O Caminho da Beleza 46
Leituras para a travessia da vida
“A
beleza é a grande necessidade do homem; é a raiz da qual brota o tronco de
nossa paz e os frutos da nossa esperança. A beleza é também reveladora de Deus
porque, como Ele, a obra bela é pura gratuidade, convite à liberdade e arranca
do egoísmo” (Bento XVI, Barcelona, 2010).
“Quando
recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha
íntima alegria” (Jr 15, 16).
“Não
deixe cair a profecia” (D.
Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).
ESCUTAR
“Vai se se acabar quem não é reto, o justo viverá por sua fidelidade”
(Hab 2, 4).
“Pois Deus não nos deu um espírito de covardia, mas de força, de amor
e sobriedade” (2 Tm 1, 7).
“Assim também vós: quando tiverdes feito tudo o que vos mandaram,
dizei: ‘Somos simples servos; fizemos o que devíamos fazer’” (Lc 17, 10).
MEDITAR
“O Ocidental não aceita o ‘sofrimento’ como parte de sua vida e desse
modo ele nunca pode retirar dele uma força positiva” (Etty Hillesum).
“Dai-me Senhor, a liberdade de aceitar as coisas que não posso mudar.
Dai-me a coragem de mudar aquelas que posso mudar. Dai-me a sabedoria de
distingui-las umas das outras” (Friedrich Christoph Oetinger).
ORAR
A fé se apresenta hoje sob três pontos de vista: a paciência, a perseverança e o trabalho pelo Reino. O justo se nutre e se fortalece na e pela fé. Entretanto, a fé não se alimenta de seguranças, explicações, verificações imediatas, mas de esperas intermináveis. Não nos é permitido forçar a Deus, aprisioná-Lo em nossas previsões, nossos cálculos e programas. A espera é feita de paciência, calma, paz e tempos largos. Implica a capacidade de resistir ao desalento e à desilusão. Nada acontece quando nós decidimos por nós mesmos, pois Deus se faz esperar. Temos sempre a sensação de que Deus parece andar atrasado quando O comparamos com a nossa pressa e não confiamos em sua promessa. A parábola do evangelho deve ser compreendida tendo como referência o servo e não o patrão orgulhoso, pretencioso e ostensivo diante dos seus servos. Nós somos os servos que nos empenhamos com amor e humildade e a relação com Deus está sob o sinal da gratuidade e não de um contrato. Hoje abundam servos que se consideram indispensáveis e insubstituíveis; que alardeiam as coisas grandiosas que pensam ter feito. Hoje temos necessidade de servos inúteis se desejarmos que a vinha do Senhor se cultive; necessitamos de operários que encontrem a alegria no seu empenho pelo Reino de Deus ainda que seja na obscuridade e não na exibição descarada dos seus empreendimentos. Muitos são os servos que querem se colocar em evidência por meio dos seus programas grandiosos, anunciar iniciativas arrojadas e proclamar mudanças determinantes. Para o Senhor, a história é feita pelos “servos inúteis”, humildes e incansáveis que se colocam sempre à disposição do seu Senhor. O servo do Evangelho não se presta à adoração pública, pois prefere que lhe seja concedido receber, depois de ter-se disponibilizado total e silenciosamente a Deus, o raríssimo e precioso prêmio da inutilidade: a vida eterna.
CONTEMPLAR
Jesus lavando os pés
de Pedro, Ford Madox Brown, 1852-56, óleo sobre tela, 1168 x 1333 mm, Galeria Tate,
Londres, Reino Unido.
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