quinta-feira, 31 de agosto de 2023

O Caminho da Beleza 41 - XXII Domingo do Tempo Comum

Peguei da mão do anjo o livrinho e comi-o. Na boca era doce como mel, mas, quando o engoli, meu estômago tornou-se amargo (Ap 10, 10).

XXII Domingo do Tempo Comum              31.08.2014

Jr 20, 7-9                Rm 12, 1-2              Mt 16, 21-27

 

ESCUTAR

“Seduziste-me, Senhor, e deixei-me seduzir” (Jr 20, 7).

“Não vos conformeis com o mundo, mas transformai-vos, renovando vossa maneira de pensar e de julgar” (Rm 12, 2).

“De fato, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, mas perder a sua vida?” (Mt 16, 26).

 

MEDITAR

Um coração puro é um coração vazio, um coração que não tem medo de perder sua própria personalidade. O homem não pode permanecer na ponta dos pés e se cansa de vestir máscaras. O coração puro não tem técnicas, não pode ser classificado. É a vida que nos ensina, e o coração puro se deixa esvaziar pela vida. O perder liberta.

(Raimon Panikkar)

Deus não me dá sossego. É meu aguilhão. Morde meu calcanhar como serpente, faz-se verbo, carne, caco de vidro, pedra contra a qual sangra minha cabeça. Eu não tenho descanso neste amor. Eu não posso dormir sob a luz do seu olho que me fixa. Quero de novo o ventre de minha mãe, sua mão espalmada contra o umbigo estufado, me escondendo de Deus.

(Adélia Prado)

 

ORAR

O profeta Jeremias coloca a descoberto suas feridas. Não suspira, grita; não se resigna e não inventa bons sentimentos. Protesta violentamente e desafoga a sua raiva. Reza no limite da blasfêmia sem se sentir culpado por sua debilidade, mas acusa Deus de prepotência: “Não quero mais lembrar-me disso nem falar mais em nome Dele”. Jeremias não diz que foi fascinado, mas seduzido por Deus e está desiludido, amargurado e desesperado porque a admiração inicial acabara: “Quando recebia tuas palavras, eu as devorava, tua palavra era meu prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16). O profeta se deu conta que a Palavra de Deus o confrontou com a surdez alheia. Poderia ter sido menos coerente, menos apaixonado, ter-se limitado a uma mera e ordinária administração. Poderia ter pregado as suas palavras e não as do Senhor e assim agradado a seus ouvintes sem se tornar “fonte de vergonha e chacota o dia inteiro”. Jeremias está em crise por viver, até as últimas consequências, as exigências implacáveis da sua vocação profética. Está em crise por excesso de fidelidade. Tenta se libertar do Senhor, mas se dá conta de que era impossível, pois Deus havia tomado posse de sua pessoa como um fogo de uma paixão incontrolável e irremediável. Jesus também apresenta um caminho indigesto para os que querem segui-Lo: renunciar a si mesmo, tomar a sua cruz e perder a vida como Ele mesmo fez quando decidiu ir para Jerusalém sabendo que iria sofrer muito. Pedro expressa o seu desacordo e pensa como todos ao desejar uma situação de vida tranquilizadora, perspectivas triunfalistas e amplas concessões à ambição pessoal e de poder. De repente, não mais que de repente, baixa da sua condição de bem-aventurado para a de Satanás. A pedra que deveria ser de coesão e unidade se torna pedra de tropeço: “vade retro, satan!”. A comunidade eclesial sempre corre o perigo se seguir a Cristo, falar Dele, mas continuar pensando em si mesma. Jeremias e Pedro nos garantem que seguir os desígnios do Senhor nunca será um destino confortável. Quem segue Jesus tem, muitas vezes, a sensação de estar perdendo a vida por uma utopia que nunca será realizada; de estar gastando os melhores anos da sua existência por uma causa inglória. Devemos gravar em nossos corações a disponibilidade total para servir o Senhor em nossos irmãos e irmãs e, alegres, só nos resta dizer: “somos servos inúteis, cumprimos nosso dever” (Lc 17, 10).

(Manos da Terna Solidão/Pe. Paulo Botas, mts e Pe. Eduardo Spiller, mts)

 

CONTEMPLAR

Pietà (detalhe), 1876, William Adolphe Bouguereau (1825-1905), óleo sobre tela, 230 cm x 148 cm, Dallas Museum of Art, Dallas, Texas, Estados Unidos.




quarta-feira, 23 de agosto de 2023

O Caminho da Beleza 40 - XXI Domingo do Tempo Comum

Peguei da mão do anjo o livrinho e comi-o. Na boca era doce como mel, mas, quando o engoli, meu estômago tornou-se amargo (Ap 10, 10).

XXI Domingo do Tempo Comum               

Is 22, 19-23            Rm 11, 33-36                     Mt 16, 13-20

 

 ESCUTAR

“Eu vou te destituir do posto que ocupas e demitir-te do teu cargo” (Is 22, 19).

“Como são inescrutáveis os seus juízos e impenetráveis os seus caminhos!” (Rm 1, 33).

“Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu” (Mt 16, 17).

 

MEDITAR

Deus não está lá no alto como um farol celeste. Ele não é um mágico todo-poderoso que, de fora, orienta o destino dos mundos: Deus é interior como o segredo supremo de um amor silencioso e desarmado!

(Maurice Zundel)

Nós oferecemos às pessoas palavras de força espiritual que as elevem, que as valorizem e as acalentem; ou nós oferecemos palavras más que acusam e minam, que denigrem as pessoas? Nós oferecemos a Palavra de Deus, que é criadora? Ou oferecemos a palavra de Satã que é destrutiva e enganadora? [...] Assim, se somos chamados a ser a boca de Jesus hoje, então temos primeiro que falar palavras que acarinhem e reverenciem as pessoas, especialmente as pessoas que são consideradas como lixo por outras e que se sentem desprezadas e no limite, pois são estas que são as amigas de Deus.

(Timothy Radcliffe)

 

ORAR

Temos o costume de questionar Deus como se o seu ofício fosse o de responder as nossas questões pessoais. Todos nos sentimos no direito de submetê-lo a um exame e a obrigá-lo a nos dar explicações convincentes sobre o sofrimento, o mal, as guerras, etc. Pensamos que ter fé é exigir que Deus nos dê conta de si e de suas ações imprevisíveis. Tantas vezes queremos ser conselheiros de Deus e seus consultores. No entanto, o Evangelho revela que é Ele quem nos coloca perguntas que devemos responder pela prática que brota da nossa fé. Da nossa parte, basta a modéstia unida ao sentido da surpresa e da maravilha. Devemos sempre nos deixar surpreender por Deus e quando isso acontece ficamos atordoados, pois Ele nada nos deve uma vez que tudo nos deu por iniciativa própria. Nada diante de Deus é intocável e insubstituível e quem não compreende isto, tornando-se um executor da sua misericórdia, pode ser derrubado do trono mesmo que continue ocupando-o. No evangelho Jesus felicita Simão por sua resposta, mas deixa claro que a sua fala não é dele, mas de uma sugestão providencial vinda do alto. Precisamos estar atentos ao que nos sopra o Espírito para darmos respostas que não sejam arremedos. Pedro é declarado feliz não porque fala, mas porque foi capaz de escutar. Pedro é uma pedra que pode ser cortada e utilizada numa construção e não uma rocha como símbolo de uma solidez absoluta. A rocha é Cristo e Pedro é apenas um cimento brando que deve unificar a construção da comunidade eclesial e não se tornar um centralizador de tudo e de todos. A Igreja de Jesus é uma casa construída sobre uma rocha ainda que apoiada na fragilidade das pedras que são os homens. Foi conferida a Pedro a autoridade de abrir ou fechar a porta, mas antes ele teve que ouvir o juízo severo de Jesus: “Ai de vós, letrados e fariseus hipócritas, que fechais aos homens o reino de Deus! Vós não entrais nem deixais entrar os que o tentam” (Mt 23, 13-14). Pedro e todos nós devemos seguir o exemplo de Jesus que usou as chaves somente para abrir e oferecer a todos a possibilidade de encontrar a porta aberta. 

(Manos da Terna Solidão/Pe. Paulo Botas e Pe. Eduardo Spiller, mts)


 CONTEMPLAR

O holofote de Karnak, 2017, Templo de Karnak, Luxor, Egito, Sake Van Pelt (1991-), Holanda.




quarta-feira, 16 de agosto de 2023

O Caminho da Beleza 39 - Assunção de Nossa Senhora

 Peguei da mão do anjo o livrinho e comi-o. Na boca era doce como mel, mas, quando o engoli, meu estômago tornou-se amargo (Ap 10, 10).

Assunção de Nossa Senhora 

Ap 11,19;12, 1.3-6.10                  1 Cor 15, 20-27                  Lc 1, 39-56

 

ESCUTAR

E ela deu à luz um filho homem, que veio para governar todas as nações com cetro de ferro (Ap 12, 5).

O último inimigo a ser destruído é a morte (1 Cor 15, 26).

“Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!” (Lc 1, 42).

 

MEDITAR

A única propriedade de Deus é a desapropriação... Se Deus é verdadeiramente essa desapropriação infinita, essa liberdade total em relação a si, ele não poderia desejar na Criação a não ser seres livres.

(Maurice Zundel)

O Abbá Poemen dizia: todas as provas que se precipitarem sobre você podem ser suplantadas pelo silêncio.

(Thomas Merton)

 

ORAR

O poeta se refere a Maria como “a catedral do grande silêncio” (David Turoldo) e reafirma o Evangelho que nos apresenta Maria de Nazaré como uma criatura do silêncio que escolhe não aparecer em primeiro plano. Sua presença está sob o signo da discrição. A Mãe desaparece totalmente no Filho: “Fazei o que Ele vos disser” (Jo 2, 5). O evangelho está mais pontuado pelo silêncio de Maria do que por palavras e aparições. Sua figura não é chamativa porque seus contornos se esboçam na ilimitada transparência do silêncio. Não temos o direito, sob hipótese alguma, de reduzir Maria a um rumor ensurdecedor para agregar as pessoas. O Concílio Vaticano II advertia que devemos nos “abster tanto do falso exagero quanto da estreiteza do espírito” para evitar a instrumentalização, as retóricas e os sentimentalismos (Lumen Gentium 67). Maria não necessita de sinais mirabolantes, pois confia na Palavra, abandona-se e se declara disponível. Seu silêncio expressa plenitude. A devoção à Virgem é autêntica se nos faz frequentar o terreno profundo da interioridade, da meditação, da contemplação, do compromisso concreto e da cotidianidade do mistério. Devemos, para não cair num fragoroso vazio, identificar-nos com o silêncio de Maria e termos a lucidez de que aplaudir não significa escutar. No silêncio, Deus emerge e voltamos a perceber a sua voz. Maria nos faz saber que Jesus não prega uma religião para mentalidades infantis nem para incorrigíveis entusiastas. Jesus não é um pregador sombrio, um profeta tristonho. Sua história começa com a infindável alegria de sua mãe: “A minha alma engrandece o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador”.

(Manos da Terna Solidão/Pe. Paulo Botas, mts e Pe. Eduardo Spiller, mts)

 

CONTEMPLAR

S. Título, s.d., autoria desconhecida.




 

 

quarta-feira, 9 de agosto de 2023

O Caminho da Beleza 38 - XIX Domingo do Tempo Comum

Peguei da mão do anjo o livrinho e comi-o. Na boca era doce como mel, mas, quando o engoli, meu estômago tornou-se amargo (Ap 10, 10).

XIX Domingo do Tempo Comum               

1 Rs 19, 9.11-13                 Rm 9, 1-5                Mt 14, 22-33

 

ESCUTAR

“Ouviu-se um murmúrio de uma leve brisa. Ouvindo isto, Elias cobriu o rosto com o manto, saiu e pôs-se à entrada da gruta” (1 Rs 19, 12).

“Não estou mentindo, mas, em Cristo, digo a verdade, apoiado no testemunho do Espírito Santo e da minha consciência” (Rm 9, 1).

“Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro caminhando sobre a água. E Jesus respondeu: ‘Vem!’. Mas, quando sentiu o vento ficou com medo e começando a afundar, gritou: ‘Senhor, salva-me!’. Jesus logo estendeu a mão, segurou Pedro, e lhe disse: ‘Homem fraco na fé, por que duvidaste?’” (Mt 14, 28.30-31).

 

MEDITAR

“Nossa maior ameaça é o medíocre pragmatismo da vida cotidiana da Igreja, no qual, aparentemente, tudo procede com normalidade, mas na verdade a fé vai se desgastando e degenerando em mesquinhez” (Cardeal Joseph Ratzinger).

 “Não é no voo das ideias, mas unicamente na ação que está a liberdade. Decida-se e saia para a tempestade de viver” (Dietrich Bonhoeffer).

 

ORAR

Na vida chega o momento em que depois de ter ouvido falar tanto sobre Deus nós devemos estar atentos à sua manifestação. O profeta Elias, fogoso e guerreiro, que degolou 450 profetas dos ídolos e os exibiu como troféu de guerra (1 Rs 18, 40), deve descobrir e aprender o verdadeiro rosto de Deus. Elias vê desaparecer, apesar do terremoto, do vento impetuoso e do fogo, o seu velho e terrível deus. O silêncio lhe entregará o verdadeiro Deus, porque Deus está no rumor de um silêncio sutil. Deus é silêncio e presença serena. Jesus traz a paz apesar das tempestades que devemos enfrentar. Não é sempre fácil acreditar, sobretudo quando somos sacudidos pelas ondas, pelos ventos contrários, que são os símbolos usados pelo evangelista para exprimir a insegurança, o medo e a incerteza. Nestas condições, não é fácil uma adesão a Jesus, pois a sua figura desvanece no meio da crise. Não será Jesus uma bela ilusão, mas sem consistência alguma na realidade: um fantasma como O viam seus discípulos no meio do lago? Nestes momentos, podemos ouvir dentro de nós a voz calada de Jesus: “Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!”. Pedro, o primeiro Papa, protagoniza um episódio singular. Pretendeu caminhar sobre as águas e lhe faltou chão debaixo dos pés. Uma experiência vexatória para um pescador profissional. Pedro falou sob o peso do medo, o peso de si mesmo, da ambição de querer se sobressair e se distinguir dos outros. Em qualquer momento podemos afundar quando nos fixamos somente na força do vento e esquecemos a presença do Cristo que, com a mão estendida, sustenta a nossa fé. É nas crises que aprendemos, de verdade, a crer em Deus e no Cristo. Jesus revela que é a oração que nos torna livres do peso dos próprios medos que nos afogam em nossas preocupações obsessivas conosco mesmo. A oração nos dá a elasticidade e a espontaneidade dos movimentos, pois nos coloca perto do Pai e de nossos irmãos e irmãs imersos no Espírito da Liberdade e sustentados pelo Cristo, Senhor do Universo.

 

CONTEMPLAR

Andando sobre a água, 2010, Anne Cameron Cutri (1959-), detalhe do painel 2, óleo sobre tela, Waterford, Pensilvania, Estados Unidos.




quinta-feira, 3 de agosto de 2023

O Caminho da Beleza 37 - Transfiguração do Senhor

Peguei da mão do anjo o livrinho e comi-o. Na boca era doce como mel, mas, quando o engoli, meu estômago tornou-se amargo (Ap 10, 10).

Transfiguração do Senhor                          

Dn 7, 9-10.13-14                2 Pd 1, 16-19                     Mt 17, 1-9

 

ESCUTAR

“Seu poder é um poder eterno que não lhe será tirado, e seu reino, um reino que não se dissolverá" (Dn 7, 14).

“Este é o meu Filho bem-amado, no qual ponho o meu bem querer" (2 Pd 1, 17).

“Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão e os levou a um lugar à parte, sobre uma alta montanha. E foi transfigurado diante deles; o seu rosto brilhou como o sol e as suas roupas ficaram brancas como a luz” (Mt 17, 1-2).

 

MEDITAR

Todos nós seríamos transformados se tivéssemos a coragem de ser o que somos”.

(Marguerite Yourcenar)


ORAR

    A Transfiguração, que se celebra no dia 6 de agosto, nos coloca diante de um paradoxo perturbador. Exatamente nessa data, há 78 anos, a bomba atômica de Hiroshima fez sua trágica aparição no horizonte da humanidade, como uma luz de morte e de devastação. Nessa época, também, o calendário judaico faz a memória da Shoah (a tragédia do assassinato de mais de 6 milhões de judeus na segunda grande guerra). Desse modo, a luz da vida da Transfiguração, que provém de Deus e anuncia o futuro do mundo em Cristo, contrasta com a luz da morte produzida pelo homem, que ameaça o presente do mundo, comprometendo seu futuro. A Transfiguração lembra a beleza para a qual a humanidade e o universo inteiro estão destinados; Hiroshima e a Shoah testemunham o embrutecimento de que o homem é capaz. A Transfiguração evoca, concentrando-se sobre o Cristo, a glória à qual estão destinados o corpo humano e o próprio cosmos; Hiroshima e a Shoah revelam a capacidade do homem de desfigurar a carne humana, de deteriorar o corpo e o espírito, de devastar o cosmos. Para um cristão, celebrar a Transfiguração representa assim um apelo à responsabilidade e uma exortação à compaixão, à dilatação do coração em consideração ao homem que sofre. Não é um acaso se, para os evangelhos, o Cristo que conhece a transfiguração é aquele que vem anunciar pela primeira vez o destino da paixão e morte que o espera, a desfiguração que sofrerá por parte dos homens (ver Mt 16, 21-23): face ao mal, Jesus escolheu ser vítima de preferência a ser um rei todo poderoso. A Transfiguração torna-se desse modo o “sim” de Deus ao Filho que aceita a via da solidariedade radical com os oprimidos e as vítimas da história. O Cristo é aquele que reúne em seu corpo de homem e em sua carne de judeu as dores da humanidade inteira. Diante das tragédias do assassinato da Cruz, da Shoah e de Hiroshima (e, hoje, da destruição e morte nas guerras da Síria e Ucrânia), a Transfiguração torna-se esperança universal, para todos aqueles que sofrem e mesmo para a criação inteira que geme pela espera da redenção. A luz do Ressuscitado brota do mais fundo do sofrimento, de um amor vivido até o fim. Ao extremo da morte corresponde o extremo do amor. Também em nossa obscuridade, habita esta luz interior e trinitária com a qual transfiguraremos em vida toda a força de devastação e morte: a misericórdia do Pai, a entrega amorosa do Filho e a liberdade do Espírito.

(Manos da Terna Solidão/ Pe. Paulo Botas, mts e Pe. Eduardo Spiller, mts)


CONTEMPLAR

Jesus transfigurado, 1967, Salvador Dalí (1904-1989), litografia colorida em papel, Coleção Bíblia Sacra, Espanha.