XIII Domingo do Tempo Comum 26.06.2016
1Rs 19, 16.19-21 Gl
5, 1.13-18 Lc 9,
51-62
ESCUTAR
“Vai e unge a Eliseu, filho
de Safat, de Abel-Meula, como profeta em teu lugar” (1 Rs 19, 16).
“Mas, se vos mordeis e vos
devorais uns aos outros, cuidado para não seres consumidos uns pelos outros” (Gl
5, 15).
“As raposas têm tocas e os
pássaros têm ninhos; mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça” (Lc
9, 58).
MEDITAR
Não sonhe em pensar que a
salvação está na comparação com os outros ou na bisbilhotice. Peça ao Senhor
que nos dê esta graça de não nos imiscuir na vida dos outros, de não nos tornar
cristãos de bons modos e de maus hábitos (Francisco, Meditação matinal, Capela de Santa Marta, Roma, sábado, 18 de maio
de 2013).
ORAR
As leituras
deste domingo nos falam das exigências da vocação e a maior delas é a
necessidade do desprendimento, da renúncia, do abandono das coisas e das
pessoas queridas. Não existe resposta ao chamado para nos colocarmos à serviço
do reino que não comporta dilacerações profundas. Toda chamada está sob o signo
da urgência e “Deus é urgente sem pressa” (Guimarães Rosa). A frase de Jesus traduzida
como “tomou a firme decisão” não tem a força do texto grego que diz,
literalmente, “endureceu o seu rosto”. Mais do que expressar severidade, o
rosto endurecido expressa determinação, vontade de chegar até a raiz das coisas
apesar do preço a pagar: hostilidades e proscrição. Jesus manifesta, no seu
semblante, a intrépida resolução de ir para Jerusalém. Jesus faz exigências extremas.
A primeira, a disponibilidade para viver na insegurança: “As raposas têm tocas
e os pássaros tem ninhos, mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça”.
A segunda, a ruptura com o passado: “Deixa que os mortos enterrem seus mortos,
mas tu, vai anunciar o Reino de Deus”. A terceira, é uma decisão irrevogável:
“Quem põe a mão no arado e olha para trás não está apto para o reino de Deus”.
Nada de vacilos ou concessões. O compromisso é total, definitivo e se nutre de
uma promessa e não de quimeras nostálgicas. Paulo nos exorta: “É para a
liberdade que Cristo nos libertou”. A liberdade é exigente porque o amor é
exigente e o critério último que define as pessoas livres é o amor. No entanto,
os abraços fraternos não anulam o costume de nos devorar, mutuamente, com
murmúrios, rótulos e calúnias. O Papa Francisco sustenta: “As fofocas sempre
vão sob a dimensão da criminalidade. Não existem fofocas inocentes e são elas
que destroem a comunidade cristã” (Santa Marta, maio 2013). Aos fanáticos da
mortificação e jejum nunca é demais prevenir que é melhor comer carne e beber
vinho do que comer, com calúnia e maledicência, a carne dos irmãos.
CONTEMPLAR
O Papa visita uma igreja local, 1982, Roma, Itália, Richard Kalvar (1944-), Magnum
Photos, Estados Unidos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário