A palavra de Deus é viva e eficaz e mais cortante que espada de dois gumes (Hb 4, 12).
Todos os Santos e Santas
Ap 7, 2-4.9-14 1
Jo 3, 1-3 Mt 5, 1-12
ESCUTAR
Eu, João, vi outro anjo, que subia do lado onde nasce o sol. Ele trazia a marca do Deus vivo (Ap 7, 2).
Vede que grande presente de amor o Pai nos deu: de sermos chamados filhos de Deus! E nós o somos! (1 Jo 3, 1).
“Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus” (Mt 5, 9).
MEDITAR
Pôs-me as mãos sobre os ombros e doirou-me/A fronte
com o olhar;/E esta febre de Além, que me consome,/E este querer grandeza são
seu nome/Dentro em mim a vibrar.
E eu vou, e a luz do gládio erguido dá/Em minha face calma./Cheio de Deus, não temo o que virá,/Pois, venha o que vier, nunca será/ Maior do que a minha alma.
(Fernando Pessoa)
ORAR
Viver a festa da santidade é viver a realidade de um censo impossível: “uma multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas, e que ninguém podia contar”. E como não podemos conhecer todos os nomes dos santos, devemos chamar este domingo da Festa da Santidade Anônima. Todos participam da mesma santidade de Deus e a santidade é o sinal inequívoco do vestígio de Deus em nossas vidas. Os santos não se reduzem ao dos altares oficiais, mas circulam cotidianamente entre nós. Devemos buscar em cada dia o rosto dos santos porque são um reflexo do rosto de Deus. Os santos não vivem em nichos de gesso, mas em casas comuns. Não trazem auréolas luminosas em suas cabeças, mas problemas e preocupações. Não flutuam no ar, mas tem pernas e pés doloridos como os nossos. Os santos são contaminados pela alegria, pela surpresa e compõem a sinfonia dos loucos de Deus. O milagre dos santos consiste no fato de existirem no cenário perverso desta sociedade e querer acrescentar um pouco de graça e ternura no cotidiano do mundo. A santidade não é um luxo, mas uma condição normal e obrigatória do cristão: ela é um dom e uma possibilidade oferecida a todos e não reservada a uns poucos privilegiados. Devemos sempre suspeitar que eles estão mais próximos de nós do que podemos supor. Os santos correm pelas ruas e a maior parte dos bem-aventurados são pessoas simples e que têm coração. A declaração conciliar Nostra Aetate afirma: “A Igreja Católica não rejeita o que é verdadeiro e santo em todas as religiões. Considera suas práticas, maneiras de viver, preceitos e doutrinas como reflexo da verdade que ilumina todos os seres humanos, ainda que se distanciem do que ela crê e ensina (...)A Igreja rejeita como contrária ao pensamento de Cristo toda a discriminação ou perseguição por causa das diferenças de raça, cor, condição ou religião” (NA 857.871).
(Manos da Terna Solidão/ Pe. Paulo Botas, mts e Pe. Eduardo Spiller, mts)
CONTEMPLAR
Monge budista noviço, Kyaw Thiha, brinca durante a chuva no Monastério Shin Ohtama Tharya, em Yangon, Myanmar, 2011, Soe Zeya Tun, Agência Reuters, Yangon, Myanmar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário