segunda-feira, 3 de agosto de 2015

O Caminho da Beleza 37 - XIX Domingo do Tempo Comum

O Caminho da Beleza 37
Leituras para a travessia da vida


“O conceito de sabedoria é aquele que reúne harmonicamente diversos aspectos: conhecimento, amor, contemplação do belo e, também, ao mesmo tempo, uma ‘comunhão com a verdade’ e uma ‘verdade que cria comunhão’, ‘uma beleza que atrai e apaixona’” (Francisco).

Quando recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).

“Não deixe cair a profecia” (D. Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).



XIX Domingo Tempo Comum                      09.08.2015
1 Rs 19, 4-8             Ef 4, 30-5,2                        Jo 6, 41-51


ESCUTAR

“Levanta-te e come! Ainda tens um caminho longo a percorrer” (1 Rs 19, 7).

Toda amargura, irritação, cólera, gritaria, injúrias, tudo isso deve desaparecer do meio de vós, como toda espécie de maldade (Ef 4, 31).

“E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo” (Jo 6, 51).


MEDITAR

Não é a religiosidade o que faz a verdade ou a mentira de uma vida humana, mas sim a autenticidade dessa mesma vida. “Em Espírito e verdade deseja o Pai ser adorado”, recordava Jesus a Samaritana, junto ao poço de Jacó (Jo, 4, 23) (Pedro Casaldáliga).

Perdi meu coração no empoeirado caminho deste mundo; mas tu o tomaste em tuas mãos... Meus desejos espalharam-se em mil pedaços; mas tu os recolheste e os reuniste em teu amor. E enquanto eu vagava de porta em porta, cada passo meu estava me conduzindo a teu portal (Rabindranath Tagore).


ORAR

O caminho da vida cristã está salpicado de crises: o cansaço, o desânimo e a ira que nos impedem de viver no amor. Consentimos nos pecados contra o amor que entristecem o Espírito. Somos levados a murmúrios de reclamação por sermos incapazes de entender os desígnios do Pai. Queremos um Deus fora do mundo e que não se intrometa na nossa ordem das coisas. Perdemos a dimensão da hospitalidade do coração. O Cristo hospeda a Palavra sem murmurar e hospeda o irmão, generosamente. Pedro nos exorta: “Exercei a hospitalidade, uns para com os outros, sem murmuração” (1 Pd 4, 9). A tentação do cansaço e do desânimo pode nos bloquear e nos fazer desejar a morte por nos sentirmos inúteis. Procuramos um lugar, um refúgio onde possamos recostar o próprio cansaço. Ao perder o dinamismo vital, não temos impulso para mais nada salvo o desejo de nos deixar levar pelas veredas do cotidiano. Não decidimos mais nada e deixamos que as coisas decidam por nós. E, como Elias, clamamos: “Agora basta, Senhor!” e nos resignamos com a mediocridade, a facilidade, a indiferença e a frieza. No entanto, o Senhor não deixa morrer o sonho e nem que durmamos em paz. E nos faz saber que estamos cansados não pelo que fizemos, mas pelo que deixamos de fazer; pelos sonhos que adiamos e pelos caminhos que não percorremos. Movimentamo-nos muito, mas não caminhamos. Jesus é o pão da Vida e o caminho. Alimentamo-nos do pão para continuar o caminho que também se converte em nosso alimento: “Caminhante não há caminho, faz-se caminho ao andar” (Aníbal Machado). Escutemos a voz do Senhor que não nos deixa dormir: “Ainda tens um caminho longo a percorrer”.


CONTEMPLAR


Elias tocado por um Anjo, 1958, Marc Chagall (1887-1985), Biblia Series, The Jewish Museum, New York, Estados Unidos.



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