O Caminho da Beleza 10
Leituras para a travessia da vida
“O
conceito de sabedoria é aquele que reúne harmonicamente diversos aspectos:
conhecimento, amor, contemplação do belo e, também, ao mesmo tempo, uma
‘comunhão com a verdade’ e uma ‘verdade que cria comunhão’, ‘uma beleza que
atrai e apaixona’” (Francisco).
“Quando
recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha
íntima alegria” (Jr 15, 16).
“Não
deixe cair a profecia” (D.
Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).
III Domingo do Tempo Comum 26.01.2014
Is 8, 23- 9, 3 1 Cor 1, 10-13.17 Mt 4, 12-23
ESCUTAR
“No tempo
passado, o Senhor humilhou a terra de Zabulon e a terra de Neftali; mas
recentemente cobriu de glória o caminho do mar, do além-Jordão e da Galileia
das nações” (Is 8, 23).
“Irmãos, eu vos exorto, pelo nome do Senhor nosso,
Jesus Cristo, a que sejais todos concordes uns com o os outros e não admitais
divisões entre vós” (1 Cor 1, 10).
“Segui-me e eu farei de vós pescadores de homens” (Mt
4, 19).
MEDITAR
“Não existe absolutamente um mal sequer do qual não nasça
um bem” (Voltaire).
“A amizade não tem sentido a não ser quando está
pronta a se provar por um sacrifício” (Sully Prudhomme).
ORAR
Mesmo que não saibamos no
mapa geográfico onde se encontra a terra de Zabulon, de Neftali, o rio Jordão,
Madian e o lago da Galileia, o mais importante é saber onde nós nos
encontramos. O essencial é olhar na direção precisa para captar a ocasião de
luz, de alegria e de libertação que nos é oferecida. Sete séculos antes de
Cristo, duas tribos de Israel – Zabulon e Neftali – foram deportadas para
Assíria. Esta região ficou conhecida como “Galileia dos pagãos”. Jesus é
oriundo desta região, meio judia e meio pagã e o profeta nos lembra que seu
povo “habitava nas sombras da morte”. Esta Galileia era uma terra sob o poder
do imperialismo romano e este poder faz parte da escuridão e da sombra da
morte. Jesus é a luz que irrompe desta escuridão para anunciar o Reino de Deus.
O Evangelho revela que Jesus não quer agir sozinho e busca simples pescadores
para serem seus companheiros. Jesus vai para Cafarnaum, um pequeno povoado
agrícola e pesqueiro. Jesus não vai para as cidades maiores nem para o centro
do poder político, econômico, social, cultural e religioso. Jesus e seus
discípulos nunca se tornaram uma casta separada e diferenciada do povo. Jesus
testemunhava que o anúncio do Reino acontece quando o encontro fraterno supera
todas as diferenças e divisões. Paulo enfrenta o exibicionismo dos que andavam
pelas cidades: “Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar a boa nova
da salvação, sem me valer dos recursos da oratória, para não privar a cruz de
Cristo da sua força própria”. Temos que enfrentar todas as formas de uma
religião do entretenimento que oferece o sucesso pessoal, sem sofrimento, risco
e afasta para longe o kerigma que deve ser anunciado: Cristo morto e
ressuscitado. Não podemos anular a Cruz do Cristo que une todos os homens e
mulheres. Aniquilar as divisões é a tarefa mais desafiadora e vital dos
cristãos. Seguir o Cristo Morto e Ressuscitado é seguir um caminho que pode nos
levar à Cruz como expressão máxima da nossa doação pela unidade no amor. Se
nesta travessia reinarem a divisão e a discórdia, a Cruz do Cristo perderá a
sua força e a tornaremos, por nosso amor e indiferença, absolutamente inválida
e seremos, para todo o sempre, réus do Corpo e do Sangue do Cristo.
CONTEMPLAR
A pesca
miraculosa de peixes, Raffaello Sanzio, 1515, têmpera sobre papel montado sobre
tela, 360 x 400 cm, Victoria e Albert Museum, Londres, Reino Unido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário