O Caminho da Beleza 44
Leituras para a travessia da vida
“A
beleza é a grande necessidade do homem; é a raiz da qual brota o tronco de
nossa paz e os frutos da nossa esperança. A beleza é também reveladora de Deus
porque, como Ele, a obra bela é pura gratuidade, convite à liberdade e arranca
do egoísmo” (Bento XVI, Barcelona, 2010).
“Quando
recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha
íntima alegria” (Jr 15, 16).
“Não
deixe cair a profecia” (D.
Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).
XXV Domingo do Tempo Comum 23.09.2012
Sb 2.12.17-20 Tg 3, 16-4.3 Mc 9, 30-37
“Se, de fato, o justo é ‘filho de
Deus’, Deus o defenderá e o livrará das mãos dos seus inimigos. Vamos pô-lo à
prova com ofensas e torturas, para ver a sua serenidade e provar a sua
paciência” (Sb 2, 18-19).
“Caríssimos, onde há inveja e
rivalidade aí estão as desordens e toda espécie de obras más” (Tg 3, 16).
“Se alguém quiser ser o primeiro,
que seja o último de todos e aquele que serve a todos!” (Mc 9, 35).
“Tudo o que fazemos a um humano,
fazemos a um membro de Jesus. Tenhamos o cuidado infinito de fazer o melhor
possível ao maior número de seus membros” (Charles de Foucauld).
“Aquele que tem um amigo
verdadeiro não precisa de um espelho” (Provérbio indiano).
No nosso
cotidiano enfrentamos três desafios: a cobiça, a inveja e a rivalidade. A
atitude denunciada pelo livro da Sabedoria é extremamente atual no cinismo
civil e religioso em que vivemos: “Armemos ciladas ao justo, pois nos estorva:
ele se opõe ao nosso modo de agir, repreende em nós as transgressões da Lei e
nos difama por pecarmos contra a nossa tradição”. Os homens do poder têm
escarnecido dos mais pobres por meio de falsas promessas e pela venda de
ilusões. Ao prometer um poder como serviço, revelam a intimidade dos seus
corações estimulando a inveja, a divisão pela rivalidade e aumentando a cobiça
ao se “venderem” como cidadãos acima de quaisquer suspeitas. O evangelista mostra
os discípulos fazendo ouvidos surdos e não compreendendo o que ouviam, pois “pelo
caminho tinham discutido quem era o maior”. Jesus, ao colocar no colo uma
criança, quer falar da fragilidade do ser humano porque acolher o Reino de
Deus, como uma criança, significa que a nova ordem social só poderá ser
construída quando tivermos a coragem de enfrentar os verdadeiros fundamentos da
opressão e rompermos o ciclo da violência que despreza e utiliza os menores e
os mais fracos. O Evangelho nos convida a viver com Jesus a mesma entrega e
confiança que uma criança tem com seus pais. Como cristãos, devemos falar de
afabilidade, mansidão, compaixão nesta sociedade que vive sob o signo da
competitividade, da agressividade e da prepotência, ainda que sejamos
considerados ingênuos, ou pior, idiotas. Caso contrário, viveremos também a
maldição de cobiçar, mas não conseguir ter; de cultivar a inveja, mas não
conseguir êxito algum; de brigar e guerrear, mas não conseguir possuir. E
sermos condenados, por nós mesmos, à maior das maldições: a de pedir e não receber.
CONTEMPLAR
Quem é o maior?, Macha Chmakoff, 92 x 73 cm, França, s.d.
Nenhum comentário:
Postar um comentário