segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

O Caminho da Beleza 10 - III Domingo do Tempo Comum

O Caminho da Beleza 10
Leituras para a travessia da vida

“O conceito de sabedoria é aquele que reúne harmonicamente diversos aspectos: conhecimento, amor, contemplação do belo e, também, ao mesmo tempo, uma ‘comunhão com a verdade’ e uma ‘verdade que cria comunhão’, ‘uma beleza que atrai e apaixona’” (Francisco).

Quando recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).

“Não deixe cair a profecia” (D. Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).



III Domingo do Tempo Comum                   26.01.2014
Is 8, 23- 9, 3                       1 Cor 1, 10-13.17               Mt 4, 12-23



ESCUTAR

 “No tempo passado, o Senhor humilhou a terra de Zabulon e a terra de Neftali; mas recentemente cobriu de glória o caminho do mar, do além-Jordão e da Galileia das nações” (Is 8, 23).

“Irmãos, eu vos exorto, pelo nome do Senhor nosso, Jesus Cristo, a que sejais todos concordes uns com o os outros e não admitais divisões entre vós” (1 Cor 1, 10).

“Segui-me e eu farei de vós pescadores de homens” (Mt 4, 19).



MEDITAR

“Não existe absolutamente um mal sequer do qual não nasça um bem” (Voltaire).

“A amizade não tem sentido a não ser quando está pronta a se provar por um sacrifício” (Sully Prudhomme).



ORAR

Mesmo que não saibamos no mapa geográfico onde se encontra a terra de Zabulon, de Neftali, o rio Jordão, Madian e o lago da Galileia, o mais importante é saber onde nós nos encontramos. O essencial é olhar na direção precisa para captar a ocasião de luz, de alegria e de libertação que nos é oferecida. Sete séculos antes de Cristo, duas tribos de Israel – Zabulon e Neftali – foram deportadas para Assíria. Esta região ficou conhecida como “Galileia dos pagãos”. Jesus é oriundo desta região, meio judia e meio pagã e o profeta nos lembra que seu povo “habitava nas sombras da morte”. Esta Galileia era uma terra sob o poder do imperialismo romano e este poder faz parte da escuridão e da sombra da morte. Jesus é a luz que irrompe desta escuridão para anunciar o Reino de Deus. O Evangelho revela que Jesus não quer agir sozinho e busca simples pescadores para serem seus companheiros. Jesus vai para Cafarnaum, um pequeno povoado agrícola e pesqueiro. Jesus não vai para as cidades maiores nem para o centro do poder político, econômico, social, cultural e religioso. Jesus e seus discípulos nunca se tornaram uma casta separada e diferenciada do povo. Jesus testemunhava que o anúncio do Reino acontece quando o encontro fraterno supera todas as diferenças e divisões. Paulo enfrenta o exibicionismo dos que andavam pelas cidades: “Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar a boa nova da salvação, sem me valer dos recursos da oratória, para não privar a cruz de Cristo da sua força própria”. Temos que enfrentar todas as formas de uma religião do entretenimento que oferece o sucesso pessoal, sem sofrimento, risco e afasta para longe o kerigma que deve ser anunciado: Cristo morto e ressuscitado. Não podemos anular a Cruz do Cristo que une todos os homens e mulheres. Aniquilar as divisões é a tarefa mais desafiadora e vital dos cristãos. Seguir o Cristo Morto e Ressuscitado é seguir um caminho que pode nos levar à Cruz como expressão máxima da nossa doação pela unidade no amor. Se nesta travessia reinarem a divisão e a discórdia, a Cruz do Cristo perderá a sua força e a tornaremos, por nosso amor e indiferença, absolutamente inválida e seremos, para todo o sempre, réus do Corpo e do Sangue do Cristo.



CONTEMPLAR


A pesca miraculosa de peixes, Raffaello Sanzio, 1515, têmpera sobre papel montado sobre tela, 360 x 400 cm, Victoria e Albert Museum, Londres, Reino Unido.



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