segunda-feira, 1 de setembro de 2014

O Caminho da Beleza 42 - XXIII Domingo do Tempo Comum

O Caminho da Beleza 42
Leituras para a travessia da vida


“O conceito de sabedoria é aquele que reúne harmonicamente diversos aspectos: conhecimento, amor, contemplação do belo e, também, ao mesmo tempo, uma ‘comunhão com a verdade’ e uma ‘verdade que cria comunhão’, ‘uma beleza que atrai e apaixona’” (Francisco).

Quando recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).

“Não deixe cair a profecia” (D. Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).



XXIII Domingo do Tempo Comum                        07.09.2014
Ez 33, 7-9                Rm 13, 8-10                       Mt 18, 15-20


ESCUTAR

“Quanto a ti, filho do homem, eu te estabeleci como vigia para a casa de Israel. Logo que ouvires alguma palavra da minha boca, tu os deve advertir em meu nome” (Ez 33, 7).

“Não fiqueis devendo nada a ninguém, a não ser o amor mútuo, pois quem ama o próximo está cumprindo a lei” (Rm 13, 8).

“Pois, onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou aí, no meio deles” (Mt 18, 20).


MEDITAR

“Para o voo ser inteiro é preciso ter duas asas: a verdade e a sua transparência” (Guilherme Zamoner).

“Nossa experiência de Deus é como o ato de nadar num eterno oceano de amor ou interagir com a presença despercebida do ar: inspiramos amor e expiramos amor. Essa experiência é onipresente, onisciente e onipotente. Jamais se esgota, sempre se expande. Quando procuro descrever essa realidade, as palavras me falham, então simplesmente digo o nome Deus” (John Shelby Spong).


ORAR

“Não fiqueis devendo nada a ninguém, a não ser o amor mútuo”. As dívidas mais importantes e vitais que temos são dívidas de amor. Sempre estaremos em débito, porque ao pagar as dívidas do presente as do futuro surgirão. O cristão sempre ficará, por amor, a dever alguma coisa para alguém. O amor é um crédito que os outros exibem diante de nós sempre e em todas as partes. Quando servimos os pobres não fazemos mais do que pagar nossas dívidas de amor. O profeta nos apela a sermos sempre sentinelas do amor. Não vigias da disciplina e da intolerância e nem vigias que não dormem para acusar os inimigos, mas se tornam sonolentos quando se trata de defender a prática do amor. O cristão age em comunidade sob o signo da corresponsabilidade. Cada um é sentinela do seu irmão para resgatar a prepotência assassina de Caim: “Sou eu o guarda do meu irmão? Quem não ama é assassino e as vozes do sangue dos não-amados clamarão aos céus”(Gn 4, 10). Ser sentinela não significa comportar-se como espião ou polícia do outro, pois antes de criticar o próximo é necessário demonstrar nosso cuidado, nossa atenção, e fazê-lo acreditar que é amado, apesar de tudo. O amor, a paciência, a misericórdia e o respeito são a luz indispensável para a correção fraterna dos nossos irmãos. Mais do que discipliná-lo é preciso chamá-lo a deixar-se amar. A correção fraterna exige o abandono de qualquer superioridade, pois todos partilhamos da mesma fragilidade e miséria. Nunca dizer: “Olha o que você fez!”, mas “Veja o que somos capazes de fazer”. E para aquele que se auto-exclui da comunidade devemos ainda mais amor. Na Igreja de Jesus não podemos estar por inércia nem por costume ou medo. Devemos estar reunidos em seu nome e alimentando-nos do seu Evangelho. Reunir-se em nome de Jesus é criar um espaço para viver a existência em torno Dele e do Seu horizonte. Um espaço definido não pelos limites das doutrinas, dos costumes e práticas, mas pelos horizontes de amor. O cristão não conhece limites, mas horizontes. Devemos ser uma luz no meio de uma Igreja debilitada pela rotina e paralisada pelos medos. A renovação da Igreja começa sempre no coração de dois ou três crentes que se unem em nome de Jesus: a presença de Deus está onde existe a presença fraterna. Meditemos em nosso coração o livro dos Provérbios: “O homem cercado de muitos amigos tem neles sua desgraça, mas existe um amigo mais unido que um irmão” (Pr 18, 24).


CONTEMPLAR

Acolhida (detalhe), Eduardo Spiller, 1983, foto, Curitiba, Brasil.






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