domingo, 28 de abril de 2013

O Caminho da Beleza 24 - VI Domingo da Páscoa


O Caminho da Beleza 24
Leituras para a travessia da vida

A beleza é a grande necessidade do homem; é a raiz da qual brota o tronco de nossa paz e os frutos da nossa esperança. A beleza é também reveladora de Deus porque, como Ele, a obra bela é pura gratuidade, convite à liberdade e arranca do egoísmo” (Bento XVI, Barcelona, 2010).

Quando recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).

“Não deixe cair a profecia” (D. Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).


VI Domingo da Páscoa             05.05.2013
At 15, 1-2.22-19                 Ap 21, 10-14.22-23                      Jo 14, 23-29


ESCUTAR

“Ficamos sabendo que alguns dos nossos causaram perturbações com palavras que transtornaram vosso espírito. Eles não foram enviados por nós. Então decidimos, de comum acordo, escolher alguns representantes e mandá-los até vós, junto com nossos queridos irmãos Barnabé e Paulo, homens que arriscaram suas vidas pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo” (At 15, 24-26).

“Não vi o templo na cidade, pois o seu templo é o próprio Senhor, o Deus todo-poderoso, e o Cordeiro. A cidade não precisa de sol, nem de lua que a iluminem, pois a glória de Deus é a sua luz e a sua lâmpada é o Cordeiro” (Ap 21, 22-23).

“Não se perturbe nem se intimide o vosso coração” (Jo, 14, 27).


MEDITAR

“A fé não se negocia. Esta tentação sempre existe na história do povo de Deus: cortar um pedaço da fé ainda que não seja muito. (...) De fato, quando começamos a fragmentar a fé, a negociar a fé, a vendê-la a quem oferece o maior lance, começamos o caminho da apostasia, da não fidelidade ao Senhor” (Papa Francisco).

“Nós devemos afrontar o medo. Se nós paramos e voltamos atrás, estamos perdidos. Devemos discernir o momento em que contamos somente com nossas próprias forças. Se esquecemos a confiança em Jesus estamos perdidos, assim como se esquecermos a misteriosa atração que nos levou a escolher um engajamento, uma pessoa, uma amizade. A vida se vive na confiança. O medo e a confiança não caminham juntos” (Cardeal Martini).


ORAR

No interior da comunidade eclesial nem todos aceitam a novidade, pois estão presos à nostalgia das “coisas de antes” já superadas. Paulo e Barnabé foram contestados pelos que gostariam de impor aos neoconversos do paganismo a circuncisão, uma norma da lei antiga. Paulo adverte que nesta exigência está em perigo a própria essência da novidade cristã. Não temos o direito de criar dificuldades aos que se aproximam de nós. E a igreja-mãe de Jerusalém é enfática: “Decidimos, o Espírito Santo e nós, não vos impor nenhum fardo”. A desgraça do fundamentalismo de todos os tempos é a pretensão de impor cargas opressoras inúteis e de acrescentar ao jugo libertador de Cristo, um jugo suplementar e opressor feito de bagatelas. São estes os nostálgicos enfermos das “coisas de antes” e seu pecado original é a incapacidade de se abrirem às iniciativas renovadoras do Espírito. Estão sempre atrasados em relação aos acontecimentos e, consequentemente, às ações de Deus na história. Cristo pede uma conversão total da mentalidade e nos ordena “deixar!”, “perder” e “libertar”. Lucas nos faz saber que o novo santuário é o corpo ressuscitado de Cristo, sem nenhuma mediação do Templo do Antigo Testamento que fazia a intermediação entre Deus e o seu povo. O Cristo ressuscitado, o Vivente, é, ao mesmo tempo, o ponto de conjunção da humanidade com Deus e o ponto de união da humanidade inteira. As igrejas, pelo seu triunfalismo, não podem vender como “esplendor celeste” as luzes do êxito e do prestígio humano que cegam. O itinerário histórico da Igreja não progride de uma maneira linear. O cardeal Ravasi, do Conselho Pontifício para a Cultura, resume as virtudes da Igreja nestas leituras de hoje: “A dinâmica que impede a Igreja de ser nostálgica; a fidelidade que a impede de se desviar; a paciência que retém a precipitação; a profecia que faz compreender os sinais dos tempos; a tolerância e o diálogo que impedem a enfermidade do fundamentalismo e a esperança que a faz superar dúvidas e incertezas. Mas, sobretudo, deve prevalecer a fé no Espírito, guia último e vivo da Igreja”. Devemos acrescentar ainda a humildade como a capacidade de desaparecer para a visibilidade do Outro. Uma coisa não cabe, em nenhum momento, no rosto da Igreja de Jesus: os sinais de intolerância que desfiguram a face do Ressuscitado e cobrem de vergonha o seu Corpo Místico por todos os séculos, amém.


CONTEMPLAR

“Vós conheceis o Espírito de verdade, pois ele está em vós” (Jo 14, 17), Macha Chmakoff, Valence, França.

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