quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

O Caminho da Beleza 10 - III Domingo do Tempo Comum


O Caminho da Beleza 10
Leituras para a travessia da vida


A beleza é a grande necessidade do homem; é a raiz da qual brota o tronco de nossa paz e os frutos da nossa esperança. A beleza é também reveladora de Deus porque, como Ele, a obra bela é pura gratuidade, convite à liberdade e arranca do egoísmo” (Bento XVI, Barcelona, 2010).

Quando recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).

“Não deixe cair a profecia” (D. Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).


III Domingo do Tempo Comum                   27.01.2013
Ne 8, 2-6.8-10                   1 Cor 12, 12-30                  Lc 1, 1-4; 4,14-21


ESCUTAR

“E Neemias disse-lhes: ‘Ide para vossas casas e comei carnes gordas, tomai bebidas doces e reparti com aqueles que nada prepararam, pois este dia é santo para o nosso Senhor. Não fiqueis tristes, porque a alegria do Senhor será a vossa força’” (Ne 8, 10).

“De fato, todos nós, judeus ou gregos, escravos ou livres, fomos batizados num único Espírito para formarmos um único corpo, e todos nós bebemos de um único Espírito” (1 Cor 12, 13).

“Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir” (Lc 1, 21).


MEDITAR

“Minha vida é só um instante, uma hora passageira. Minha vida é somente um dia que me escapa e foge. Tu sabes, ó meu Deus! Para te amar sobre a terra não tenho nada a não ser hoje! (Santa Teresa do Menino Jesus).

“Deus é o único amigo que não coloca um fim à solidão essencial. Ele é aquele em que a solidão enquanto tal se realiza. Não é somente porque Ele é tão terno e tão discreto, nem porque Ele é tão grande que não podemos compreendê-Lo. É também porque nosso desejo de solidão não é absolutamente um desejo de nós mesmos, mas o desejo deste amor interior e deste diálogo” (Urs von Balthasar).


ORAR

Na Bíblia, o falar de Deus é dirigido essencialmente a um povo. A Bíblia não é um livro de oráculos em que cada um pode projetar as próprias ideias ou que lhe é mais conveniente para a sua cultura religiosa, para a sua devoção ou para as polêmicas contra os próprios adversários. A Bíblia “se enfraquece” quando se converte em objeto de uma busca individualista. A primeira leitura descreve o ato inaugural da nova comunidade israelita depois da volta do exílio. Há uma liturgia solene para a qual é convocado todo o povo, não só os homens, mas também as mulheres e as crianças. É um dia profético que destaca a qualidade sacerdotal de todo o povo e não somente a dos encarregados do culto. O Templo está em ruínas, destruído, mas a Palavra de Deus está viva e presente para reunir os dispersos e reconstruir um povo. Pela primeira vez, temos a notícia da construção de um ambão, uma espécie de púlpito, para aquele que deveria proclamar a Palavra: “Esdras, o escriba, estava de pé sobre um estrado de madeira erguido para este fim”. Os textos lidos são explicados, na busca de seu sentido, como uma tradução parafraseada, fiel e, ao mesmo tempo, livre, a qual se deu o nome de Targum. O povo ao ouvir as palavras reagia com temor e gozo, pois a palavra de Deus é uma espada de dois gumes: uma palavra que penetra os ossos, coloca a descoberto as ações e as intenções secretas do coração. Esta Palavra arranca o véu das nossas aparências e as máscaras das nossas hipocrisias. O evangelista apresenta Jesus, na sinagoga de Nazaré, atualizando as palavras do profeta: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir”. Jesus cria um novo hoje para todos os seus seguidores. Devemos “ler” a Bíblia e escutar a Palavra que Deus nos dirige para que possamos anunciar ao mundo a novidade de que Deus sonha grandes coisas para o homem. Estas grandes coisas não são nem a organização de uma religião mais perfeita nem um culto mais digno. Estas grandes coisas são levar a libertação, a esperança, a luz e a graça aos mais pobres e desafortunados. Esta é a opção do Espírito de Deus que anima e sustenta a vida inteira de Jesus. E devemos sempre dar graças que, na sua bondade, Ele jamais poderá não querer nos amar (Maître Eckhart).


CONTEMPLAR

Cristo Benedicente, Giotto (?), segundo decênio do século XIV,  painel central do Políttico Peruzzi, Museu de Arte, Kress Collection, Releigh, Carolina do Norte, Estados Unidos.


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