segunda-feira, 19 de novembro de 2018

O Caminho da Beleza 53 - Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo


A palavra de Deus é viva e eficaz e mais cortante que espada de dois gumes (Hb 4, 12).

Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo                 25.11.2018
Dn 7, 13-14             Ap 1, 5-8                  Jo 18, 33-37


ESCUTAR

“Seu poder é um poder eterno que não lhe será tirado, e seu reino, um reino que não se dissolverá” (Dn 7, 14).

“Eu sou o alfa e o ômega”, diz o Senhor Deus (Ap 1, 8).

“Eu nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade” (Jo 18, 37).


MEDITAR

O amor do Cristo foi mais poderoso, na morte do Cristo, do que o ódio dos seus inimigos. O ódio somente pôde o que lhe permitiu o amor. Entregaram o Cristo à morte, e isto por malvadez; o Pai entregou seu Filho, o Filho entregou-se por si mesmo, e isto por amor... Porque só o amor pode fazer impunemente o que quiser.

(Balduino de Ford, 1090-1153, Inglaterra)


ORAR

            Tornar-se homem livre é morrer para tudo o que não é amor e caridade. O homem torna-se livre quando é capaz de afrontar a morte – a morte do egoísmo sob todas as suas formas: tranquilidade, conforto, privilégios, consentimento às insolentes desigualdades do mundo. O homem é livre quando, ativamente, morre para tudo isso e trabalha a fim de não se tornar escravo de si mesmo. Eu disse: ativamente, isto é, afirmando-se por meio de atos livres, tomando decisões, pequenas ou grandes, que fazem advir, dia a dia, uma liberdade maior... Todos os atos da vida de Cristo foram atos de amor. Ele não se entregou parcialmente em tais atos, à exclusão de outros. No rigor do termo, ele deu a vida, ao longo da vida toda, sem jamais retomá-la para si. Portanto, ele morreu para todos os limites que constituem o homem e para todos os pecados que o prendem a esses limites.  Morte cotidiana, plenamente voluntária, que é seu ato verdadeiro, o conjunto dos atos praticados por ele. A morte de Cristo – compreendamos bem isto -, a morte constituída por cada um de seus atos, ao longo de toda a sua vida, e a morte final na cruz – eis o ato perfeito de uma liberdade humana, expressão perfeita, num homem, da liberdade do próprio Deus... Se a morte de Jesus houvesse sido natural, meramente suportada, o sepulcro não estaria vazio: haveria um resíduo entregue à destruição pura e simples. Mas se a morte de Jesus é a vida que ele deu, ela é, então, a Vida sem mais, pois a vida não é verdadeiramente Vida senão quando dada, pois ser e amar é a mesma coisa. Deus é Amor, a Vida é amor. Em Jesus, a morte é a perfeita expressão da Vida. O corpo morto de Jesus é a própria Vida, a realização e, por isso mesmo, a revelação da liberdade. Ele é um homem livre e não existe liberdade nos sepulcros, neles só pode haver resíduos. Nada do que Jesus foi tornou-se pó: o sepulcro está vazio.

(François Varillon, 1905-1978, França)


CONTEMPLAR

Faíscas de esperança, neve na cidade velha de Jerusalém, 2013, Guy Cohen (1990-), Jerusalém, Israel.




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