quarta-feira, 22 de maio de 2019

O Caminho da Beleza 27 - VI Domingo da Páscoa


Já não quero dicionários consultados em vão. Quero só a palavra que nunca estará neles nem se pode inventar. Que resumiria o mundo e o substituiria. Mais sol do que o sol dentro do qual vivêssemos todos em comunhão, mudos, saboreando-a.

(Carlos Drummond de Andrade)


VI Domingo da Páscoa             26.05.2019

At 15, 1-2.22-29                Ap 21, 10-14.22-23                      Jo 14, 23-29


ESCUTAR

“Ficamos sabendo que alguns dos nossos causaram perturbações com palavras que transtornaram vosso espírito” (At 15, 24).

Não vi templo na cidade, pois o seu Templo é o próprio Senhor, o Deus Todo-poderoso, e o Cordeiro (Ap 21, 22).

O Defensor, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo (Jo 14, 26).


MEDITAR

Onde falta o desejo de se encontrar com Deus, ali não há crentes e sim pobres caricaturas de pessoas que se dirigem a Deus por medo ou por interesse.

(Simone Weil, 1909-1943, França)


ORAR

            O primeiro trabalho, o trabalho fundamental de nossa vida cristã, é nos deixar guiar em tudo pelo Espírito do Cristo. Não nos é pedido uma tensão de nós mesmos, mas um abandono a este impulso divino. Abandono que além disso não tem nada de uma preguiça ou de uma passividade, no sentido em que se emprega geralmente esta palavra. Há forças egoístas e perturbadoras que se agitam em nós e é a elas que a capitulação da vontade entrega a alma. Não se trata de nos conduzir, mas de ser conduzidos pelo Cristo. Ele nos mostra, por seu exemplo, o que é uma vida de homens sempre penetrada do Espírito. Sem dúvida, não se tratará de a copiar materialmente e servilmente, pois não nos encontramos exatamente nas mesmas circunstâncias, não temos a mesma tarefa exterior a executar. Mas nos atos do Cristo, assim como nas suas palavras revelam-se os princípios que inspiram sua ação, os julgamentos de valor que ditam sua atitude e comandam suas reações. É isto que devemos fazer nosso, incorporar progressivamente à substância de nosso ser. Quanto mais o fizermos, mais agiremos espontaneamente com o Cristo, mais estaremos sob a direção do Espírito. Mais seremos, nas circunstâncias onde Deus nos colocar, outros Cristos, isto é, cristãos. É preciso já começar, por pouco que seja, a possuir o Espírito de Cristo para compreender a vida de Cristo, de maneira que ela não esteja somente diante de nossos olhos como uma série de fatos, mas que tenhamos a compreensão de seu significado. Reformar nossa conduta depois que tivermos compreendido nos fará penetrar mais no Espírito de Cristo, pois se obtém este Espírito, não pela força da razão mas pela fidelidade nas ações, às luzes recebidas. Voltando então ao Evangelho penetraremos melhor o seu sentido. E uma nova fidelidade nos permitirá de novo uma nova compreensão mais profunda das lições evangélicas. Nesta matéria, para compreender, é preciso agir segundo o que se compreendeu. Levar uma vida medíocre é condenar-se à incompreensão.

(Yves de Montcheuil, 1900-1944, França)


CONTEMPLAR

Sinos de Jerusalém, 2013, Guy Cohen (1990-), Jerusalém, Israel.




Nenhum comentário:

Postar um comentário