segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

O Caminho da Beleza 13 - I Domingo da Quaresma

I Domingo da Quaresma                     14.02.2016
Dt 26, 4-10              Rm 10, 8-13                       Lc 4, 1-13


ESCUTAR

“Meu pai era um arameu errante, que desceu ao Egito com um punhado de gente e ali viveu como estrangeiro” (Dt 26, 5).

“A palavra está perto de ti, em tua boca e em teu coração”. Essa palavra é a palavra da fé, que nós pregamos (Rm 10, 8).

Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e, no deserto, ele era guiado pelo Espírito. Ali foi tentado pelo diabo durante quarenta dias (Lc 4,  1-2).


MEDITAR

Não nos transformamos de repente em corruptos; existe um longo caminho de declínio, para o qual se desliza... A corrupção não é um ato, mas uma condição, um estado pessoal e social, no qual a pessoa se habitua a viver (Francisco, O nome de Deus é misericórdia, 2016).


ORAR

A colheita dos campos, antes de ser fruto do trabalho é um dom e uma bênção de Deus. Mais do que perguntar “Quem é Deus?”, devemos indagar: “O que o Senhor fez por nós?”. A oferenda das primícias é um gesto eucarístico em que damos graças a tudo o que o Senhor realizou em nossas vidas como dom e bênção. Quem não dá graças pode se tornar um possuidor abusivo dos dons do Senhor. No deserto, Jesus é tentado com as palavras da Escritura, pois o Divisor conhece profundamente a Bíblia. Neste tempo quaresmal, é a ocasião propícia para verificarmos se o nosso projeto de vida corresponde, radicalmente, aos desígnios de Deus. É um tempo para purificar nosso cristianismo de todas as impurezas, das superstições, das crenças oportunistas, das facilidades, das aparências e das traições às mensagens do Evangelho. Para confrontar a palavra de Deus é necessário um pouco de deserto, de silêncio, um outro pouco de coragem para frequentar as profundidades e um grande gosto pela interioridade. O salmo deste domingo exprime a atitude do Cristo no limiar da sua vida pública: “Quem habita ao abrigo do Altíssimo e vive à sombra do Senhor onipotente, diz ao Senhor: ‘Sois meu refúgio e proteção, sois o meu Deus, no qual confio inteiramente’”. A raiz de quando erramos o alvo é trocar Deus pelos ídolos do mundo, pelos falsos deuses que se apresentam sob a aparência de objetos de adoração. Convertemos a graça da fé em coisificações de crença religiosa, por ser mais palatável à nossa visão medíocre do Evangelho. Os ídolos são sempre novos, mas as raízes que os produzem são as tentações da riqueza, do poder e do orgulho. E elas, como o diabo, sempre retornam no tempo oportuno.


CONTEMPLAR

Argentina, Peninsula Valdes, 2001, Elliott Erwitt (1928-), franco-americano.



Nenhum comentário:

Postar um comentário