segunda-feira, 20 de julho de 2020

O Caminho da Beleza 36 - XVII Domingo do Tempo Comum


A palavra de Deus é viva e eficaz e mais cortante que espada de dois gumes (Hb 4, 12).

XVII Domingo do Tempo Comum              26.07.2020
1 Rs 3, 5.7-12                     Rm 8, 28-30                      Mt 13, 44-52


ESCUTAR

“Dá, pois, ao teu servo um coração compreensivo, capaz de governar o teu povo e de discernir entre o bem e o mal” (1 Rs 3, 9).

Aqueles que Deus contemplou com seu amor desde sempre, a esses ele predestinou a serem conformes à imagem de seu Filho (Rm 8, 29).

“Os anjos virão para separar os homens maus dos que são justos e lançarão os maus na fornalha de fogo” (Mt 13, 49-50).


MEDITAR

Dá aos teus, Senhor, alguma coisa da tua liberdade, do salto vivo da tua liberdade. Que não nos sirvamos de ti como uma trincheira para fazer perdurar o nosso pequeno universo de ritos, de práticas, de virtudes. Deus, tu não és o protetor de nossas covardias, tu és aquele que nos fazes sair do nosso “buraco”. Dá a cada um de nós emergir do medo, que todos se levantem e andem.

(Jean-François Six, 1929-, França)


ORAR

         As parábolas do tesouro e da pérola nos revelam uma das exigências mais profundas do Reino. O Reino não é algo que pode ser simplesmente acrescido à nossa vida pessoal, mesmo que já ocupe uma grande parte de nosso pensamento e de nossa atividade. Só há uma verdadeira busca do Reino quando essa busca domina tudo. O Reino é absoluto: ele não admite meio termo. Não é algo que se possui pela metade ou do qual se toma uma parte. Só o possuímos quando tudo é abandonado por ele. O homem que encontrou o tesouro vai vender tudo o que possui. Em outras palavras, a vida cristã, em seu princípio, não conhece divisão: ela só é real quando abarca tudo. É a sua característica ao contrário de todos os outros modos de vida. Para a vida intelectual, a vida estética, a vida social, há uma dosagem a estabelecer; não para a vida religiosa. Esta não exclui as outras, mas ela é de um outro tipo: ela não pode se justapor a elas; é preciso que, abarcando todo o homem, ela penetre em seus outros modos de vida. Não há vida religiosa autêntica a não ser quando essa vida tende a invadir a tudo. Existe um exclusivismo de Deus. Contudo, esse exclusivismo não se exerce absolutamente à maneira dos exclusivismos humanos. Deus não é uma realidade criada, ocupando no tecido humano um lugar no qual expulsa, por sua própria existência, todas as outras realidades criadas. A presença de Deus não expulsa o humano: ela o penetra e o transforma. Mas o humano deve se deixar penetrar por inteiro; ele deve, por assim dizer, se deixar arrebatar a si próprio. Nós só possuímos Deus quando ele nos penetra para além de tudo e quando, por consequência, não aceitamos possuir mais nada. É preciso, pois, para possuirmos Deus, isto é para entrar em seu Reino, renunciar a todas as outras coisas por si próprias: para a pérola, para o tesouro, é preciso vendermos tudo... O Reino é algo que não se obtém a não ser renunciando a tudo.

(Yves de Montcheuil, 1900-1944, França)


CONTEMPLAR

Alpinista, 2014, Yosuke Kashiwakura (1978-), Japão, menção honrosa no Monochrome Photograph Awards, 2014.




Nenhum comentário:

Postar um comentário