano –
dizem – sem cruz, sem Jesus, sem despojamento? Dessa forma nos tornaríamos
cristãos de pastelaria, como lindos bolos, como boas coisas doces! Muito lindos,
mas não cristãos verdadeiros! (Francisco, A
Igreja da Misercórdia).
ORAR
A palavra profética quando
não assegura bem-estar e incomoda os poderes é considerada subversiva e deve
ser calada por todos os meios. O profeta é martirizado de um modo nada heroico:
enfiado numa cisterna de lama fétida para ir afundando lentamente. A semente da
Palavra estava para morrer se o rei não escutasse o conselheiro honesto e
retirasse o profeta da fossa. O salmista canta: “De estercore elevat pauperum” (Sl 113, 7), pois o pobre liberto é a
mais perfeita profecia de Deus. A Palavra desprezada, escarnecida, pisoteada
emerge novamente para abalar as consciências amortecidas. Se na cisterna a
palavra é condenada a morrer de um modo ignominioso, é no fogo que ela é
difundida. O homem da palavra deve abrigar o fogo em si mesmo, pois os inimigos
poderão transformar em cinzas todos os livros sagrados, mas jamais apagarão o
fogo da palavra atiçado no coração dos homens. Se a vida é fogo, aquele que
anuncia a palavra é um apaixonado devorado por um fogo incontido. A causa do
Evangelho não necessita de intelectuais pálidos de clergyman, nem burocratas cinzas e pregadores inofensivos. Uma
palavra sem unção e nem vibração interior é uma palavra traída assim como uma
verdade sepultada nas cinzas da rigidez é uma verdade ofendida. O Evangelho se
difunde pelo contágio do fogo interior que não pode ser confundido com o calor
dos spots dos shows televisivos.
Jesus veio trazer uma fé que deve ser convertida em incêndio. Ser apaixonado
significa padecer. O lenho da Cruz serve para queimar e não se deixar apagar. O
cristianismo deve penetrar na injustiça do mundo e desvelar os que aceitam e os
que não aceitam as consequências do amor. O conflito não nasce do Evangelho,
mas da dureza do coração dos que o ouvem. Quem está próximo de Jesus está
próximo do fogo. O Concílio nos exorta a perscrutar os sinais dos tempos e
interpretá-los à luz do Evangelho para sermos capazes de oferecer repostas às
grandes questões humanas a respeito do sentido da vida presente e futura. É
preciso conhecer e compreender o mundo em que se vive, sua índole, muitas vezes
dramática, suas expectativas e seus desejos (Gaudium et Spes 4).
CONTEMPLAR
Martin
Luther King cumprimentado em seu retorno aos Estados Unidos após receber o Prêmio
Nobel da Paz, Baltimore, Maryland, 31 de
outubro de 1964, Leonard Freed (1929-2006), Magnum Photos, New York, Estados
Unidos.
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