A palavra de Deus é viva e eficaz e mais
cortante que espada de dois gumes (Hb 4, 12).
XXXII Domingo do Tempo Comum 11.11.18
1 Rs 17, 10-16 Hb 9, 24-28 Mc
12, 38-44
ESCUTAR
Assim fala o Senhor Deus de Israel:
“A vasilha de farinha não acabará, e a jarra de azeite não diminuirá, até o dia
em que o Senhor enviar a chuva sobre a face da terra” (1 Rs 17, 14).
Cristo não entrou num santuário feito
por mão humana, imagem do verdadeiro, mas no próprio céu, a fim de comparecer,
agora, na presença de Deus, em nosso favor (Hb 9, 24-28).
Muitos ricos depositavam grandes
quantias. Então chegou uma pobre viúva que deu duas pequenas moedas, que não
valiam quase nada (Mc 12, 41-42).
MEDITAR
Mesmo se nada tenho de exterior a te
oferecer, encontro contudo em mim mesmo o que depositar sobre o altar em teu
louvor. Porque se não te nutris com nossos dons, tu te alegras com as oferendas
do coração.
(São Gregório Magno, -604, Itália)
ORAR
Fui um dia a Enaton ver Abba Joseph.
Havia ali o sofista Sophrone que o interrogava: “Tudo que o homem faz com
esmolas, Deus não leva em conta?”. O ancião respondeu: “Meu filho, há muitas
diferenças no motivo da esmola. Há pessoas que mesmo parecendo que dão esmolas,
irritam demais a Deus”. Sophrone disse então: “Pai, explique-me essa palavra”.
O ancião disse: “Deus prescreveu que as primícias de tudo que nasce, de todos
os frutos e animais puros, lhe sejam ofertadas em vista da benção dos demais e
da remissão dos pecados; e mais, ele prescreveu que os primeiros nascidos do
homem lhe fossem consagrados. Os ricos fazem o contrário: guardam para eles os
objetos úteis e os que não servem doam aos pobres e a seus irmãos. Por exemplo,
o bom vinho, eles o bebem, mas aquele que está avinagrado ou que é ruim, eles o
doam às viúvas e aos órfãos. Um fruto que está maduro, eles o sorvem, mas o que
está podre, doam; as vestimentas suntuosas e confortáveis, eles atribuem a si,
mas aquelas que estão rasgadas e usadas, jogam aos indigentes. Entre as
crianças, as que estão com boa saúde e bem dispostas, eles as preservam para as
uniões e casamentos, e fazem isso com muita solicitude; mas as doentes e feias,
as fracas e disformes, eles as consagram a Deus e as enviam aos monastérios. Eis
porque o que é oferecido por eles realmente não é agradável. Como Caim, quando
fazia suas oferendas (Gn 4, 3), não apenas não se sujeitava a Deus, como se
irritava com ele. Seria preciso que tais pessoas pensassem nisso: quando
queremos agradar aos homens mortais, nos esforçamos por lhes oferecer o que
lhes parece o mais precioso de tudo; quanto mais se quisermos agradar a Deus
nosso criador, de quem obtemos as mesmas coisas que lhe oferecemos. E como
queremos que ele nos seja favorável por causa da esmola, devemos lhe oferecer o
que temos de mais precioso, para que nosso presente não seja vergonhosamente
rejeitado e que nossa oferenda não seja um objeto de horror que se recuse. Com
efeito, da mesma maneira que o sacrifício de Noé, que era só aroma e incenso,
em consequência da boa intenção daquele que o apresentava, foi considerado como
um aroma agradável, segundo o que está escrito: ‘O Senhor sentiu um aroma agradável’ (Gn 8, 21), igualmente a
oferenda dos frutos apresentados com uma má intenção, mesmo se boa na
aparência, é considerada como um objeto de horror pelo Senhor, como a oferenda
e o incenso dos perfumes à quem Deus disse pelo profeta: ‘O incenso dos perfumes é para mim uma abominação’ (Is 1, 13)”. O
ancião nos disse isso e nós partimos edificados.
(Abba Joseph de Enaton, Egito, c. séc. V)
CONTEMPLAR
Mulher pobre e criança, 1951, Estoril, Portugal, Gordon Parks (1912-2006), Estados
Unidos.
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