terça-feira, 14 de maio de 2019

O Caminho da Beleza 26 - V Domingo da Páscoa


Já não quero dicionários consultados em vão. Quero só a palavra que nunca estará neles nem se pode inventar. Que resumiria o mundo e o substituiria. Mais sol do que o sol dentro do qual vivêssemos todos em comunhão, mudos, saboreando-a.

(Carlos Drummond de Andrade)


V Domingo da Páscoa               19.05.2019
At 14, 21-27            Ap 21, 1-5                Jo 13, 31-35


ESCUTAR

“É preciso que passemos por muitos sofrimentos para entrar no reino de Deus” (At 14, 22).

Vi um novo céu e uma nova terra. Pois o primeiro céu e a primeira terra passaram e o mar já não existe (Ap 21, 1).

“Amai-vos uns aos outros” (Jo 13, 34).


MEDITAR

O amor é o único ímpeto que é suficientemente avassalador para nos forçar a deixar o confortável abrigo da nossa individualidade bem protegida, a pôr de lado a concha inexpugnável da autossuficiência e rastejar nus para a zona do perigo, lá para a frente, para o cadinho em que a individualidade se purifica para aparecer a personalidade.

(Mark Patrick Hederman OSB, 1944-, Irlanda)


ORAR

            É, com efeito, “o amor do próximo o nosso modo concreto de entrar no amor de Deus”. É a encarnação do nosso amor de Deus, a prova da sua veracidade. Nós não podemos amar verdadeiramente a Deus sem querer o bem de nossos irmãos no Cristo, sem querer que todos estejam unidos n’Ele pelo mesmo “Pai Nosso”. “Aquele que não ama seu irmão a quem vê, como poderá amar Deus que não vê?” (1 Jo 4, 20). Nosso próximo é o Cristo ao alcance do nosso amor. Se não o amamos, é que não amamos a Cristo verdadeiramente...O amor fraterno, em cada um dos seus atos, é uma epifania do Deus do amor. A comunidade do amor deixa transparecer no semblante os traços invisíveis da comunidade divina, comunica-lhe sua vida. Pois o amor se espalha. É a alma da comunidade e o seu princípio de ação. O Espírito do amor é a fonte de sua vida e da sua difusão. O que a comunidade de amor traz ao mundo é a presença de Deus, é a experiência de Deus, a alegria de Deus ao alcance de todos. O que atrai a Fé, o que provoca a adesão, é a experiência de um amor novo na comunidade cristã viva, é o contato de Deus. “Que eles sejam um, pede o Cristo, a fim de que o mundo creia” (Jo 17, 21). E a sua oração é ouvida. Eles não formavam senão um só coração e uma só alma e a multidão dos fiéis ia aumentando a cada dia (At 2, 41.44). “Não teriam convertido o mundo”, comenta São João Crisóstomo, “se não tivessem amado tanto”. Isto permanece verdadeiro ainda hoje: só vivendo no amor fraterno pode uma comunidade levar o Evangelho a um meio humano qualquer. E sempre que há o amor, a vida divina passa e atrai, pois o coração do homem é feito para viver essa alegria, de conhecer e amar a Deus no outro.

(Louis Lochet, 1914-2002, França)


CONTEMPLAR

Crianças no degrau da porta, 2008, Havana, Cuba, Tony McDonnell, Dundalk, Irlanda.





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