O Caminho da Beleza 49
Leituras para a travessia da vida
“A
beleza é a grande necessidade do homem; é a raiz da qual brota o tronco de
nossa paz e os frutos da nossa esperança. A beleza é também reveladora de Deus
porque, como Ele, a obra bela é pura gratuidade, convite à liberdade e arranca
do egoísmo” (Bento XVI, Barcelona, 2010).
“Quando
recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha
íntima alegria” (Jr 15, 16).
“Não
deixe cair a profecia” (D.
Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).
XXX Domingo do Tempo Comum 27.10.2013
Eclo 35, 15b-17.20-22 2 Tm 4, 6-8.16-18 Lc 18, 9-14
ESCUTAR
“O Senhor é um juiz que não faz acepção de pessoas. Ele não é parcial
em prejuízo do pobre, mas escuta, sim, a súplica do injustiçado. Jamais
despreza a súplica do órfão nem da viúva, quando esta lhe fala com seus
gemidos” (Eclo 35, 15b-16).
“Quanto a mim, já estou sendo oferecido em libação, pois chegou o
tempo da minha partida. Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a
fé” (2 Tm 4, 6-7).
“Quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado” (Lc
18, 14).
MEDITAR
“Deveria ter feito mais concessões e remado menos contra a maré? A
resposta a que eu mesmo ia me dar e a que queria ouvir me chega lá de dentro da
noite num inesperado canto de galo que me diz: Não! Não! Não!” (Joel Silveira).
“A grandeza não consiste em se colocar acima e exigir, a grandeza não
consiste em comandar, a grandeza, por ser grandeza, consiste em se dar e é
maior quem se dá mais!” (Maurice Zundel).
ORAR
O Senhor é o juiz imparcial, mas não é impassível;
é imparcial, mas não acima das partes. Ele está decididamente ao lado do pobre,
do oprimido e do indefeso. O Eclesiástico nos revela que somente “os gritos do
humilde atravessam as nuvens” e chegam ao seu destino. A oração do fariseu não
atravessa as nuvens e não atinge nem o teto do templo, pois está carregada com
o peso da vaidade e da auto-glorificação. Não expressa uma ação de graças, mas
a satisfação de si mesmo. O fariseu não ora, mas se olha, se contempla e reza
para si mesmo. Toda justiça do fariseu está construída com os próprios recursos.
A atitude do publicano revela que o contrário do pecado não é a virtude, mas a
fé. Uma fé que abre nossos olhos sobre o nada que somos e sobre o tudo que é
Deus; sobre as nossas limitações e a misericórdia infinita do Senhor. O Senhor
não contabiliza os nossos méritos, mas dá infinitamente o seu perdão e sua
misericórdia a quem reconhece que tem necessidade dela. O fariseu reza, submetido
à antiga lei, com as normas rígidas e as práticas legalistas que devem ser
observadas e, ao menos na aparência, cumpridas. Jesus exige que ultrapassemos
estes limites para que, amando com gratuidade, possamos oferecer a oração que
jorra do nosso coração. Devemos ser humildes diante do Senhor, pois a sua
Palavra é crítica da existência humana porque ela mesma se fez carne. Os
humildes saberão a fonte da luz que os habita porque Deus a revelou aos
pequeninos e se converterão, para sempre, em homens e mulheres redimidos na sua
dignidade que nada mais é do que uma liberdade em travessia: a dos
bem-aventurados!
CONTEMPLAR
São Francisco em
êxtase,
Michelangelo Merisi da Caravaggio, ca. 1594-95, óleo sobre tela, 92.5 × 127.8
cm, The Ella Gallup Sumner and Mary Catlin Sumner Collection Fund, Wadsworth
Atheneum Museum of Art, Hartford, Connecticut, Estados Unidos.
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