segunda-feira, 3 de setembro de 2012

O Caminho da Beleza 42 - XXIII Domingo do Tempo Comum


O Caminho da Beleza 42
Leituras para a travessia da vida

A beleza é a grande necessidade do homem; é a raiz da qual brota o tronco de nossa paz e os frutos da nossa esperança. A beleza é também reveladora de Deus porque, como Ele, a obra bela é pura gratuidade, convite à liberdade e arranca do egoísmo” (Bento XVI, Barcelona, 2010).

Quando recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).

“Não deixe cair a profecia” (D. Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).

XXIII Domingo do Tempo Comum            09.09.2012
Is 35, 4-7                 Tg 2, 1-5                   Mc 7, 31-37

ESCUTAR

“Dizei às pessoas deprimidas: ‘Criai ânimo, não tenhais medo! Vede, é vosso Deus, é a vingança que vem, é a recompensa de Deus; é ele que vem para vos salvar’” (Is 35, 4).

“Meus irmãos, a fé que tendes em nosso Senhor Jesus Cristo glorificado não deve admitir acepção de pessoas. Meus queridos irmãos, escutai: não escolheu Deus os pobres deste mundo para serem ricos na fé e herdeiros do Reino que prometeu aos que o amam?”(Tg 2, 1.5).

“Trouxeram então um homem surdo, que falava com dificuldade, e pediram que Jesus lhe impusesse a mão. Jesus afastou-se com o homem, para fora da multidão; em seguida colocou os dedos nos seus ouvidos, cuspiu e, com a saliva, tocou a língua dele. Olhando para o céu, suspirou e disse: ‘Efetá’, que quer dizer: ‘Abre-te’” (Mc 7, 32-34).

MEDITAR

“É o orgulho que provoca as tensões e as lutas pelo prestígio, pela predominância e egoísmo; é ele que rompe a fraternidade” (Paulo VI).

“Devemos amar todos os homens, mas devemos nos inclinar mais para os que o mundo esquece, desdenha e rejeita: os pobres, os pequenos e os sofredores” (Charles de Foucauld).

ORAR

A imagem é de desolação: do jardim plantado por Deus restam o deserto e um mostruário das misérias humanas: cegos, surdos, mudos, coxos. O profeta aponta uma visão luminosa e aparentemente utópica: “A terra árida se transformará em lago, e a região sedenta, em fontes d’água”. E esta visão é culminada no gesto concreto de cura realizado por Jesus. Somente quando pudermos ouvir o grito do pobre e do desesperado é que estaremos curados da surdez e poderemos anunciar a palavra profética. Não podemos ser uma Igreja formada por covardes de coração. Temos que romper a crosta de desumanidade e fazer circular uma mensagem de vida, de paz e de misericórdia. Jesus abre os ouvidos e os lábios e, tantas vezes, queremos somente abrir as orelhas e manter, por questão de segurança pessoal e religiosa, o silêncio da palavra. Temos que nos abrir para a compreensão profunda das pessoas e garantir aos que estão submetidos e obrigados unicamente à escuta o direito de falar. Tiago adverte que uma Igreja calcada nas cerimonias das honras mundanas obscurece a glória de Deus. Somos chamados a virar este mundo virado, um mundo que perverteu os símbolos da vida: bajulamos os que ostentam riquezas e educamos nossos filhos para que sejam como eles, sem nos dar conta de que as Escrituras afirmam: “Quem ama o dinheiro nunca se fartará de dinheiro” (Ecl 5, 9) e que “na verdade, a raiz de todos os males é o amor ao dinheiro” (1 Tm 6, 10). Meditemos as palavras do Papa Bento XVI: “Talvez os homens possam perceber que contra a ideologia da banalidade, que domina o mundo, é necessária uma oposição. À Igreja cabe o papel de oposição profética e ela precisa e terá coragem de assumir este papel. ‘Adulta’ não é uma fé que segue as ondas da moda e a última novidade. Adulta e madura é uma fé profundamente radicada na amizade com Cristo”. Deus não faz acepção de pessoas. Samuel jamais poderia imaginar que dos oito filhos de Jessé não seria o primogênito, alto em estatura e garboso em porte, o escolhido para ser rei, mas o pequeno Davi que cuidava das ovelhas, pois o Senhor lhe disse: “Não repare as aparências nem sua grande estatura. Eu o rejeito. Porque Deus não vê como os homens, que veem a aparência. O Senhor vê o coração” (1 Sm 16, 7ss). A escolha de Deus pelos pobres não é uma preferência, mas a escolha de uma missão: “Deus escolheu os pobres e desprezados do mundo, os que nada são, para anular os que são alguma coisa. E assim ninguém poderá orgulhar-se diante de Deus”(1 Cor 1, 28-29).

CONTEMPLAR

Ishmael-Aga-Akbar, o menino surdo-mudo iraniano, Mariam De Giorgio, tinta e guache preto e laranja, Malta, 2009.



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