O Caminho da Beleza 45
Leituras para a travessia da vida
“A beleza é a
grande necessidade do homem; é a raiz da qual brota o tronco de nossa paz e os
frutos da nossa esperança. A beleza é também reveladora de Deus porque, como
Ele, a obra bela é pura gratuidade, convite à liberdade e arranca do egoísmo”
(Bento XVI, Barcelona, 2010).
“Quando recebia
tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima
alegria” (Jr 15, 16).
“Não deixe
cair a profecia” (D. Hélder Câmara,
1999, dias antes de sua passagem).
XXVI Domingo do Tempo Comum 29.09.2013
Am 6, 1.4-7 1
Tm 6, 11-16 Lc 16,
19-31
ESCUTAR
“Ai dos que vivem
despreocupadamente em Sião, os que se sentem seguros nas alturas de Samaria!” (Am
6, 1).
“Tu que és um homem de
Deus, foge das coisas perversas, procura a justiça, a piedade, a fé, o amor, a
firmeza, a mansidão” (1 Tm 6, 11).
“Há um grande abismo
entre nós: por mais que alguém desejasse, não poderia passar daqui para junto
de vós, e nem os daí poderiam atravessar até nós” (Lc 16, 26).
MEDITAR
“Comece fazendo o que
é necessário, despois o que é possível e de repente estarás fazendo o
impossível” (São Francisco de Assis).
“Somente quando não se
poupam as mãos no serviço de amor e de misericórdia na disposição diária de
ajudar, pode a boca anunciar com alegria e credibilidade a palavra do amor e da
misericórdia de Deus” (Dietrich Bonhoeffer).
ORAR
Há
um momento da vida que é preciso “acertar as contas” e na maioria das vezes o
cenário é desagradável: uma existência fútil e inútil; uma ostentação descarada
do luxo, um alarde das riquezas acumuladas por meios inconfessáveis. O profeta
não poupa as palavras: a orgia dos dissolutos acabará de uma maneira trágica:
“Eles irão agora para o desterro, na primeira fila, e o bando dos gozadores
será desfeito”. Na parábola de Jesus, o rico não tem nome e nem o necessita,
pois de todas as maneiras seria abusivo para qualquer um desde que a vida se
torna vazia, fútil e se gasta unicamente em favor próprio. O mendigo não possui
nada e nada recebe além da compaixão dos cachorros que vinham lamber as suas
feridas. Mas, tem um nome importante – Lázaro – que significa Deus trouxe auxílio. A narrativa evangélica
não pretende descrever o além-da-morte,
nem nos informar sobre a decoração e a temperatura do inferno. Ela quer nos
fazer entender a mudança radical das perspectivas no momento da morte, quando o
teatro termina, as cortinas se fecham e as luzes se apagam. Em síntese, a
parábola afirma que a Palavra de Deus Basta e sobra!!! Não há aparições, nem de
mortos ou fantasmas, que podem substituí-la e nem sinais extraordinários que
sejam mais convincentes. Os mais pobres exigem que façamos justiça às suas
vidas e que transformemos as estruturas sociais e religiosas que os condenam à mendicância. Neles,
o Cristo mendiga a cada instante e deste Cristo encarnado nos pobres não
podemos nos envergonhar, pois o evangelho de Jesus revela que quanto menor é o
irmão tanto maior é nele a presença do Cristo: “Aquele que recebe um destes
pequeninos é a mim que recebe” (Mc 9, 37). Ironicamente, o evangelista mostra que
Lázaro não teve um funeral e, no entanto, “os anjos levaram-no para junto de
Abraão”. E o rico anônimo acostumado às pompas foi, simplesmente, enterrado.
Devemos ter a lucidez que um lázaro qualquer de nossas vidas, o menor entre os
menores, é e sempre será o que poderá interceder por nós diante Daquele que vive e reina com o Pai na unidade do Espírito
Santo, por todos os séculos. Amém.
CONTEMPLAR
Lázaro e o rico, maestro de Westfália, século XV,
Fundação Barnes, Merion, Pensilvania, Estados Unidos.
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