quarta-feira, 16 de novembro de 2022

O Caminho da Beleza 52 - Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo

A palavra de Deus é viva e eficaz e mais cortante que espada de dois gumes (Hb 4, 12).

Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo           

2 Sm 5, 1-3              Cl 1, 12-20               Lc 23, 35-43


ESCUTAR

“Tu apascentarás o meu povo Israel e serás o seu chefe” (2 Sm 5, 2).

“Ele nos libertou do poder das trevas e nos recebeu no reino do seu Filho amado” (Cl 1, 13).

“Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reinado” (Lc 23, 42).

 

 MEDITAR

O Cristo vai aonde não temos coragem de ir. No momento em que o procuramos no templo, ele se acha no estábulo; quando o buscamos entre os padres, ele está entre os pecadores; no instante em que o solicitamos em liberda­de, está detido; quando o procuramos ornado de glória, ele está coberto de sangue sobre a cruz.

(Cartas na prisão de um cristão anônimo)

Prefiro uma Igreja que comete erros a uma Igreja que adoece por ficar fechada.

(Papa Francisco)

 

ORAR

    Davi tem uma investidura real plebiscitária: “Todas as tribos de Israel vieram encontrar com Davi em Hebron e disseram-lhe: ‘Aqui estamos. Somos teus ossos e tua carne’”. Jesus, o Cristo, da descendência de Davi, ao contrário, é contestado em sua realeza: o povo adota uma posição neutra e oportunista; os soldados o insultam e a inscrição colocada sobre a sua cabeça é uma zombaria. Somente um delinquente comum o reconhece como rei. Davi foi vitorioso com a força das armas nas suas batalhas; Jesus, ao contrário, aparece sobre a cruz como derrotado, pois são os seus inimigos que possuem as armas. Onde está a cruz, não há lugar para sinais de força. A tortura foi o seu manto, os espinhos a sua coroa, a proscrição o seu cetro, as provocações e os escárnios foram a sua aclamação. Cristo quer ser reconhecido como rei unicamente por meio de uma adesão livre, no amor, sem coação alguma e nenhuma imposição. Cristo é um Rei vencido pela força, mas vitorioso na fraqueza da ternura e jamais poderá aceitar a honra das armas nem que seja por puro adorno. No calvário, Cristo está coroando não uma conquista espetacular, mas uma obra de reconciliação e de paz. Cristo em seu “palácio” oferece asilo aos “malfeitores” que nele encontram um refúgio seguro e se cerca de súditos “pouco recomendáveis”. Um destes o reconhece explicitamente como rei e se converte no primeiro cidadão do seu Reino. O Reino do Cristo é o reino do Inocente condenado, da inocência achincalhada. É o Reino invisível Daquele que faz irromper no mundo a dimensão do perdão e o perdão para todos, inclusive para os que brilham por sua covardia, pois são os que sempre lavam as mãos. A Igreja de Jesus é sempre ameaçada pelo triunfalismo, em nome do Cristo Rei, para garantir um império como o dos ditadores e não perder o domínio e o privilégio de suas conquistas terrenas. O desafio está lançado no alto do Calvário: ou empenhamos nossas vidas para o serviço aos outros, ou procuraremos o poder e nos converteremos em seus escravos. O “bom ladrão” não obtém de Cristo a salvação física, como pretendia o seu parceiro, mas a salvação total. Jesus, o Rei e Messias crucificado, reúne todo o universo e nos revela, para todo o sempre, que a alegria em Deus consiste, simplesmente, no dom total de si mesmo.

(Manos da Terna Solidão/ Pe. Paulo Botas, mts e Pe. Eduardo Spiller, mts)

 

CONTEMPLAR

A Trindade, José de Ribera, c. 1635, óleo sobre tela, 226 x 181 cm, Museu do Prado, Madrid, Espanha.

 


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