segunda-feira, 7 de outubro de 2013

O Caminho da Beleza 47 - XXVIII Domingo do Tempo Comum


O Caminho da Beleza 47
Leituras para a travessia da vida

A beleza é a grande necessidade do homem; é a raiz da qual brota o tronco de nossa paz e os frutos da nossa esperança. A beleza é também reveladora de Deus porque, como Ele, a obra bela é pura gratuidade, convite à liberdade e arranca do egoísmo” (Bento XVI, Barcelona, 2010).

Quando recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).

“Não deixe cair a profecia” (D. Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).


 XXVIII Domingo do Tempo Comum                     13.10.2013
Rs 5, 14-17                      2 Tm 2, 8-13                      Lc 17, 11-19


ESCUTAR

“‘Agora estou convencido de que não há outro Deus em toda a terra, senão o que há em Israel! Por favor, aceita um presente de mim, teu servo’. Eliseu respondeu: ‘Pela vida do Senhor, a quem sirvo, nada aceitarei’” (2 Rs 5, 15).

“A Palavra de Deus não está algemada” (2 Tm 2, 9).

“E este era um samaritano. Então Jesus perguntou: ‘Não foram dez os curados?’”(Lc 17, 17).


MEDITAR

“Damos graças por este Deus que não esmaga nunca, não se impõe, não julga e nunca rejeita ninguém (...) Damos graças a este Deus porque Ele é um Deus de relação e de comunhão e não um todo-poderoso solitário e distante. Ele é na sua própria natureza acolhida e dom; partilha e comunhão” (Pierre Claverie).

“Não é preciso agir visando a uma recompensa, nem ter em vista o que se poderia obter ou ganhar, mas é preciso agir somente por amor da virtude. Pois quanto mais se está esvaziado, mais se está pleno” (Mestre Eckhart).


ORAR

O evangelho narra que nove leprosos permaneceram curados, mas somente um, o samaritano, foi capaz do reconhecimento, da fé e da ação de graças e por isso foi salvo. A memória faz parte integrante da gratuidade e fazer memória ao Cristo é proclamar que não se pode algemar a Palavra e nem o seu dom. A fé ignora fronteiras porque a graça de Deus é para todos e somente os mesquinhos de coração se esforçam em confiná-la. Naamã, o sírio, acreditava que somente na terra santa de Israel era possível adorar e dar graças a Deus e, por esta razão, pede a Deus para levar “a terra que dois jumentos podem carregar”, pois somente assim poderia “celebrar”. Para Jesus, a oração é possível em qualquer parte e em qualquer lugar do mundo. A comunhão com Deus passa por meio da fé e mais nada. O importante é cultivar no terreno tenro do coração a dimensão do reconhecimento. O cristão não é o que pede graças ou recebe graças: o cristão é o que dá graças por reconhecer o dom e a dádiva gratuita de Deus. O cristão é o oposto do indivíduo que reivindica, reclama e exige. O cristão tem o sentido da dívida com Deus e experimenta a vida como um doar e não como um tomar. A ação de graças não se esgota na oração, mas na alegria de viver. A piedade extremada pode dar a impressão de que estamos participando nos funerais dos dons de Deus. A melhor maneira de “dar graças a Deus” é celebrar a vida. A gratidão é uma restituição que continua, é uma troca que não almeja alcançar a igualdade. A gratidão é aceitar com alegria que nossa vida está ligada ao Outro e a tantas outras vidas. O cristão e os de boa-vontade sabem que não existe uma coisa pior do que não ter nada para pedir: é não ter nada pelo que dar graças, agradecer.


CONTEMPLAR

Cura dos dez leprosos, Anônimo, 1035-1040, Codex Aureus Epternacensis, Nuremberg, Germanisches Nationalmuseum, Alemanha.

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