segunda-feira, 9 de setembro de 2013

O Caminho da Beleza 43 - XXIV Domingo do Tempo Comum


O Caminho da Beleza 43
Leituras para a travessia da vida

A beleza é a grande necessidade do homem; é a raiz da qual brota o tronco de nossa paz e os frutos da nossa esperança. A beleza é também reveladora de Deus porque, como Ele, a obra bela é pura gratuidade, convite à liberdade e arranca do egoísmo” (Bento XVI, Barcelona, 2010).

Quando recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).

“Não deixe cair a profecia” (D. Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).


XXIV Domingo do Tempo Comum             15.09.2013
Ex 32, 7-11. 13-14             1 Tm 1, 12-17                      Lc 15, 1-32


ESCUTAR

“Vejo que este é um povo de cabeça dura” (Ex 32, 9).

“Por isso encontrei misericórdia, para que em mim, como primeiro, Cristo Jesus demonstrasse toda a grandeza de seu coração” (1 Tm 1, 16).

“Haverá no céu mais alegria por um só pecador que se converte do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão” (Lc 15, 7).


MEDITAR

“Porque Deus não é assim como vocês o vêem, tomados de medo. Deus é totalmente diferente. Deus não quer a morte de vocês. Deus não quer ser o caçador de vocês. Deus não quer vingar as suas culpas. Todas as culpas, afinal, provêm de seu medo, do seu desamparo e desespero. Deus sabe disso” (Eugen Drewermann).

“Compaixão significa justiça (...). Compaixão é onde a paz e a justiça se beijam” (Mestre Eckhart).


ORAR

A palavra misericórdia significa ter o próprio coração (cor) próximo aos pobres (miseri). Nestes nossos tempos de egolatria, as palavras misericórdia e compaixão passaram da moda e soam aos ouvidos de muitos como palavras sentimentais. “A misericórdia é a revelação da transcendência de Deus além de todo o humano e além de tudo o que é humanamente calculável”, diz o Cardeal Walter Kaspers. Na sua misericórdia, Deus se revela como o totalmente Outro e, ao mesmo tempo, paradoxalmente, como o totalmente próximo a nós. O evangelho desvela o verdadeiro rosto do Pai – um rosto materno – e sua incurável debilidade diante do filho “pecador” arrependido. O filho mais velho, ainda que não tivesse deixado a casa paterna, está distante da ternura do pai. Sua fidelidade é puramente formal; sua obediência está privada de alegria e de amor; seu coração é mesquinho e ele se recusa a abandonar seus esquemas rígidos. A verdadeira traição é a daquele que permanece sem dar o passo decisivo: ultrapassar a soleira da porta e penetrar no centro da casa onde está o coração do pai. Este coração, que recupera o filho por meio da nostalgia, do desejo, da espera vigilante e trepidante: “Correu-lhe ao encontro, abraçou-o e o cobriu de beijos”. Somos convidados a participar da festa final, caso contrário, faremos como o filho mais velho que com o seu coração ressequido interrompe a festa, os bailes, a música e o banquete. Como um diligente executor de ordens, não suporta a alegria e azeda a vida de todos os que estão disponíveis para a alegria e a ternura. Ele desafina a partitura paterna da sinfonia da misericórdia com uma nota que tem o poder de estragar a sua harmonia e suspender a sua execução. A música só voltará a tocar se ele, o distante, passar pela soleira da porta e entrar na festa. Será que terá esta magnanimidade?  

CONTEMPLAR

Retorno do Filho Pródigo, Pompeo Batoni, 1773, óleo sobre tela, 138 x 100,5 cm, Kunsthistorisches Museum, Viena, Áustria.

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