XII Domingo do Tempo Comum 19.06.2016
Zc 12, 10-11; 13,1 Gl 3, 26-29 Lc
9, 18-24
ESCUTAR
“Derramarei sobre a casa de
Davi e sobre os habitantes de Jerusalém um espírito de graça e de oração; eles
olharão para mim” (Zc 12, 10).
“O que vale não é mais ser
judeu nem grego, nem escravo nem livre, nem homem nem mulher, pois todos vós
sois um só em Jesus Cristo” (Gl 3, 28).
“Pois quem quiser salvar a
sua vida vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, esse a
salvará” (Lc 9, 24).
MEDITAR
Acolhamos a graça da
Ressurreição do Cristo! Deixemo-nos renovar pela misericórdia de Deus,
deixemo-nos amar por Jesus, deixemos o poder de seu amor transformar também a
nossa vida; e tornemo-nos os instrumentos dessa misericórdia, os canais pelos
quais Deus possa irrigar a Terra, cuidar de toda a Criação e fazer fluir a
justiça e a paz (Francisco, Primeira
mensagem de Páscoa do pontificado, Roma, domingo, 31 de março de 2013).
ORAR
Quando Jesus
se afasta para orar sozinho, prepara sempre algo decisivo. Neste evangelho, a
questão fundamental se refere à identidade de Jesus: “Quem diz o povo que eu
sou?”. Esta pergunta prepara a verdadeira questão: “E vós quem dizeis que eu
sou?”. Esta indagação será perturbadora em todos os tempos e lugares. O Cristo
de Deus nos chama a segui-Lo e a assumir o sofrimento, a humilhação e a
derrota. Este Ungido é motivo de escândalo, pois seu caminho não é triunfal,
mas passa pela proscrição dos poderes civil-econômico, religioso e
teológico-cultural. A condição do seu seguimento: a renúncia e a cruz. Jesus
pode abrir exceções por amor, mas nunca faz concessões aos que decidem caminhar
com Ele. É paradoxal perder a vida para ganhá-la. A alternativa entre “ganhar
ou perder” é a alternativa entre interpretar a vida com o pressuposto das
vantagens e dos interesses pessoais e a disponibilidade de fazer dela um dom
para desperdiçá-la, como o Cristo, em favor dos outros. O cristão não é o herói
do excepcional, do gesto virtuoso, mas o humilde portador de uma cruz ordinária
e cotidiana feita de pequenas coisas nem sempre agradáveis. A verdade íntima do
Evangelho é revelada: perder nossa vida por amor do Cristo é o que pode
justificar cada renúncia nossa, é a verdadeira beatitude possível, aqui e
agora. A cruz é tudo o que nos acontece e não podemos evitar. É tudo que
desejaríamos que não nos acontecesse. A nossa cruz de cada dia, em alguns
momentos mais aguda e dramática, não tem um sentido diferente do que teve para
o Cristo. A cruz da Ressurreição nos chama a “cumprir em nós o que falta à
paixão do Cristo’ (Cl 1, 24).
CONTEMPLAR
Um cristão segura a cruz feita em estilo Dogon, 1996, Bugudunjuru, Mali, Abbas (1944-), Magnum Photos, Irã/França.
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