quarta-feira, 16 de agosto de 2023

O Caminho da Beleza 39 - Assunção de Nossa Senhora

 Peguei da mão do anjo o livrinho e comi-o. Na boca era doce como mel, mas, quando o engoli, meu estômago tornou-se amargo (Ap 10, 10).

Assunção de Nossa Senhora 

Ap 11,19;12, 1.3-6.10                  1 Cor 15, 20-27                  Lc 1, 39-56

 

ESCUTAR

E ela deu à luz um filho homem, que veio para governar todas as nações com cetro de ferro (Ap 12, 5).

O último inimigo a ser destruído é a morte (1 Cor 15, 26).

“Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!” (Lc 1, 42).

 

MEDITAR

A única propriedade de Deus é a desapropriação... Se Deus é verdadeiramente essa desapropriação infinita, essa liberdade total em relação a si, ele não poderia desejar na Criação a não ser seres livres.

(Maurice Zundel)

O Abbá Poemen dizia: todas as provas que se precipitarem sobre você podem ser suplantadas pelo silêncio.

(Thomas Merton)

 

ORAR

O poeta se refere a Maria como “a catedral do grande silêncio” (David Turoldo) e reafirma o Evangelho que nos apresenta Maria de Nazaré como uma criatura do silêncio que escolhe não aparecer em primeiro plano. Sua presença está sob o signo da discrição. A Mãe desaparece totalmente no Filho: “Fazei o que Ele vos disser” (Jo 2, 5). O evangelho está mais pontuado pelo silêncio de Maria do que por palavras e aparições. Sua figura não é chamativa porque seus contornos se esboçam na ilimitada transparência do silêncio. Não temos o direito, sob hipótese alguma, de reduzir Maria a um rumor ensurdecedor para agregar as pessoas. O Concílio Vaticano II advertia que devemos nos “abster tanto do falso exagero quanto da estreiteza do espírito” para evitar a instrumentalização, as retóricas e os sentimentalismos (Lumen Gentium 67). Maria não necessita de sinais mirabolantes, pois confia na Palavra, abandona-se e se declara disponível. Seu silêncio expressa plenitude. A devoção à Virgem é autêntica se nos faz frequentar o terreno profundo da interioridade, da meditação, da contemplação, do compromisso concreto e da cotidianidade do mistério. Devemos, para não cair num fragoroso vazio, identificar-nos com o silêncio de Maria e termos a lucidez de que aplaudir não significa escutar. No silêncio, Deus emerge e voltamos a perceber a sua voz. Maria nos faz saber que Jesus não prega uma religião para mentalidades infantis nem para incorrigíveis entusiastas. Jesus não é um pregador sombrio, um profeta tristonho. Sua história começa com a infindável alegria de sua mãe: “A minha alma engrandece o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador”.

(Manos da Terna Solidão/Pe. Paulo Botas, mts e Pe. Eduardo Spiller, mts)

 

CONTEMPLAR

S. Título, s.d., autoria desconhecida.




 

 

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