terça-feira, 7 de maio de 2019

O Caminho da Beleza 25 - IV Domingo da Páscoa


Já não quero dicionários consultados em vão. Quero só a palavra que nunca estará neles nem se pode inventar. Que resumiria o mundo e o substituiria. Mais sol do que o sol dentro do qual vivêssemos todos em comunhão, mudos, saboreando-a.

(Carlos Drummond de Andrade)


IV Domingo da Páscoa             12.05.2019
At 13, 14.43-52                  Ap 7, 9.14-17                      Jo 10, 27-30


ESCUTAR

“Eu te coloquei como luza para as nações, para que leves a salvação até os confins da terra” (At 13, 47).

“Esses são os que vieram da grande tribulação. Lavaram e alvejaram as suas roupas no sangue do Cordeiro” (Ap 7, 14).

“As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem” (J0 10, 27).


MEDITAR

O caminho para a fé passa pela obediência ao chamado de Cristo. Exige-se um passo decisivo, senão o chamado de Jesus ecoa no vácuo, e todo suposto discipulado, sem esse passo ao qual Jesus nos chama, transforma-se em falsa onda entusiástica.

(Dietrich Bonhoeffer, 1906-1945, Alemanha)


ORAR

            Os povos e aldeias da Galileia estavam formados por gente campesina e de condição social muito humilde. Eram pessoas que viviam do campo e do pastoreio de seus escassos rebanhos de ovelhas e cabras. Naquela sociedade agrária, na qual nasceu e se educou Jesus, a imagem do pastor e o pastoreio das ovelhas era familiar. Jesus, seguindo a tradição dos profetas (Ez 34) utiliza esta imagem para explicar a relação entre os líderes e os discípulos na comunidade cristã. A experiência ensinava, desde então, que este assunto era delicado e se prestava a abusos muito graves. Ezequiel havia se queixado: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! (Ez 34, 2b). Por isso, Deus mesmo os ameaçava: Vou-me enfrentar com os pastores; lhes reclamarei minhas ovelhas (Ez 34, 10). É o escândalo dos pastores que atuam como donos do rebanho e o dominam segundo suas próprias ideias, seus interesses e suas preferências. Em consequência, Jesus explica o modelo de relação entre o pastor, que é bom de verdade, e a comunidade que apascenta. Esta relação se define por três verbos: “escutar”, “conhecer” e “seguir”... O mais importante de tudo é o “seguimento”. As ovelhas confiam no pastor, vão onde ele vai. Se sentem seguras com seu pastor. Tudo isso supõem modificar a raiz da relação entre o governante e os que se deixam governar. Já não se trata de uma “relação de poder” a qual corresponde uma “relação de submissão”. Isso tem sido o “princípio de decomposição” da Igreja. Porque a deformou. Numa instituição assim, Jesus não pode estar presente. Muito pelo contrário: Jesus se faz presente onde se oferece um modelo alternativo na relação entre líderes e comunidade. Quando todos eles se fundem em unidade, então a Igreja oferece a possibilidade de um mundo que nos pode seduzir. O mundo que tanto necessitamos.

(José Maria Castillo, 1929-, Espanha)


CONTEMPLAR

S. Título, s. data, Manhattan (?), Clay Benskin, New York, Estados Unidos.




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