segunda-feira, 15 de setembro de 2014

O Caminho da Beleza 44 - XXV Domingo do Tempo Comum

O Caminho da Beleza 44
Leituras para a travessia da vida


“O conceito de sabedoria é aquele que reúne harmonicamente diversos aspectos: conhecimento, amor, contemplação do belo e, também, ao mesmo tempo, uma ‘comunhão com a verdade’ e uma ‘verdade que cria comunhão’, ‘uma beleza que atrai e apaixona’” (Francisco).

Quando recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).

“Não deixe cair a profecia” (D. Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).



XXV Domingo do Tempo Comum               21.09.2014
Is 55, 6-9                 Fl 1, 20-24.27                    Mt 20, 1-16


ESCUTAR

“Meus pensamentos não são como os vossos pensamentos, e vossos caminhos não são como os meus caminhos, diz o Senhor” (Is 55, 5-9).

“Só uma coisa importa: vivei à altura do evangelho de Cristo” (Fl 1, 27).

“Por acaso não tenho o direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence?” (Mt 20, 15).


MEDITAR

“Deus meu, foi te buscando
Que alguém te encontrou,
Eu, ao contrário, te encontrei fugindo de ti.
Foi mediante a busca que alguém te achou,
Eu descobri que eras Tu quem outorga a busca.
Tu mesmo eras o caminho que permite chegar até Ti.
Tu eras o princípio e serás o final.
Tu eras tudo e isso me basta.
Tudo mais é loucura”.
(Abdolah Ansari)

“Rabi Baruch procura um meio de explicar que Deus é um companheiro de exílio, um solitário abandonado, um estranho não reconhecido entre os homens. Um dia, seu neto brincava de esconde-esconde com outro pequeno garoto. Ele se esconde, mas o outro desiste de procurar e se vai. A criança vai até seu avô em lágrimas. Então, com os olhos também cheios de lágrimas, Rabi Baruch se lamenta: ‘Deus diz a mesma coisa: Eu me escondo, mas ninguém vem me procurar’” (Martin Buber).


ORAR

     “Ide para a minha vinha”, diz o Senhor e tudo se joga num instante, numa ocasião que não se pode deixar passar. Se não abrirmos os olhos, nos colocarmos de pé e não respondermos ao chamado, faltaremos ao encontro decisivo da nossa vida. Este é o momento favorável e o dia da salvação (2 Cor 6, 2) e não haverá outros mais favoráveis. Não podemos pedir “um tempo” para considerar a oferta, para avaliar o convite e responder numa próxima vez. O Senhor nos quer encontrar hoje, pois qualquer hora é hora para Ele desde que seja a hora do nosso Sim. Os caminhos do Senhor e seus pensamentos podem não coincidir, rigorosamente, com os nossos. Ao encontrarmos o Senhor a entrega há de ser inteira e despojada. Para encontrá-Lo, devemos, primeiro, renunciar aos nossos pensamentos sobre Ele. A deformação da imagem de Deus é o perigo que correm as pessoas religiosas. Quanto mais o Senhor se revela tanto mais se faz misterioso e sempre sua revelação nos desconcerta e nos escandaliza. O chamado à vinha é graça e o prêmio é dom, pois a alegria do Senhor é dar sem medida. Deus nos fala da gratuidade e nós respondemos a Ele, falando da “justiça” com suas clausulas, códigos e regras. A generosidade de Deus sempre cria problemas e, muitas vezes, se torna um obstáculo para a fé e um perigo para a moral daqueles que rechaçam os que consideram indignos e pecadores. A parábola não se dirige aos pecadores, mas aos bons e justos que devem se questionar sobre suas reações diante dos comportamentos surpreendentes e escandalosos de Deus. Não é fácil acreditar nesta bondade insondável de Deus que nos fala Jesus. Podemos nos escandalizar que Deus seja bom para com todos, mereçam ou não; sejam crentes ou agnósticos; invoquem seu nome ou vivam de costas para Ele. Deus é assim e o melhor que podemos e devemos fazer é deixar que Ele seja o que é, sem apequená-Lo com nossas ideias, esquemas e frustrações.


CONTEMPLAR

À Meia-Noite, 2005, Michael Triegel (1968-), técnica mista sobre MDF, 80 cm x 126,5 cm, coleção particular, Fundação São Mateus, Berlim, Alemanha.





Nenhum comentário:

Postar um comentário