segunda-feira, 2 de novembro de 2015

O Caminho da Beleza 50 - XXXII Domingo do Tempo Comum

O Caminho da Beleza 50
Leituras para a travessia da vida


“O conceito de sabedoria é aquele que reúne harmonicamente diversos aspectos: conhecimento, amor, contemplação do belo e, também, ao mesmo tempo, uma ‘comunhão com a verdade’ e uma ‘verdade que cria comunhão’, ‘uma beleza que atrai e apaixona’” (Francisco).

Quando recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).

“Não deixe cair a profecia” (D. Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).


XXXII Domingo do Tempo Comum                       08.11.2015
1 Rs 17, 10-16                     Hb 9, 24-28                       Mc 12, 38-44


ESCUTAR

“‘A vasilha de farinha não acabará e a jarra de azeite não diminuirá. Até o dia em que o Senhor enviar a chuva sobre a face da terra’” (1 Rs 17, 14).

Mas foi agora, na plenitude dos tempos, que, uma vez por todas, ele se manifestou para destruir o pecado pelo sacrifício de si mesmo (Hb 9, 26).

Então chegou uma pobre viúva que deu duas pequenas moedas, que não valiam quase nada (Mc 12, 42).


MEDITAR

Deus se apresenta como possibilidade de amor total e nós temos que nos deixar impregnar no Espírito desse amor total. E esse amor total exige de nós uma entrega absolutíssima! É uma exigência de Deus, se soubermos ser fiel a essa paixão de Cristo, que é a paixão de sabê-Lo amá-Lo a esse ponto (Madre Belém).

Ama-se não na medida em que se possui, mas na medida em que se espera (Gustave Thibon).


 ORAR

O nada que possuímos se converte no todo quando nos despojamos de tudo em oblação e em oferenda. Tanto as duas moedas quanto o pouco resto de farinha e o fio de azeite não fizeram nenhum ruído. Jesus revela que a verdadeira história é escrita por pessoas insignificantes e anônimas, capazes de gestos que não causam ruídos e nem chamam a atenção. Não podemos parar na superfície das coisas e dos acontecimentos, nem deixarmo-nos enganar pelo clamor dos gestos espetaculares e muito menos pelas liturgias chamativas que despertam a catarse da plateia. Oferecer o que restava da farinha, do azeite e as derradeiras moedas são ações verdadeiramente grandes que só os pequenos são capazes de realizar. Eles oferecem tudo e não o supérfluo, pois “de tudo fica um pouco...”. São os gestos que nos aproximam Daquele que se ofereceu a Si próprio. Jesus acusa os que estão imersos, como valor absoluto, na vaidade, na hipocrisia e na cobiça. A vaidade expressa nas pompas das vestimentas, nas reverências e saudações, nas cadeiras de honra dos banquetes e liturgias. A hipocrisia vinda da devoção ostentosa, baseada na quantidade e extensão dos pedidos oferecidos em espetáculo. A cobiça revelada numa falsa religiosidade e na despudorada exploração dos ingênuos e crédulos. Jesus acusa a deformação profissional dos que se utilizam da posição religiosa e social para se valorizarem. O discípulo de Jesus é o que não se dá importância, o que não tem status para defender, com unhas e dentes, e nem um “padrão de vida” que mais o angustia para manter do que o liberta. A única coisa que “agrega valor” à vida cristã é que ela está sempre a caminho. São as pessoas simples, de coração grande e generoso, o melhor que temos em nossas igrejas. São as que não têm nada, mas que doam tudo! Elas fazem o mundo mais humano, acreditam com todas as suas forças no Pai da misericórdia. São as que mantêm vivo o Espírito de Jesus e, finalmente, as que mais se parecem com Ele.


CONTEMPLAR


Dona Pilar, Canudos, Bahia, 2009, Araquém Alcântara (1951-), foto do livro “Sertão sem Fim”, Editora Terra Brasil, Brasil, 2009.





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