O Caminho da Beleza 44
Leituras para a travessia da vida
“A beleza é a
grande necessidade do homem; é a raiz da qual brota o tronco de nossa paz e os
frutos da nossa esperança. A beleza é também reveladora de Deus porque, como
Ele, a obra bela é pura gratuidade, convite à liberdade e arranca do egoísmo”
(Bento XVI, Barcelona, 2010).
“Quando recebia
tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima
alegria” (Jr 15, 16).
“Não deixe
cair a profecia” (D. Hélder Câmara,
1999, dias antes de sua passagem).
XXV Domingo do Tempo Comum 22.09.2013
Am 8, 4-7 1
Tm 2, 1-8 Lc 16, 1-13
ESCUTAR
“Nunca mais esquecerei
o que eles fizeram” (Am 8, 7).
“Quero, portanto, que
em todo lugar os homens façam a oração, erguendo mãos santas, sem ira e sem
discussões” (1 Tm 2, 8).
“Vós não podeis servir
a Deus e ao dinheiro” (Lc 16, 13).
MEDITAR
“A nossa vocação de
comunidade levou-nos a viver exclusivamente do nosso próprio trabalho, não
aceitando nem doações, nem heranças, nem presentes, absolutamente nada. A
audácia de não garantir nenhum capital, sem temer a possível pobreza, dá uma
força incalculável” (As fontes de Taizé).
"Sonhei que o papa enlouquecia. E ele mesmo
ateava fogo ao Vaticano e à Basílica de São Pedro. Loucura sagrada, porque Deus
atiçava o fogo que os bombeiros, em vão, tentavam extinguir. O papa, louco,
saía pelas ruas de Roma, dizendo adeus aos embaixadores, credenciados junto a
ele; e espalhando pelos pobres o dinheiro todo do Banco do Vaticano. Que
vergonha para os cristãos! Para que um papa viva o Evangelho, temos que imaginá-lo
em plena loucura” (Dom Hélder Câmara).
ORAR
A
lição de hoje é de uma visibilidade inconfundível: não se pode misturar
religião e injustiça; culto e fraude; glória de Deus e aviltamento do homem;
louvor ao Pai e exploração do fraco. Deus esquece as nossas práticas religiosas
ainda que as conciliemos com uma conduta desonesta, mas jamais esquece as
práticas de trapaça enganosas: “Dominar os pobres com dinheiro e os humildes
com um par de sandálias”. Os que governam e não conduzem o povo a uma vida
digna são maus administradores e “filhos das trevas”. São os que idolatram o
dinheiro e acumulam riquezas injustas porque não partilhadas. Os “filhos da
luz” devem testemunhar um mundo totalmente diferente, um mundo em que os
valores sejam os da acolhida, os da amizade e os da partilha. O gerente
fraudulento acaba agindo de uma maneira sensata e toma uma decisão imediata:
fazer amigos como um investimento para o futuro, pois considerou as relações
humanas mais importantes do que o dinheiro injusto acumulado pelo patrão. Só
devemos servir a Deus e devemos servi-Lo com mais astúcia, audácia, espírito
inventivo, sendo generosos com os bens que nos foram confiados e não mais
avarentos. Tudo nos foi dado por Deus para todos. O Senhor sente repugnância
pelo avarento, mas ama receber das pessoas generosas que servem a Deus ao
servir os seus irmãos. Meditemos as palavras de São Basílio: “Não és acaso um
ladrão, tu que te apossas das riquezas cuja gestão recebestes? Ao faminto
pertence o pão que guardas; ao homem nu, o manto que mantém guardado; ao
descalço, os sapatos que estão estragando em tua casa; ao necessitado, o
dinheiro que escondestes. Cometes assim tantas injustiças quantos são aqueles a
quem poderias dar”. Nossas igrejas e comunidades estão sempre em julgamento,
pois dizer e não fazer é uma impostura e com ela continuaremos a “diminuir
medidas, aumentar pesos, adulterar balanças, maltratar os humildes e causar a
prostração dos pobres da terra”. O Papa Paulo VI advertia: “Um cristão não pode
sentir-se tranquilo enquanto houver um homem que sofre; que é tratado
injustamente; que não tem o necessário para viver”.
CONTEMPLAR
O administrador astuto, Turone di Maxio, fim do século XIV,
Arquivo Capitular, corale MLX, f. 24v., Verona, Itália.
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