Já não quero dicionários
consultados em vão. Quero só a palavra que nunca estará neles nem se pode
inventar. Que resumiria o mundo e o substituiria. Mais sol do que o sol dentro
do qual vivêssemos todos em comunhão, mudos, saboreando-a.
(Carlos Drummond de
Andrade)
VI
Domingo da Páscoa 26.05.2019
At 15,
1-2.22-29 Ap 21,
10-14.22-23 Jo 14,
23-29
ESCUTAR
“Ficamos
sabendo que alguns dos nossos causaram perturbações com palavras que
transtornaram vosso espírito” (At 15, 24).
Não vi
templo na cidade, pois o seu Templo é o próprio Senhor, o Deus Todo-poderoso, e
o Cordeiro (Ap 21, 22).
O
Defensor, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará
tudo (Jo 14, 26).
MEDITAR
Onde falta o desejo de se
encontrar com Deus, ali não há crentes e sim pobres caricaturas de pessoas que
se dirigem a Deus por medo ou por interesse.
(Simone Weil, 1909-1943, França)
ORAR
O
primeiro trabalho, o trabalho fundamental de nossa vida cristã, é nos deixar
guiar em tudo pelo Espírito do Cristo. Não nos é pedido uma tensão de nós
mesmos, mas um abandono a este impulso divino. Abandono que além disso não tem
nada de uma preguiça ou de uma passividade, no sentido em que se emprega
geralmente esta palavra. Há forças egoístas e perturbadoras que se agitam em
nós e é a elas que a capitulação da vontade entrega a alma. Não se trata de nos
conduzir, mas de ser conduzidos pelo Cristo. Ele nos mostra, por seu exemplo, o
que é uma vida de homens sempre penetrada do Espírito. Sem dúvida, não se
tratará de a copiar materialmente e servilmente, pois não nos encontramos exatamente
nas mesmas circunstâncias, não temos a mesma tarefa exterior a executar. Mas
nos atos do Cristo, assim como nas suas palavras revelam-se os princípios que
inspiram sua ação, os julgamentos de valor que ditam sua atitude e comandam
suas reações. É isto que devemos fazer nosso, incorporar progressivamente à
substância de nosso ser. Quanto mais o fizermos, mais agiremos espontaneamente
com o Cristo, mais estaremos sob a direção do Espírito. Mais seremos, nas
circunstâncias onde Deus nos colocar, outros Cristos, isto é, cristãos. É
preciso já começar, por pouco que seja, a possuir o Espírito de Cristo para compreender
a vida de Cristo, de maneira que ela não esteja somente diante de nossos olhos
como uma série de fatos, mas que tenhamos a compreensão de seu significado.
Reformar nossa conduta depois que tivermos compreendido nos fará penetrar mais
no Espírito de Cristo, pois se obtém este Espírito, não pela força da razão mas
pela fidelidade nas ações, às luzes recebidas. Voltando então ao Evangelho
penetraremos melhor o seu sentido. E uma nova fidelidade nos permitirá de novo
uma nova compreensão mais profunda das lições evangélicas. Nesta matéria, para
compreender, é preciso agir segundo o que se compreendeu. Levar uma vida medíocre
é condenar-se à incompreensão.
(Yves de
Montcheuil, 1900-1944, França)
CONTEMPLAR
Sinos de Jerusalém, 2013, Guy
Cohen (1990-), Jerusalém, Israel.
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