quinta-feira, 12 de novembro de 2015

O Caminho da Beleza 51 - XXXIII Domingo do Tempo Comum

O Caminho da Beleza 51
Leituras para a travessia da vida


“O conceito de sabedoria é aquele que reúne harmonicamente diversos aspectos: conhecimento, amor, contemplação do belo e, também, ao mesmo tempo, uma ‘comunhão com a verdade’ e uma ‘verdade que cria comunhão’, ‘uma beleza que atrai e apaixona’” (Francisco).

Quando recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).

“Não deixe cair a profecia” (D. Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).


XXXIII Domingo do Tempo Comum                     15.11.2015
Dn 12, 1-3                Hb 10, 11-14.18                 Mc 13, 24-32


ESCUTAR

“Os que tiverem ensinado a muitos homens os caminhos da virtude brilharão como as estrelas por toda a eternidade” (Dn 12, 3).

Onde existe o perdão, já não se faz oferenda pelo pecado (Hb 10, 18).

“O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão” (Mc 13, 31).


MEDITAR

Hoje não existem deuses que possam ser explicitamente definidos como tais. Porém, existem forças diante das quais o homem se dobra. O capital, a propriedade em geral, bem como a ambição, são algumas delas. O bezerro de ouro é, sob diversos aspectos, de grande atualidade no mundo ocidental. O risco existe de nos reduzirmos a uma tecnocracia cujo único critério seria o aumento do consumo (Papa Bento XVI).

O Evangelho pode permanecer letra morta, sem vida, se ele não se incarna em nossa existência pessoal. Nós podemos ter a impressão de compreendê-lo, nós podemos dissecar cada palavra, mas se ele não se torna palavra vivente isso não serve para nada (D. Guillaume Jedrzejczak).


ORAR

A mensagem de hoje se apresenta em tonalidades diferentes. Os sinais de obscuridade: angústia, tribulação; os pecados dos homens persistem ainda que “todo sacerdote se apresente diariamente para celebrar o culto, oferecendo muitas vezes os mesmos sacrifícios, incapazes de apagar o pecado”. São tempos de esterilidade litúrgica e de banalização do mistério. No entanto, há sinais de alegria. O evangelista nos faz saber que entre os escombros e as cinzas brota uma figueira com seus ramos de verdade. Todas as realidades estão por terra, no entanto, a Palavra ficará para sempre. Os grandes, os poderosos, os sábios da terra desgastaram a Palavra ao pronunciar milhares de sons confusos, desconexos, contraditórios, alguns de ameaça, outros de triunfo. O Senhor tem a última palavra e esta é a Palavra que não passa e que julga a História. O mais vital não é saber o dia ou a hora, mas saber que o Senhor está próximo, que ele está à porta e que o mundo novo está presente dentro de nós. Saber que na duração curta do provisório está o germe da realidade definitiva e que o bater do coração, ainda que esteja destinado a apagar-se, marca o ritmo de um tempo novo e distinto que não se interrompe jamais. É no nosso frágil coração que está o futuro, o eterno. Quem vive plenamente o dia de antes, sabe que o dia de depois já começara, pois a única maneira de permanecer fiel ao eterno é não trair o presente.


CONTEMPLAR

São Miguel e o demônio, 1956-58, Sir Jacob Epstein (1880-1959), bronze, Catedral de Coventry, Coventry, Grã-Bretanha. Clique na imagem para ampliar.







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