A palavra de
Deus é viva e eficaz e mais cortante que espada de dois gumes (Hb 4, 12).
XXIV Domingo do Tempo Comum 13.09.2020
Eclo
27, 33-28,9 Rm 14, 7-9 Mt 18, 21-35
ESCUTAR
O rancor
e a raiva são coisas detestáveis; até o pecador procura dominá-las (Eclo 27,
33).
Se
estamos vivos, é para o Senhor que vivemos; se morremos, é para o Senhor que
morremos (Rm 14, 8).
“Não
devias tu também ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de
ti?” (Mt 18, 33).
MEDITAR
“Não se
ponha o sol sobre o vosso ressentimento” (Ef 24, 6).
(Paulo de
Tarso, c. 5-67, Anatólia, Ásia Menor)
ORAR
Há poucas parábolas no
evangelho com uma força tão impressionante como a de hoje: não se pode por a
ela a menor objeção. E nenhuma como essa coloca diante de nossos olhos de
maneira mais drástica as autênticas dimensões da nossa falta de amor, da
culpabilidade de nosso desamor: exigimos continuamente a nossos semelhantes que
nos paguem o que em nossa opinião nos devem, sem pensar nem por um instante na
enorme culpa que Deus nos perdoou totalmente. Com frequência rezamos distraídos
as palavras do “Pai Nosso”: “Perdoa nossas ofensas, assim como nós...”, sem
pararmos para pensar quão pouco renunciamos à nossa justiça terrestre, mesmo
que Deus tenha renunciado à justiça celeste por nós. A leitura da Antiga
Aliança já sabe exatamente isto até o menor detalhe: “Não tem compaixão de seu
semelhante e pede perdão de seus pecados?”. Para o sábio veterotestamentário
isto já é uma impossibilidade que salta à vista. E para demonstrá-lo, remete
não apenas a um sentimento humanista geral mas também à aliança de Deus, que era
uma oferta de graça em vez de uma remissão da culpa para o povo de Israel:
“Recorda a aliança do Senhor e perdoa o erro”. A segunda leitura aprofunda
cristologicamente essa fundamentação. Nós, que julgamos sobre o que é justo e
injusto, não nos pertencemos em absoluto a nós mesmos. Em toda nossa existência
somos já devedores da bondade misericordiosa daquele que nos perdoou e carregou
por nós, já desde sempre, a nossa culpa. Quando se diz, “Nenhum de nós vive para si mesmo”, se quer
dizer duas coisas: ninguém deve sua existência a si mesmo, mas sim que cada um
de nós se deve, como existente, a Deus; mas se diz ainda mais: deve-se mais
profundamente ao que já pagou por sua culpa e que continua sendo ainda o mais
profundo devedor. Isso não significa de modo algum que ele seria servo e
escravo de um amigo. Ao contrário, o rei deixa ir em liberdade o empregado a
quem perdoou a dívida. Se nós nos devemos inteiramente a Cristo, então nos
devemos ao amor divino que veio por nós “até o fim” (Jo 13, 1); e dever-se ao
amor significa poder e dever amar. E isto é precisamente a suprema liberdade
para o homem.
(Hans Urs
von Balthasar, 1905-1988, Suíça)
CONTEMPLAR
Pupa, 2020,
menino de onze anos lutador de Muay Thai, Isaan, Tailândia, Lord K2, Reino
Unido, Monovisions Photography Awards.
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