O Caminho da Beleza 11
Leituras para a travessia da
vida
“O
conceito de sabedoria é aquele que reúne harmonicamente diversos aspectos:
conhecimento, amor, contemplação do belo e, também, ao mesmo tempo, uma
‘comunhão com a verdade’ e uma ‘verdade que cria comunhão’, ‘uma beleza que
atrai e apaixona’” (Francisco).
“Quando
recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha
íntima alegria” (Jr 15, 16).
“Não
deixe cair a profecia” (D.
Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).
Festa da Apresentação do Senhor 02.02.2104
Ml 3, 1-4 Hb 2, 14-18 Lc 2, 22-32
ESCUTAR
“Ele é como o
fogo da forja e como a barrela dos lavadeiros; e estará a postos, como para
fazer derreter e purificar a prata: assim ele purificará os filhos de Levi e os
refinará como ouro e como prata, e eles poderão assim fazer oferendas justas ao
Senhor” (Ml 3, 1-3).
Pois, tendo ele próprio sofrido ao ser
tentado, é capaz de socorrer os que agora sofrem a tentação” (Hb 2, 18).
“Foram também
oferecer o sacrifício – um par de rolas ou dois pombinhos – , como está ordenado
na lei do Senhor” (Lc 2 24).
MEDITAR
“Não há uma
moral cristã. Há uma mística cristã. A imensa maioria dos cristãos não se apercebe
disso [...] No Cristo, não há lei. No Cristo começa um regime novo, o regime da
graça, que é o regime da liberdade, que é o regime do amor” (Maurice Zundel).
“Com Jesus, a
justificação do desejo se transforma em amor. A ternura infinita do coração de
Deus – falo evidentemente com palavras humanas – explodiu em nós. Seu filho,
Jesus, assim nos mostrou e inicia quem o queira no desejo libertado pelo amor”
(Françoise Dolto).
ORAR
Maria e José cumprem a Lei de Moisés: a que pariu deve ser purificada aos
quarenta dias do nascimento do varão e o primogênito deve ser consagrado a
Deus. Como não tinham dinheiro para comprar um cordeiro, foi colocado no altar
a oferenda mínima prescrita aos mais pobres, dois pombos. A luz que Simeão vê
não desce do alto e nem do monte Sinai, mas jorra intensamente do próprio
Menino. É o prenúncio da Luz da Páscoa que não apaga da memória as trevas da
Paixão, mas que as ilumina ao revelar que a loucura de Deus é mais sábia que os
homens e a fraqueza de Deus é mais forte que os homens”(1 Cor 1, 25). Na Cruz,
Deus se desvela, infinitamente, mais forte que todos os seus inimigos. Bernardo
de Claraval pregava: “O que é mais violento que o Amor e, no entanto, o que
existe de menos violento? Qual é esta força tão violenta para alcançar a
vitória e tão vencida para suportar a violência?” (Sermão 64 sobre o Cântico dos
Cânticos). A comunidade eclesial deve estar segura de que tudo acontece por
Ele, com Ele e Nele, pois “como Ele próprio sofreu a prova, pode ajudar os que
são provados”. Esta é a festa da Luz que brota dos mais pequenos e simples, dos
que vivem à margem da vida e que nós desviamos o olhar para não encontrá-los.
Nosso coração continua nas sombras porque está fechado em si mesmo e sem saber
que a luz do Cristo é de outra ordem. Ela vem da abertura absoluta do coração e
de sua disponibilidade absoluta para servir. O papa Francisco dizia: “A paz não
se vende e nem se compra. Ela é um dom de Deus. Um cristão, mesmo nas provas
mais dolorosas, jamais perde a paz e a presença de Jesus” (Missa em Santa
Marta, 04.04.2013). Na Igreja de Jesus, quando não vivemos para os outros,
somos atormentados pelas falsas imagens que fazemos de Jesus Cristo para nos
poupar dos encontros vitais com os diferentes de nós. Fechados sobre nós
mesmos, encastelados nas instituições criadas por nós e para nós esvaziamos a
força vital do Espírito e perdemos o dom de Deus. A eucaristia é o sacramento
do dom para os outros e com os outros, pois não somos cristãos para salvar-nos a
nós mesmos, caso assim fosse a Eucaristia seria uma atroz imitação e uma
pérfida dissimulação. Hoje é a festa da Luz que brota no mais íntimo dos
menores e dos bem-aventurados do Reino, pois Jesus disse: “Todas as vezes que
fizestes isso a um destes mais pequeninos, que são meus irmãos, foi a Mim que o
fizestes” (Mt 25, 40). Meditemos as palavras do Papa Francisco: “O Senhor que
viveu humildemente nos ensina que nem tudo é mágica em nossa vida e que o
triunfalismo não é cristão. A justa atitude do cristão é perseverar no caminho
do Senhor, até o fim, todos os dias. Eu não digo recomeçar de novo todos os
dias: não, perseguir o caminho, um caminho com dificuldades, mas com tantas
alegrias. O caminho do Senhor” (Santa Marta, 12.04.2013).
CONTEMPLAR
A Circuncisão
no Estábulo, Rembrandt van Rijn, 1654, gravura sobre papel, 15.9 x
22.9 cm, The National Gallery of Art, Washington, D. C., Widener
Collection, Estados Unidos.
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