A palavra de Deus é viva e eficaz e mais cortante que espada de
dois gumes (Hb 4, 12).
Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo
2 Sm 5, 1-3 Cl 1, 12-20 Lc 23, 35-43
ESCUTAR
“Tu apascentarás o meu povo Israel e serás o seu chefe” (2 Sm 5, 2).
“Ele nos libertou do poder das trevas e nos recebeu no reino do seu
Filho amado” (Cl 1, 13).
“Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reinado” (Lc 23, 42).
MEDITAR
O
Cristo vai aonde não temos coragem de ir. No momento em que o procuramos no
templo, ele se acha no estábulo; quando o buscamos entre os padres, ele está
entre os pecadores; no instante em que o solicitamos em liberdade, está
detido; quando o procuramos ornado de glória, ele está coberto de sangue sobre
a cruz.
(Cartas
na prisão de um cristão anônimo)
Prefiro
uma Igreja que comete erros a uma Igreja que adoece por ficar fechada.
(Papa
Francisco)
ORAR
Davi tem uma investidura real plebiscitária: “Todas
as tribos de Israel vieram encontrar com Davi em Hebron e disseram-lhe: ‘Aqui
estamos. Somos teus ossos e tua carne’”. Jesus, o Cristo, da descendência de
Davi, ao contrário, é contestado em sua realeza: o povo adota uma posição
neutra e oportunista; os soldados o insultam e a inscrição colocada sobre a sua
cabeça é uma zombaria. Somente um delinquente comum o reconhece como rei. Davi
foi vitorioso com a força das armas nas suas batalhas; Jesus, ao contrário, aparece
sobre a cruz como derrotado, pois são os seus inimigos que possuem as armas.
Onde está a cruz, não há lugar para sinais de força. A tortura foi o seu manto,
os espinhos a sua coroa, a proscrição o seu cetro, as provocações e os
escárnios foram a sua aclamação. Cristo quer ser reconhecido como rei
unicamente por meio de uma adesão livre, no amor, sem coação alguma e nenhuma
imposição. Cristo é um Rei vencido pela força, mas vitorioso na fraqueza da
ternura e jamais poderá aceitar a honra das armas nem que seja por puro adorno.
No calvário, Cristo está coroando não uma conquista espetacular, mas uma obra
de reconciliação e de paz. Cristo em seu “palácio” oferece asilo aos
“malfeitores” que nele encontram um refúgio seguro e se cerca de súditos “pouco
recomendáveis”. Um destes o reconhece explicitamente como rei e se converte no
primeiro cidadão do seu Reino. O Reino do Cristo é o reino do Inocente
condenado, da inocência achincalhada. É o Reino invisível Daquele que faz
irromper no mundo a dimensão do perdão e o perdão para todos, inclusive para os
que brilham por sua covardia, pois são os que sempre lavam as mãos. A Igreja de
Jesus é sempre ameaçada pelo triunfalismo, em nome do Cristo Rei, para garantir
um império como o dos ditadores e não perder o domínio e o privilégio de suas
conquistas terrenas. O desafio está lançado no alto do Calvário: ou empenhamos
nossas vidas para o serviço aos outros, ou procuraremos o poder e nos
converteremos em seus escravos. O “bom ladrão” não obtém de Cristo a salvação
física, como pretendia o seu parceiro, mas a salvação total. Jesus, o Rei e
Messias crucificado, reúne todo o universo e nos revela, para todo o sempre,
que a alegria em Deus consiste, simplesmente, no dom total de si mesmo.
(Manos da Terna Solidão/ Pe. Paulo Botas, mts e Pe. Eduardo Spiller,
mts)
CONTEMPLAR
A
Trindade, José de Ribera, c.
1635, óleo sobre tela, 226 x 181 cm, Museu do Prado, Madrid, Espanha.
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