O Caminho da Beleza 08
Leituras para a travessia da vida
“A
beleza é a grande necessidade do homem; é a raiz da qual brota o tronco de
nossa paz e os frutos da nossa esperança. A beleza é também reveladora de Deus
porque, como Ele, a obra bela é pura gratuidade, convite à liberdade e arranca
do egoísmo” (Bento XVI, Barcelona, 2010).
“Quando
recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha
íntima alegria” (Jr 15, 16).
“Não
deixe cair a profecia” (D.
Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).
Batismo do Senhor 13.01.2013
Is 42, 1-4.6-7 At 10, 34-38 Lc 3, 15-16.21-22
ESCUTAR
“Eu, o Senhor te chamei para a justiça e te tomei pela mão; eu te
formei e te constituí como o centro de aliança do povo, luz das nações, para
abrires os olhos dos cegos, tirar os cativos da prisão, livrar do cárcere os
que vivem nas trevas” (Is 42, 6-7).
“De fato, estou compreendendo que Deus não faz distinção de pessoas.
Pelo contrário, ele aceita quem o teme e pratica a justiça, qualquer que seja a
nação a que pertença” (At 10, 34-35).
“Tu és o meu Filho amado, em ti ponho o meu bem querer” (Lc 3, 22).
MEDITAR
“A alegria durável nasce das bodas do amor de Deus e do amor do
próximo no coração de nossa pessoa, no coração de nossos vínculos e de nossos
serviços. Viver as beatitudes é reativar a Presença que nos habita, é marchar e
divinizar nossa existência e a dos nossos irmãos e irmãs segundo o sonho de
Deus” (Yvan Portras).
“Um homem que caminha, um pássaro que voa, uma folha que tomba: tudo
anuncia o começo de uma dança. No coração do átomo e no ballet dos astros, o
ritmo e a harmonia são semeados por nossos Criador e Pai. Escutar a música,
olhar a dança são verdadeiras orações” (D. Helder Câmara).
ORAR
Jesus não se enquadra nos esquemas e nos escaninhos
que os homens predispuseram para Ele. Jesus desmente a própria imagem
apresentada pelo Batista: um Messias cheio de ira e que colocaria ordem “na
casa”. O estilo de Jesus não casa com os gostos e as previsões dos que O esperavam.
O seu modo diferente de ser é o de Servo (Is 42, 1ss): que não faz publicidade,
não enche as praças com uma voz potente e sonora cheia de retóricas e ameaças.
Ele é solidário com os perdedores, com os fracos; com os capazes de dar
confiança e sustentar a esperança. Ele se coloca ao lado dos pobres e daqueles
que não contam para a sociedade da opulência e do consumo. O batismo prefigura
a morte e a ressurreição de Jesus. A imersão no rio simboliza a ação de morrer
e o seu emergir a vida nova que surge e é selada pelo abrir do céu e a voz do
seu Pai que declara o seu bem querer. O céu aberto para sempre traz o novo dia
e nos faz saber que o muro entre Deus e os homens foi destruído: Deus não é
mais o Inacessível. Jesus tem preferência por todos e “andava por toda a parte
fazendo o bem e curando a todos os que estavam dominados pelo demônio, porque
Deus estava com ele”. Jesus manifesta o seu poder ao se ocupar dos fracos e se
manifestar como manso e humilde de coração. O nosso batismo deve ultrapassar os
registros dos arquivos paroquiais numa prática cristã que honre os compromissos
que outros assumiram por nós. Não basta delegar à certidão paroquial a prova de
que somos batizados. É necessário que o batismo seja assumido por nós para que
não se sepulte como um ato convencional e social. Caso contrário, seremos
demissionários do nome de cristãos que nos deram. Antes, quando crianças, não
podíamos ler o Evangelho. Agora, podemos e devemos, pois temos o direito de
saber o que somos e qual a prática de vida que nos qualifica como cristãos.
Batismo e manifestação de Jesus de Nazaré coincidem. O que agrada o Senhor não
são os ritos carentes de amor, mas uma vida “em espírito e em verdade” no
Espírito de Jesus. O cardeal Ratzinger, papa Bento XV, escrevia: “O batismo é o
arco-íris de Deus sobre nossa vida, a promessa do seu grande Sim, a porta da esperança e o caminhar
numa união viva e pessoal com Jesus Cristo pelos seus caminhos. Olhando para
Ele sabemos que Deus é maior que o nosso coração” (Homilia do Batismo, 07.01.1990).
Paulo nos exorta: “Não matem o Espírito de Deus” (1 Ts 5, 19) e uma igreja com
o Espírito apagado ou esvaziada do Espírito de Jesus não pode viver e nem
comunicar sua verdadeira novidade e, muito menos, saborear e proclamar a Boa
Nova.
CONTEMPLAR
Batismo de Cristo,
El Greco, 1568, têmpera sobre painel, 24 x 18 cm., Galeria Estense, Modena,
Itália.
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