segunda-feira, 20 de junho de 2016

O Caminho da Beleza 32 - XIII Domingo do Tempo Comum

XIII Domingo do Tempo Comum                26.06.2016
1Rs 19, 16.19-21                Gl 5, 1.13-18                       Lc 9, 51-62


ESCUTAR

“Vai e unge a Eliseu, filho de Safat, de Abel-Meula, como profeta em teu lugar” (1 Rs 19, 16).

“Mas, se vos mordeis e vos devorais uns aos outros, cuidado para não seres consumidos uns pelos outros” (Gl 5, 15).

“As raposas têm tocas e os pássaros têm ninhos; mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça” (Lc 9, 58).


MEDITAR

Não sonhe em pensar que a salvação está na comparação com os outros ou na bisbilhotice. Peça ao Senhor que nos dê esta graça de não nos imiscuir na vida dos outros, de não nos tornar cristãos de bons modos e de maus hábitos (Francisco, Meditação matinal, Capela de Santa Marta, Roma, sábado, 18 de maio de 2013).


ORAR

As leituras deste domingo nos falam das exigências da vocação e a maior delas é a necessidade do desprendimento, da renúncia, do abandono das coisas e das pessoas queridas. Não existe resposta ao chamado para nos colocarmos à serviço do reino que não comporta dilacerações profundas. Toda chamada está sob o signo da urgência e “Deus é urgente sem pressa” (Guimarães Rosa). A frase de Jesus traduzida como “tomou a firme decisão” não tem a força do texto grego que diz, literalmente, “endureceu o seu rosto”. Mais do que expressar severidade, o rosto endurecido expressa determinação, vontade de chegar até a raiz das coisas apesar do preço a pagar: hostilidades e proscrição. Jesus manifesta, no seu semblante, a intrépida resolução de ir para Jerusalém. Jesus faz exigências extremas. A primeira, a disponibilidade para viver na insegurança: “As raposas têm tocas e os pássaros tem ninhos, mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça”. A segunda, a ruptura com o passado: “Deixa que os mortos enterrem seus mortos, mas tu, vai anunciar o Reino de Deus”. A terceira, é uma decisão irrevogável: “Quem põe a mão no arado e olha para trás não está apto para o reino de Deus”. Nada de vacilos ou concessões. O compromisso é total, definitivo e se nutre de uma promessa e não de quimeras nostálgicas. Paulo nos exorta: “É para a liberdade que Cristo nos libertou”. A liberdade é exigente porque o amor é exigente e o critério último que define as pessoas livres é o amor. No entanto, os abraços fraternos não anulam o costume de nos devorar, mutuamente, com murmúrios, rótulos e calúnias. O Papa Francisco sustenta: “As fofocas sempre vão sob a dimensão da criminalidade. Não existem fofocas inocentes e são elas que destroem a comunidade cristã” (Santa Marta, maio 2013). Aos fanáticos da mortificação e jejum nunca é demais prevenir que é melhor comer carne e beber vinho do que comer, com calúnia e maledicência, a carne dos irmãos.


CONTEMPLAR

O Papa visita uma igreja local, 1982, Roma, Itália, Richard Kalvar (1944-), Magnum Photos, Estados Unidos.






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