Peguei da mão do anjo o livrinho e comi-o. Na boca era doce como mel, mas, quando o engoli, meu estômago tornou-se amargo (Ap 10, 10).
Assunção de Nossa Senhora
Ap 11,19;12, 1.3-6.10 1
Cor 15, 20-27 Lc 1, 39-56
ESCUTAR
E ela deu à luz um filho homem, que veio para governar
todas as nações com cetro de ferro (Ap 12, 5).
O último inimigo a ser destruído é a morte (1 Cor 15,
26).
“Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto
do teu ventre!” (Lc 1, 42).
MEDITAR
A única propriedade de Deus é a desapropriação... Se Deus é verdadeiramente essa desapropriação infinita, essa liberdade total em relação a si, ele não poderia desejar na Criação a não ser seres livres.
(Maurice Zundel)
O Abbá Poemen dizia: todas as provas que se precipitarem sobre você podem ser suplantadas pelo silêncio.
(Thomas Merton)
ORAR
O poeta se refere a Maria
como “a catedral do grande silêncio” (David Turoldo) e reafirma o Evangelho que
nos apresenta Maria de Nazaré como uma criatura do silêncio que escolhe não
aparecer em primeiro plano. Sua presença está sob o signo da discrição. A Mãe
desaparece totalmente no Filho: “Fazei o que Ele vos disser” (Jo 2, 5). O
evangelho está mais pontuado pelo silêncio de Maria do que por palavras e
aparições. Sua figura não é chamativa porque seus contornos se esboçam na
ilimitada transparência do silêncio. Não temos o direito, sob hipótese alguma,
de reduzir Maria a um rumor ensurdecedor para agregar as pessoas. O Concílio
Vaticano II advertia que devemos nos “abster tanto do falso exagero quanto da
estreiteza do espírito” para evitar a instrumentalização, as retóricas e os
sentimentalismos (Lumen Gentium 67).
Maria não necessita de sinais mirabolantes, pois confia na Palavra, abandona-se
e se declara disponível. Seu silêncio expressa plenitude. A devoção à Virgem é
autêntica se nos faz frequentar o terreno profundo da interioridade, da
meditação, da contemplação, do compromisso concreto e da cotidianidade do
mistério. Devemos, para não cair num fragoroso vazio, identificar-nos com o
silêncio de Maria e termos a lucidez de que aplaudir não significa escutar. No
silêncio, Deus emerge e voltamos a perceber a sua voz. Maria nos faz saber que
Jesus não prega uma religião para mentalidades infantis nem para incorrigíveis
entusiastas. Jesus não é um pregador sombrio, um profeta tristonho. Sua
história começa com a infindável alegria de sua mãe: “A minha alma engrandece o
Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador”.
(Manos da Terna Solidão/Pe. Paulo Botas, mts e Pe.
Eduardo Spiller, mts)
CONTEMPLAR
S. Título, s.d., autoria
desconhecida.
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