A palavra de
Deus é viva e eficaz e mais cortante que espada de dois gumes (Hb 4, 12).
III Domingo do Tempo Comum 26.01.2020
Is 8, 23-9,3 1
Cor 1, 10-13.17 Mt 4, 12-23
ESCUTAR
Para os
que habitavam nas sombras da morte, uma luz resplandeceu (Is 9, 1).
Sejais
todos concordes uns com os outros e não admitais divisões entre vós (1 Cor 1,
10).
“Convertei-vos,
porque o reino dos céus está próximo” (Mt 4, 17).
MEDITAR
Eu vou te
ajudar, meu Deus, a não desapareceres em mim, mas não posso garantir nada de
antemão. Uma coisa, entretanto, me parece cada vez mais clara: não é tu que
podes nos ajudar, mas somos nós que podemos te ajudar – e, fazendo isso, nós
nos ajudamos a nós mesmos. Isso é tudo que nos é possível salvar nessa época e
é a única coisa que importa: um pouco de ti em nós, meu Deus.
(Etty
Hillesum, 1914-1943, Holanda)
ORAR
Nós o sabemos e nós devemos
acreditar, Deus colocou esse mundo em nossas mãos. Não é o mundo, não é a História
que deve nos salvar. Mas somos nós que devemos salvar o mundo. Deus quis ter a
necessidade de nossa indigência. Não há nada maior, nada que verdadeiramente
possa nos comover mais que esse amor de Deus, que não quis apenas se doar a
nós, mas ainda quis assumir a nossa humanidade, nossa pobreza, como se para
realizar a sua obra ele necessitasse de nossa miséria, como se, sem nós, ele
não pudesse salvar o mundo! A desproporção infinita que existe entre o que nós
somos e a missão que nos é confiada é preenchida pela misericórdia e poder
divinos. Preenchida em que medida? Na medida de nossa fé. Na medida em que nos
abandonamos à força de Deus. É preciso que nós nos sintamos verdadeiramente
como instrumentos do Todo-Poderoso. Nós só podemos nos abandonar ao Senhor:
essa é a nossa sabedoria. Aquele que nos enviou não nos deixa só. Se ele cumpriu
a vontade do Pai é porque ele não estava só. “Eu não estou só”, ele proclamou em
seu discurso após a ceia. Assim ele nos ensina, a nós também, a não nos
sentirmos só, mas a sentirmos sua presença: ele caminha conosco. Como aliás
Deus poderia nos enviar para a luta se ele mesmo, por seu Espírito, não vivesse
em nossos corações? E como os homens poderiam esperar realizar a obra de Deus,
se Deus mesmo não vivesse neles? Devemos verdadeiramente perceber que o Cristo
nos ajuda, que ele mesmo está conosco, que é ele que se expande em nossa vida.
Nossa vida não é apenas a nossa, é também a vida mesma do Cristo presente hoje,
como ele foi antes em nossa condição terrestre, na humildade e na pobreza. A
humildade de sua vida não o impediu de realizar a salvação do mundo. Bem ao
contrário, foi precisamente na fraqueza que ele pode realizar a obra que Deus
lhe havia confiado. A fraqueza de Deus é mais forte que a força dos homens.
(Divo
Barsotti, 1914-2006, Itália)
CONTEMPLAR
Camaradagem, 2019, Campo
de gado de Mundari, Sudão do Sul, Trevor Cole, Monochrome Photography Awards 2019, Reino Unido.
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