segunda-feira, 7 de março de 2016

O Caminho da Beleza 17 - V Domingo da Quaresma

V Domingo da Quaresma                   13.03.2016
Is 43, 16-21             Fl 3, 8-14                 Jo 8, 1-11


ESCUTAR

“Eis que farei coisas novas e que já estão surgindo: acaso não as reconheceis? Pois abrirei uma estrada no deserto e farei correr rios na terra seca” (Is 43, 19).

Uma coisa, porém, eu faço: esquecendo o que fica para trás, eu me lanço para o que está na frente (Fl 3, 13).

“Quem dentre vós não tiver pecado seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra” (Jo 8, 7).


MEDITAR

Jesus nos pede para acreditar que o perdão é a porta que conduz à reconciliação. [...] A cruz do Cristo revela o poder que Deus tem de dissolver toda divisão, de curar toda a ferida e de restabelecer todas as relações originais de amor fraterno (Francisco, Homilia, Seul, 18 de agosto de 2014).


ORAR

A liturgia da Palavra revela Deus como produtor da novidade. Deus é Aquele que sempre faz uma coisa nova. A recordação do passado nunca deverá ser nostálgica, mas uma chave interpretativa do presente e um estímulo para enfrentar, com confiança, o futuro. No entanto, a novidade não pode ser separada do risco: “abrirei uma estrada no deserto”. Não podemos dar as velhas e mesmas explicações para novos problemas e desafios: “Não relembreis coisas passadas, não olheis para fatos antigos”. Não existem respostas seguras e prontas para todos os casos. A ilusão mais perigosa é a de ficar esperando que decidam por nós e assim nos ofereçam estradas retas, sem obstáculos, sem pedras no caminho. Estradas bem sinalizadas que ofereçam todas as garantias. A fé nos oferece imprevistos e uma âncora fundamental: que Alguém, no meio do deserto, não nos perde de vista. A novidade está na contraposição entre as exigências implacáveis da lei e a estratégia da misericórdia exercida por Jesus. Os acusadores negam à mulher adúltera a possibilidade de uma mudança e um futuro. Com pedras em suas mãos impacientes querem, além de sepultar o seu passado, sepultar a própria pessoa. Cristo, com seu perdão, liquida definitivamente o passado da pecadora e lhe entrega um futuro por se fazer. O castigo querido por juízes inexoráveis é estéril. As exigências da lei antiga se gravam sobre as pedras, mas o Cristo escreve na areia, pois a misericórdia, como o vento, desfaz em pó os pecados passados. A nova lei do amor é traçada sobre o terreno frágil do coração e sobre a suave carne da terra. “Eu não te condeno. Podes ir e, de agora em diante, não peques mais”.


CONTEMPLAR

El Salvador, 1980. Soldados procurando passageiros de ônibus na Estrada Norte, Susan Meiselas (1948-), Baltimore, Estados Unidos.







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