quinta-feira, 27 de setembro de 2012

O Caminho da Beleza 45 - XXVI Domingo do Tempo Comum


O Caminho da Beleza 45
Leituras para a travessia da vida


A beleza é a grande necessidade do homem; é a raiz da qual brota o tronco de nossa paz e os frutos da nossa esperança. A beleza é também reveladora de Deus porque, como Ele, a obra bela é pura gratuidade, convite à liberdade e arranca do egoísmo” (Bento XVI, Barcelona, 2010).

Quando recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).

“Não deixe cair a profecia” (D. Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).


XXVI Domingo do Tempo Comum             30.09.2012
Nm 11, 25-29                     Tg 5, 1-6                   Mc 9, 38-43.47-48


 ESCUTAR

“Moisés respondeu: ‘Tens ciúmes por mim? Quem dera que todo o povo do Senhor fosse profeta, e que o Senhor lhe concedesse o seu espírito’” (Nm 11, 29).

“Vede: o salário dos trabalhadores que ceifaram os vossos campos, que vós deixastes de pagar, está gritando, e o clamor dos trabalhadores chegou aos ouvidos do Senhor todo-poderoso” (Tg 5, 4).

“Quem não é contra nós é a nosso favor. Em verdade eu vos digo: quem vos der a beber um copo de água, porque sois de Cristo, não ficará sem receber a sua recompensa” (Mc 9, 40-41).

MEDITAR

“A paz exige um estado de espírito que, antes de se dirigir aos outros, se reflete sobre aquele que quer ser um agente de paz. Antes de ser social, a paz é pessoal. É este espírito de paz que constitui um dever para todo verdadeiro discípulo de Cristo” (Papa Paulo VI).

“Enquanto os cristãos não procurarem a unidade e a paz em seu próprio coração, jamais a própria Igreja estará na unidade e na paz no mundo que os rodeia” (Cardeal Newman).

ORAR

As leituras desta liturgia falam de uma mentalidade sectária que é um pecado contra o Espírito. Na narração evangélica, particularmente, estabelece-se um estridente contraste entre a mesquinharia dos apóstolos, seu espírito de grupo e a amplitude da tolerância de Jesus. A tolerância e o ecumenismo de Jesus constituem as premissas para liberar a primeira comunidade do sectarismo mesquinho e introvertido. Deus dá com largueza e seu Espírito atua, imprevisivelmente, em territórios sem fronteiras. O espírito sectário, exclusivista, que é uma degeneração, é caracterizado pela mesquinharia, pela intolerância e pela agressividade. Jesus nos ensina a acolher o outro e a aceitá-lo na sua diversidade com os seus valores. O Concílio Ecumênico Vaticano II declarou: “A Igreja Católica não rejeita o que é verdadeiro e santo em todas as religiões. Considera suas práticas, maneiras de viver, preceitos e doutrinas como reflexo, não raramente autêntico, da verdade que ilumina todos os seres humanos, ainda que se distanciem do que ela crê e ensina”(Nostra Aetate 2). Temos que acreditar que o Espírito semeia o bem, a bondade, a verdade, a justiça e a fidelidade também fora do nosso campo de ação. Há um detalhe importante: os setenta destinatários primitivos do Espírito deixaram, imediatamente, de profetizar talvez por estarem empenhados em disciplinar o dom, fixando regras e excomungando os diferentes. Jesus revela que quando nos ocupamos, excessivamente, de nós mesmos, de nossas coisas, o Espírito suscita alguns “não autorizados” a nos mostrar que a regra válida não é a apropriação, mas a participação. Por isso, os que excluem, acumulam e cobiçam são, cada vez mais, como o gado engordando para ser abatido e, com certeza, terão o fim anunciado pelo profeta Isaías: “Teu esplendor foi jogado na sepultura, teu colchão agora é de vermes; teu cobertor, lombrigas” (Is 14, 11).

CONTEMPLAR
A Descida da cruz (detalhe), Rogier Van der Weyden, c. 1440, pintura sobre madeira, Museu do Prado, Madri, Espanha.



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