quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

O Caminho da Beleza 07 - Epifania do Senhor


O Caminho da Beleza 07
Leituras para a travessia da vida

A beleza é a grande necessidade do homem; é a raiz da qual brota o tronco de nossa paz e os frutos da nossa esperança. A beleza é também reveladora de Deus porque, como Ele, a obra bela é pura gratuidade, convite à liberdade e arranca do egoísmo” (Bento XVI, Barcelona, 2010).

Quando recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).

“Não deixe cair a profecia” (D. Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).


Epifania do Senhor                   06.01.2013
Is 60, 1-6                 Ef 3, 2-3.5-6                       Mt 2, 1-12


 ESCUTAR


 “Levanta os olhos ao redor e vê, todos se reuniram e vieram a ti; teus filhos vêm chegando de longe nos braços.”(Is 60, 4).

“Os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do mesmo corpo, são associados à mesma promessa em Jesus Cristo por meio do evangelho” (Ef 3, 6).

“Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo” (Mt 2, 2).


MEDITAR

“A vida nos oferece uma maravilhosa dádiva: o instante presente. Desejemos a graça de vivê-lo plenamente. O tempo corre como um rio. Ele passa e não volta. Aproveitemos, pois, o que o instante presente nos oferece tão generosamente” (François Gervais).

“A fé não é tanto a busca de Deus pelo ser humano, mas o reconhecimento pelo homem de que Deus vem a ele, o visita e lhe fala” (Bento XVI).


ORAR


Não devemos insistir excessivamente nestes elementos legendários de camelos, dromedários, estrelas, reis astutos como Herodes e magos que estão incrustrados nas estórias da Epifania. Esta festa representa um segundo nascimento revelado em dois temas essenciais e mais antigos do que o próprio Natal: a manifestação de Deus e a busca dos homens. A primeira iniciativa é de Deus e a partir dela os homens se colocam em movimento. Deus vem ao nosso encontro e seus passos se adiantam aos nossos. Nós O encontramos porque Ele nos busca. O homem não conquista Deus, mas se deixa conquistar: “Tu me seduzistes, Senhor, e eu me deixei seduzir” (Jr 20, 7). A manifestação do Senhor assume contornos planetários: “Os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do mesmo corpo, são associados à mesma promessa em Jesus Cristo por meio do Evangelho”. Esta festa não permite nenhuma apropriação privilegiada e exclusiva: os filhos chegam de longe (Is 60, 4); chegam os pagãos (Ef 3, 6); chegam os inesperados (Mt 2, 1) e os adoradores imprevistos (Mt 2, 11). A geografia de Deus é impossível de ser ensinada, pois a sua manifestação suscita um movimento imprevisível, sem controle e sem regulamentos. É uma geografia sem confins e na qual é impossível estabelecer quem é “próximo” ou quem é “distante”. Uma geografia em que as distâncias são abolidas por um raio de luz, por uma secreta inquietude e por uma incrível nostalgia do futuro. O sinal da estrela é espetacular, mas a realidade é modesta, ordinária e quase decepcionante. É mais fácil ver uma estrela e ficar impressionado por sua aparição do que nos defrontarmos com um cenário familiar e tão comum. E neste momento, entra em jogo a fé, uma vez que somente a fé nos permite ver além das aparências e, consequentemente, adorar. Os magos não fazem parte dos descendentes de Abraão; não conhecem o Deus vivo e verdadeiro; não são circuncidados, ou seja, não são membros da Aliança que tem por sinal esta incisão na carne e nem mesmo é a Palavra de Deus que os guia na sua viagem. No entanto, sua busca de Deus, suas meditações e suas minuciosas investigações científicas dos sinais da natureza lhes permitem fazer uma leitura visionária que os impulsiona a partir, seguindo simplesmente a luz de uma estrela. Os magos evidenciam que esta criança é uma bênção destinada a toda a humanidade conforme a promessa feita a Abraão: “Por ti e por tua descendência todos os povos do mundo serão abençoados”(Gn 28, 14). Os padres conciliares afirmavam que todas as culturas e tradições trazem nelas os traços e as sementes da palavra de Deus e, nós, cristãos, devemos nos alegrar por descobrir e valorizar as sementes do Verbo escondidas nas culturas e religiões dos vários povos (cf. Ad Gentes 112). A epifania nos questiona se somos e seremos capazes de testemunhar a salvação definitiva que Deus nos traz por meio de Jesus Cristo, manifestando uma simpatia cordial com todos os homens e mulheres de todas as raças, culturas e crenças. Gravemos nos nossos corações em mentes as palavras do papa Bento XVI: “O Senhor quer que também nós cheguemos a ser estrelas; que também em nós aconteça esta explosão transformadora da fé, por meio da qual é liberada a luz que Ele depositou em nós para que encontremos o caminho e cheguemos a ser os indicadores do caminho para os outros”.


CONTEMPLAR

Sonho dos Magos, capitel de Gislebertus, c. 1120, Catedral de São Lázaro, Autun, Borgonha, França.




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