segunda-feira, 27 de julho de 2015

O Caminho da Beleza 36 - XVIII Domingo do Tempo Comum

O Caminho da Beleza 36
Leituras para a travessia da vida


“O conceito de sabedoria é aquele que reúne harmonicamente diversos aspectos: conhecimento, amor, contemplação do belo e, também, ao mesmo tempo, uma ‘comunhão com a verdade’ e uma ‘verdade que cria comunhão’, ‘uma beleza que atrai e apaixona’” (Francisco).

Quando recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).

“Não deixe cair a profecia” (D. Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).



XVIII Domingo do Tempo Comum                        02.08.2015
Ex 16, 2-4.12-15                Ef 4, 17.20-24                    Jo 6, 24-35


ESCUTAR

“Por que nos trouxestes a este deserto para matar de fome a toda esta gente” (Ex 16, 3).

Revesti o homem novo, criado à imagem de Deus, em verdadeira justiça e santidade (Ef 4, 24).

“Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede” (Jo 6, 35).


MEDITAR

O ser humano está feito para o dom, que exprime e realiza a sua dimensão de transcendência... Sendo dom de Deus absolutamente gratuito, irrompe na nossa vida como algo não devido, que transcende qualquer norma de justiça. Por sua natureza, o dom ultrapassa o mérito; a sua regra é a excedência” (Bento XVI).

Quem te ama te entrega sementes (Provérbio Burundi).


ORAR

Devemos estar lúcidos e atentos às nossas buscas. Jesus é enfático: “Em verdade, em verdade eu vos digo, estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos”. Muitas vezes buscamos Jesus por razões equivocadas, por coisas que nada tem a ver com Ele. São buscas redutivas, mesquinhas. Cristo critica os saciados materialmente porque não têm mais nenhuma fome por estarem com o estômago cheio. Jesus nos convida a descobrir outra fome e outra sede e, para isto, devemos ir ao encontro da Palavra e além dos milagres. O Cristo de João alcança o homem onde ele está para desenraizá-lo, para deslocá-lo, para levantá-lo e desafiá-lo a ir mais longe, para além de si mesmo, até os confins da terra. A prática do Cristo se resume num palavra precisa: superação. As pessoas satisfeitas defendem as posições adquiridas, são alérgicas e insensíveis ao êxodo existencial de si mesmo para o Outro. Jesus continua nos convidando a ir mais longe, a ultrapassar o umbral e a entrar no espaço da liberdade do Reino. É preciso aniquilar a lembrança e a nostalgia do maná, que não impede de morrer, para acolher e se alimentar do pão que garante a vida. É preciso renegar as seguranças para permanecer deslumbrados com a Verdade. Tantas vezes, na linha do limite, nos acovardamos diante do passo decisivo a ser dado e consumamos a recusa, a ruptura, o abandono e a separação. Preferimos a lógica do ajustamento à lei da superação. O pão da Vida está destinado a quem está disposto a nascer todo dia como homem novo na mente e no espírito. A fé cristã não consiste em cumprir corretamente um código de regras. No processo da fé, nos produzimos como cristãos à medida que aprendemos a pensar, sentir, amar e viver como Jesus. A vida eterna não é um prolongamento infindável desta nossa vida, mas um modo absolutamente novo de ser que nos é dado por Deus. Somos e seremos inundados pelo dom de Deus manifestado em Jesus Cristo e isto transcende toda a capacidade humana, pois é pura gratuidade e graça.


CONTEMPLAR


Coma este pão, 2008, Annika Hinze, 24” x 24”, óleo sobre estopa, Hamilton,  Nova Zelândia.



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