O Caminho da Beleza 32
Leituras para a travessia da vida
“A
beleza é a grande necessidade do homem; é a raiz da qual brota o tronco de
nossa paz e os frutos da nossa esperança. A beleza é também reveladora de Deus
porque, como Ele, a obra bela é pura gratuidade, convite à liberdade e arranca
do egoísmo” (Bento XVI, Barcelona, 2010).
“Quando
recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha
íntima alegria” (Jr 15, 16).
“Não
deixe cair a profecia” (D.
Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).
Festa de São Pedro e São Paulo 30.06.2013
At 12, 1-11 2 Tm 4, 6-8.17-18 Mt 16, 13-19
ESCUTAR
“O anjo tocou o ombro de Pedro,
acordou-o e disse: ‘Levanta-te depressa!’ As correntes caíram-lhe das mãos.”(At
12, 7).
“Combati o bom combate, completei
a corrida, guardei a fé. Agora está reservada para mim a coroa da justiça” (2
Tm 4, 7).
“Por isso eu te digo que tu és
Pedro e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca
poderá vencê-la” (Mt 16, 18).
MEDITAR
“Cada um de nós pode comunicar
uma luz infinita, cada um de nós é chamado a ser uma fonte de luz, cada um de
nós pode iluminar o dia, trazer a vida e ser uma manifestação da Presença
infinita” (Maurice Zundel).
“O Abbá Poemem dizia: há duas coisas que um monge deveria destestar
acima de tudo, porque, o fazendo, ele pode se tornar livre neste mundo. Um
irmão perguntou: ‘Quais são essas coisas?’. O Ancião respondeu: ‘A vida fácil e
a glória vã’.” (Apophtegma dos Padres
do Deserto).
ORAR
Nesta festa de
Pedro e Paulo somos chamados a perseverar apesar das calúnias, deslealdades e
covardias. A comunidade nascente esteve ameaçada tanto pela covarde negação de
Pedro que era Simão, quanto pela odiosa perseguição de Saulo que se tornaria
Paulo. O evangelho atualiza o profeta Isaías ao comparar Pedro com Eliachim, o
mordomo do palácio de Davi: “Eu lhe porei no ombro a chave do palácio de Davi:
o que ele abrir ninguém fechará, o que ele fechar ninguém abrirá” (Is 22, 22).
Pedro recebe a ordem de amar mais do que todos e com um amor incondicional e de
serviço aos hóspedes do seu Senhor. Os que conduzem a Igreja devem seguir a
Jesus e não O precederem, pois somente Ele nos mostra o caminho e nos diz:
“Segue-me!”. A profissão de fé de Pedro: “Tu és o Messias, o Filho do Deus
vivo” constitui a proclamação que a Igreja recebeu e que deve transmitir. A Boa
nova do Cristo é uma maravilha nascida não de uma ilusão, mas do dom divino da
Revelação: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano
que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu”. Pedro é proclamado por
Jesus como pedra da Igreja e o símbolo da pedra pertence à esfera da
estabilidade e da solidez. A rocha no Antigo Testamento expressa a segurança de
Deus e um refúgio inexpugnável: “Deus meu, rocha minha em que me refugio” (Sl
18, 3). A vida dedicada ao agir cristão é o sinal do verdadeiro apóstolo. É uma
consagração que transforma homens e mulheres em fermento, luz e um instante de
eternidade no interior da resistência do tempo e da finitude. Esta consagração
profunda e existencial conhece o sacrifício e a dor, mas produz sempre uma
beatitude e uma alegria porque “a tristeza entrou no mundo com Satanás”
(Bernanos). Pedro e Paulo viveram esta experiência de dor e de alegria e são,
desde então, o testemunho vivo da alegria e da fé. A comunidade eclesial deve
confiar no primado da promessa do Senhor de que o poder do inferno nunca poderá
vencer, pois o amor de Deus irrompe sem cessar nas igrejas unidas pelo amor
fraterno, conduzidas pelo Espírito e a sua paternidade se revela no pastoreio
do seu povo por meio do coração dos seus pastores escolhidos para velar pelo
seu rebanho. O papa Francisco nos alerta contra a vaidade que nos faz pensar
que somos “o prêmio Nobel da santidade” e nos lembra de que fomos tirados do
final do rebanho. Esta memória devemos trazê-la alicerçada nas nossas vidas
porque “quando um cristão não tem memória – é duro isso, mas é a verdade – não
é cristão: é idólatra. Porque está na frente de um Deus que não tem caminho,
não sabe fazer caminhos e o nosso Deus nos acompanha, se mescla conosco,
caminha conosco, nos salva, faz história conosco”(Homilia de Francisco na Casa
Santa Marta, 13.05.2013). Sejamos pedros
e paulos – mordomos, pastores e
apóstolos – com todas as nossas fragilidades humanas que são sustentadas pela
misericórdia do Senhor, pois “a escola da fé não é uma marcha triunfal, mas um
caminho salpicado de sofrimento e de amor, de provas e de uma fidelidade que
deve se renovar todos os dias” (Papa Bento XVI, Audiência de 24.05.2006).
CONTEMPLAR
A Conversão de São Paulo, anônimo, French Master, c. 1200,
miniatura em pergaminho, imagem bíblica com miniaturas do noroeste da França,
manuscrito “Den Haag, KB, 76 F 5”, Museum Meermanno and Koninklijke Bibliotheek,
Haia, Holanda.
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