segunda-feira, 12 de novembro de 2018

O Caminho da Beleza 52 - XXXIII Domingo do Tempo Comum


A palavra de Deus é viva e eficaz e mais cortante que espada de dois gumes (Hb 4, 12).

XXXIII Domingo do Tempo Comum                     18.11.2018
Dn 12, 1-3                Hb 10, 11-14.18                 Mc 13, 24-32


ESCUTAR

Naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, defensor dos filhos de teu povo; e será um tempo de angústia (Dn 12, 1).

Não lhe resta mais senão esperar até que seus inimigos sejam postos debaixo de seus pés (Hb 10, 13).

O sol vai se escurecer e a lua não brilhará mais, as estrelas começaram a cair do céu e as forças do céu serão abaladas. Então vereis o Filho do homem vindo nas nuvens com grande poder e glória (Mc 13, 24-26).


MEDITAR

A vida humana é uma jornada nas trevas onde apenas um Deus pode encontrar um caminho, no qual ninguém ousa acreditar, mas Deus pode fazer acontecer.

(Carl Theodor Dreyer, 1889-1968, Dinamarca/ Eurípedes, séc. V a.C., Grécia)


ORAR

            O texto de Daniel e o evangelho se correspondem perfeitamente para nos falar de tempos de aflição e de crise: crise econômica, aflição pelas doenças de HIV ou das vítimas do desemprego, crises políticas, crises familiares, etc... Durante toda a história nós vemos isso, sem falar das crises religiosas da nossa Igreja: perseguições, cismas, martírios de Revoluções, crise de vocações... De tal modo que se pode pensar que as crises fazem parte da vida: só os mortos não conhecem as crises. Se as crises fazem parte da vida, elas são muito frequentemente crises de crescimento, de passagens de uma etapa da vida à outra. E se as crises são muitas vezes crises de crescimento, elas podem ser também o sinal do crescimento do reino de Deus. É o que nos sugere o evangelho de hoje. Porque a história do mundo tem um significado: através dos acontecimentos e da história do mundo, o desígnio de Deus progride, o reino de Deus se constrói invisivelmente. Um dia este mundo terminará; será a vitória definitiva do Cristo ressuscitado sobre o mal e sobre a morte; será o advento do reino de Deus, na plenitude do amor e da paz. Sim, quaisquer que sejam as forças da morte que poderiam se opor a isso, o desígnio criador de Deus terminará por chegar. As crises e as aflições acumuladas por essas forças da morte podem então ser o sinal de que o tempo de Deus se aproxima, da mesma forma que na primavera as árvores que florescem por todos os lados são o sinal de que o inverno chega a seu fim. Sim, a vida e o amor acabarão por triunfar tão seguramente como a primavera triunfa sobre o inverno. Nossa esperança não será frustrada. Se é assim, se as crises e aflições fazem parte da vida, logo, saibamos utilizá-las. Em lugar de reagir diante da prova pela tentação do salve-se quem puder, cada um por si e tanto pior para os outros, é preciso nos interrogar ao contrário: “Senhor, que esperas de mim neste período difícil?”. Os períodos de aflição serão então para nós períodos de graça e de luz em que nós tomaremos melhor consciência de nossas reponsabilidades como homens e mulheres, como homens e mulheres que acreditam.

(Bernard Prévost, 1913- ?, França)


CONTEMPLAR

Floresta da Amazônia derrubada para plantar soja, Mato Grosso, Paulo Whitaker (1970-), Agência Reuters, Brasil.




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