A palavra de
Deus é viva e eficaz e mais cortante que espada de dois gumes (Hb 4, 12).
XVII Domingo do Tempo Comum 26.07.2020
1 Rs 3, 5.7-12 Rm
8, 28-30 Mt 13, 44-52
ESCUTAR
“Dá,
pois, ao teu servo um coração compreensivo, capaz de governar o teu povo e de
discernir entre o bem e o mal” (1 Rs 3, 9).
Aqueles
que Deus contemplou com seu amor desde sempre, a esses ele predestinou a serem
conformes à imagem de seu Filho (Rm 8, 29).
“Os anjos
virão para separar os homens maus dos que são justos e lançarão os maus na
fornalha de fogo” (Mt 13, 49-50).
MEDITAR
Dá aos
teus, Senhor, alguma coisa da tua liberdade, do salto vivo da tua liberdade.
Que não nos sirvamos de ti como uma trincheira para fazer perdurar o nosso
pequeno universo de ritos, de práticas, de virtudes. Deus, tu não és o protetor
de nossas covardias, tu és aquele que nos fazes sair do nosso “buraco”. Dá a
cada um de nós emergir do medo, que todos se levantem e andem.
(Jean-François
Six, 1929-, França)
ORAR
As parábolas do tesouro e
da pérola nos revelam uma das exigências mais profundas do Reino. O Reino não é
algo que pode ser simplesmente acrescido à nossa vida pessoal, mesmo que já
ocupe uma grande parte de nosso pensamento e de nossa atividade. Só há uma
verdadeira busca do Reino quando essa busca domina tudo. O Reino é absoluto:
ele não admite meio termo. Não é algo que se possui pela metade ou do qual se toma
uma parte. Só o possuímos quando tudo é abandonado por ele. O homem que
encontrou o tesouro vai vender tudo o que possui. Em outras palavras, a vida
cristã, em seu princípio, não conhece divisão: ela só é real quando abarca
tudo. É a sua característica ao contrário de todos os outros modos de vida. Para
a vida intelectual, a vida estética, a vida social, há uma dosagem a
estabelecer; não para a vida religiosa. Esta não exclui as outras, mas ela é de
um outro tipo: ela não pode se justapor a elas; é preciso que, abarcando todo o
homem, ela penetre em seus outros modos de vida. Não há vida religiosa
autêntica a não ser quando essa vida tende a invadir a tudo. Existe um
exclusivismo de Deus. Contudo, esse exclusivismo não se exerce absolutamente à
maneira dos exclusivismos humanos. Deus não é uma realidade criada, ocupando no
tecido humano um lugar no qual expulsa, por sua própria existência, todas as
outras realidades criadas. A presença de Deus não expulsa o humano: ela o
penetra e o transforma. Mas o humano deve se deixar penetrar por inteiro; ele
deve, por assim dizer, se deixar arrebatar a si próprio. Nós só possuímos Deus
quando ele nos penetra para além de tudo e quando, por consequência, não
aceitamos possuir mais nada. É preciso, pois, para possuirmos Deus, isto é para
entrar em seu Reino, renunciar a todas as outras coisas por si próprias: para a
pérola, para o tesouro, é preciso vendermos tudo... O Reino é algo que não se
obtém a não ser renunciando a tudo.
(Yves de
Montcheuil, 1900-1944, França)
CONTEMPLAR
Alpinista, 2014,
Yosuke Kashiwakura (1978-), Japão, menção honrosa no Monochrome Photograph
Awards, 2014.
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