quarta-feira, 18 de junho de 2025

O Caminho da Beleza 31 - XII Domingo do Tempo Comum

Como se visse o Invisível, mantinha-se firme (Hb 11, 27).


XII Domingo do Tempo Comum                            

Zc 12, 10-11; 13, 1             Gl 3, 26-29             Lc 9, 18-24

 

ESCUTAR

“Derramarei sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém um espírito de graça e de oração; eles olharão para mim” (Zc 12, 10).

“O que vale não é mais ser judeu nem grego, nem escravo nem livre, nem homem nem mulher, pois todos vós sois um só em Jesus Cristo” (Gl 3, 28).

“Pois quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará” (Lc 9, 24).

 

MEDITAR

Não é o heroísmo que será enaltecido, mas a oferenda obscura e aparentemente inútil de uma vida que não é senão o amor, sinal do amor de Deus em meio ao inferno que os homens, às vezes, sabem organizar.

(Cardeal Jean-Marie Lustiger)

Peço a Deus que te esteja sempre presente. A todo instante. E que te ensine a gozares do Amor. Isto é de te deixares amar. Porque não sabemos como nos abrir às ternuras divinas.... e só Ele nos pode ensinar isso.

(Madre Belém)

Viver aspirando a conservar a própria vida é uma mutilação da vida, uma esterilização culposa dela, uma versão da existência unicamente orientada para a segurança. Significa viver tendo medo da vida e permanecer paralisado diante da iminência inevitável da morte.

(Massimo Recalcati)

 

ORAR

Quando o evangelista Lucas apresenta Jesus “rezando num lugar retirado” é para que saibamos que a oração sempre prepara e antecede algo decisivo nas nossas vidas. Ao ouvir a resposta de Pedro de que Ele era o Cristo de Deus, Jesus anuncia a própria paixão iminente, a sua morte e ressurreição. Tudo isto constituirá um motivo de escândalo e por esta mesma razão Jesus “proíbe severamente que contassem isso a alguém”. O sentido do caminho não é triunfal uma vez que passa pela proscrição dos três poderes constituídos e aliados entre si: o civil-econômico, o político e o religioso. Devemos aceitar, como cristãos, esta decisão de Jesus de ir até as últimas consequências (inclusive a morte!) para que possamos afirmar quem é o Messias, pois como diz Paulo “a loucura de Deus é mais sábia que os homens, a fraqueza de Deus é mais forte que os homens” (1 Cor 1, 25). Somente se compreendermos que a Sua vida é uma vida dada pelos demais é que provaremos ter descoberto o segredo de Sua vinda no meio de nós. Para nós, cristãos, não basta definirmos corretamente quem é Jesus e muito menos aceitar a sua travessia pouco triunfal. É necessário ter a lucidez sobre as condições do seguimento a Jesus. “Quem quiser me seguir” significa que estamos todos no mesmo caminho e que não é uma decisão fácil, pois é necessária uma eleição existencial precisa, corajosa, lúcida e livre. O caminho de Jesus não é acompanhado de um cortejo imponente, mas implica na renúncia de si mesmo. A partir de então, o único sinal autêntico de reconhecimento do discípulo é o da Cruz. Desejar seguir ao Cristo é assumir a perda da garantia que isso comporta, pois a alternativa entre “salvar” e “perder” a sua vida é a alternativa entre a vontade de “levar vantagem” em seus interesses individuais e a disponibilidade de fazer da vida um dom, para gastá-la, como o Cristo, em favor dos outros. O cristão não é o herói do excepcional, do gesto heroico, porque o verdadeiro heroísmo é o servir aos outros por meio de uma fidelidade sofrida, silenciosa e cotidiana. Paulo nos faz saber que no povo de Deus são abolidas as diferenças religiosas, culturais e sociais. A condição de filhos elimina qualquer discriminação porque confere a todos um mesmo valor e uma idêntica dignidade. Para o Senhor, vale somente a pessoa que crê, que ama e que decide assumir a cruz com amor e entrega aos outros, pois este é o sinal do Filho e dos seus filhos e filhas que constituem as pedras vivas da sua comunidade eclesial.

(Manos da Terna Solidão/Pe. Paulo Botas, mts e Pe. Eduardo Spiller, mts)

 

CONTEMPLAR

O Preço da Guerra, 2023, Diego Herrera (1992-), Espanha, foto premiada como “altamente elogiada” no Siena International Photo Awards, 2023.






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