segunda-feira, 6 de julho de 2015

O Caminho da Beleza 33 - XV Domingo do Tempo Comum

O Caminho da Beleza 33
Leituras para a travessia da vida


“O conceito de sabedoria é aquele que reúne harmonicamente diversos aspectos: conhecimento, amor, contemplação do belo e, também, ao mesmo tempo, uma ‘comunhão com a verdade’ e uma ‘verdade que cria comunhão’, ‘uma beleza que atrai e apaixona’” (Francisco).

Quando recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).

“Não deixe cair a profecia” (D. Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).



XV Domingo do Tempo Comum                  12.07.2015
Am 7, 12-15                        Ef 1, 3-14                 Mc 6, 7-13


ESCUTAR

“Não sou profeta nem sou filho de profeta; sou pastor de gado e cultivo sicômoros” (Am 7, 14).

“Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Ele nos abençoou com toda a bênção do seu Espírito em virtude de nossa união com Cristo, no céu” (Ef 1, 3).

 “Se em algum lugar não vos receberem nem quiserem vos escutar, quando sairdes, sacudi a poeira dos pés, como testemunho contra eles!” (Mc 6, 11).


MEDITAR

A Igreja é chamada a dar o seu testemunho por Cristo, assumindo posições corajosas e proféticas, em face da corrupção do poder político ou econômico; não correndo ela própria atrás da glória e dos bens materiais; usando seus bens para o serviço dos mais pobres e imitando a simplicidade de vida do Cristo”(João Paulo II, Redemptoris Missio).

Recebi o meu convite para a festa deste mundo; a minha vida foi abençoada. Os meus olhos viram, meus ouvidos ouviram. Nessa festa, eu só tinha que tocar o meu instrumento musical: executei o melhor que pude a parte que me havia sido atribuída. Agora, pergunto-te, Senhor: chegou o momento de entrar e ver o teu rosto? (Rabindranath Tagore).


ORAR

O profeta recebe um encargo que o leva a invadir, com certa ingenuidade, espaços rigorosamente protegidos. As bênçãos de Deus nem sempre são carícias e seus dons podem ser pedras toscas lançadas pelas mãos e bocas dos profetas contra as consciências adormecidas. O profeta será sempre um intruso em nossas vidas e instituições ajustadas e conformadas. O risco da missão confiada por Cristo se chama pobreza, para que não se torne um fardo o caminho e estorve a força do Evangelho. O tom maior é mais sobre o levar do que o possuir. O Evangelho de Jesus Cristo não necessita de meios tecnológicos adequados e de ponta. A sua força e expansão estão nos encontros pessoais e amorosos e não nas parafernálias usadas que mais fazem desaparecer a Boa Nova do que torná-la visível. Devemos estar sempre a caminho e nunca instalados. O báculo para Jesus não servia para mandar, mas para caminhar. Jesus não pensa no que devemos levar para sermos eficazes, mas no que não devemos levar para não vivermos encerrados no nosso bem estar. A Igreja de Jesus deve reaprender a viver em minoria no meio de uma sociedade secularizada e consumista. Depois de ser a religião oficial do Império Romano; de ter exercido durante séculos um poder hegemônico, as igrejas não conseguem caminhar sem o apoio de algum poder que lhes garanta atuar com privilégios e superioridade. O evangelho é anunciado por aqueles que sabem viver com simplicidade, homens e mulheres livres que conhecem o prazer de caminhar pela vida, sem sentir-se escravos das coisas. Para o cristão, basta um amigo, uma amiga, um bastão e poucas sandálias para adentrar pelas veredas da Vida.


CONTEMPLAR

São João Batista, 1996, Giuliano Vangi, bronze, Florença, Praça de Santa Maria sopr'Arno, Italia.




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