Peguei da mão do anjo o livrinho e comi-o. Na boca era doce como
mel, mas, quando o engoli, meu estômago tornou-se amargo (Ap 10, 10).
Todos os Santos e Santas
Ap 7, 2-4.9-14 1
Jo 3, 1-3 Mt 5, 1-12
ESCUTAR
“Esses são os que vieram da grande tribulação. Lavaram
e alvejaram as suas roupas no sangue do Cordeiro” (Ap 7, 13).
Amados, desde já somos filhos de Deus, mas nem sequer
se manifestou o que seremos! (1 Jo 3, 2).
“Bem-aventurados... Alegrai-vos e exultai, porque será
grande a vossa recompensa nos céus” (Mt 7 5, 3).
MEDITAR
Ser santo é suportar o olhar de Deus.
(Hans Urs von
Balthasar)
ORAR
A celebração de todos os
santos e santas, para que seja verdadeira, deve agitar dentro de nós uma
mistura de sentimentos: gratidão e remorso; admiração e raiva; orgulho e
nostalgia; alegria e inquietude; paz e desconcerto. Os santos e santas quando
surgem no nosso horizonte são uma provocação, pois a verdadeira vocação, tantas
vezes falida, na nossa vida, é a santidade. João nos fala do grande presente
que o Pai nos deu, mas, atolados nas nossas vidas deficitárias, estamos mais
preocupados em supervalorizar os fracassos, os erros e os infortúnios. A
santidade não é feita de matérias extraordinárias e nem de fenômenos
excepcionais. Ela é feita exclusivamente de amor. É o amor que faz os santos e
santas, pois são os que não temem se deixarem amar. Se a santidade nos parece
difícil e quase impossível é porque não temos a coragem de nos abandonarmos ao
amor. O Senhor permanece desconhecido porque são muito conhecidas e difundidas
as suas caricaturas. As bem-aventuranças são uma alegria concreta, duradoura e
não um raio de momentos felizes que não se repetem. Elas jamais se dissolvem
porque têm a mesma duração de Deus e Deus nunca retira a sua palavra. Temos
apenas que nos aproximar da Palavra para ouvir e compreender o segredo da
alegria em Deus. Santos e santas são todos os que tiveram a coragem de dar esse
passo, de abandonar a maneira habitual de interpretar a vida. A provocação
desta festa de hoje é unir a vocação à santidade – que é a vocação de todos –
com a vocação da alegria. Os santos e santas são os impacientes da alegria e na
alegria aprendem a suportar o olhar amoroso de Deus. A pertença ou não ao Reino
não se justifica pela adesão a verdades ortodoxas da fé, mas à prática ou não
do amor. Um dia, vamos conhecer os verdadeiros santos e santas de todas as
religiões e de todos os ateísmos: os que viveram amando, no anonimato, sem nada
esperar.
(Manos da Terna Solidão/Pe. Paulo Botas, mts e Pe. Eduardo Spíller, mts)
CONTEMPLAR
Crianças no
degrau da porta, 2008, Havana, Cuba, Tony McDonnell, Dundalk, Irlanda.
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