O Caminho da Beleza 33
Leituras para a
travessia da vida
“O conceito de sabedoria é aquele que reúne harmonicamente
diversos aspectos: conhecimento, amor, contemplação do belo e, também, ao mesmo
tempo, uma ‘comunhão com a verdade’ e uma ‘verdade que cria comunhão’, ‘uma
beleza que atrai e apaixona’” (Francisco).
“Quando recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu
prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).
“Não deixe cair a profecia” (D. Hélder Câmara,
1999, dias antes de sua passagem).
XV Domingo do Tempo Comum 12.07.2015
Am 7, 12-15 Ef 1, 3-14 Mc 6, 7-13
ESCUTAR
“Não sou profeta nem sou filho
de profeta; sou pastor de gado e cultivo sicômoros” (Am 7, 14).
“Bendito seja Deus, Pai de
nosso Senhor Jesus Cristo. Ele nos abençoou com toda a bênção do seu Espírito
em virtude de nossa união com Cristo, no céu” (Ef 1, 3).
“Se em algum lugar não vos receberem nem
quiserem vos escutar, quando sairdes, sacudi a poeira dos pés, como testemunho
contra eles!” (Mc 6, 11).
MEDITAR
A Igreja é chamada a dar o seu
testemunho por Cristo, assumindo posições corajosas e proféticas, em face da
corrupção do poder político ou econômico; não correndo ela própria atrás da
glória e dos bens materiais; usando seus bens para o serviço dos mais pobres e
imitando a simplicidade de vida do Cristo”(João Paulo II, Redemptoris Missio).
Recebi o meu convite
para a festa deste mundo; a minha vida foi abençoada. Os meus olhos viram, meus
ouvidos ouviram. Nessa festa, eu só tinha que tocar o meu instrumento musical:
executei o melhor que pude a parte que me havia sido atribuída. Agora,
pergunto-te, Senhor: chegou o momento de entrar e ver o teu rosto?
(Rabindranath Tagore).
ORAR
O
profeta recebe um encargo que o leva a invadir, com certa ingenuidade, espaços
rigorosamente protegidos. As bênçãos de Deus nem sempre são carícias e seus
dons podem ser pedras toscas lançadas pelas mãos e bocas dos profetas contra as
consciências adormecidas. O profeta será sempre um intruso em nossas vidas e
instituições ajustadas e conformadas. O risco da missão confiada por Cristo se
chama pobreza, para que não se torne um fardo o caminho e estorve a força do
Evangelho. O tom maior é mais sobre o levar
do que o possuir. O Evangelho de
Jesus Cristo não necessita de meios tecnológicos adequados e de ponta. A sua
força e expansão estão nos encontros pessoais e amorosos e não nas
parafernálias usadas que mais fazem desaparecer a Boa Nova do que torná-la
visível. Devemos estar sempre a caminho e nunca instalados. O báculo para Jesus
não servia para mandar, mas para caminhar. Jesus não pensa no que devemos levar
para sermos eficazes, mas no que não devemos levar para não vivermos encerrados
no nosso bem estar. A Igreja de Jesus deve reaprender a viver em minoria no
meio de uma sociedade secularizada e consumista. Depois de ser a religião
oficial do Império Romano; de ter exercido durante séculos um poder hegemônico,
as igrejas não conseguem caminhar sem o apoio de algum poder que lhes garanta atuar com
privilégios e superioridade. O evangelho é anunciado por aqueles que sabem
viver com simplicidade, homens e mulheres livres que conhecem o prazer de
caminhar pela vida, sem sentir-se escravos das coisas. Para o cristão, basta um
amigo, uma amiga, um bastão e poucas sandálias para adentrar pelas veredas da
Vida.
CONTEMPLAR
São
João Batista, 1996, Giuliano Vangi, bronze, Florença, Praça
de Santa Maria sopr'Arno, Italia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário