A palavra de Deus é viva e eficaz e mais
cortante que espada de dois gumes (Hb 4, 12).
XXXIII Domingo do Tempo Comum 18.11.2018
Dn 12, 1-3 Hb 10, 11-14.18 Mc
13, 24-32
ESCUTAR
Naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe,
defensor dos filhos de teu povo; e será um tempo de angústia (Dn 12, 1).
Não lhe resta mais senão esperar até que seus inimigos sejam
postos debaixo de seus pés (Hb 10, 13).
O sol vai se escurecer e a lua não brilhará mais, as estrelas
começaram a cair do céu e as forças do céu serão abaladas. Então vereis o Filho
do homem vindo nas nuvens com grande poder e glória (Mc 13, 24-26).
MEDITAR
A vida humana é uma jornada nas trevas onde apenas um Deus
pode encontrar um caminho, no qual ninguém ousa acreditar, mas Deus pode fazer
acontecer.
(Carl Theodor Dreyer, 1889-1968, Dinamarca/ Eurípedes, séc. V
a.C., Grécia)
ORAR
O texto de
Daniel e o evangelho se correspondem perfeitamente para nos falar de tempos de
aflição e de crise: crise econômica, aflição pelas doenças de HIV ou das
vítimas do desemprego, crises políticas, crises familiares, etc... Durante toda
a história nós vemos isso, sem falar das crises religiosas da nossa Igreja:
perseguições, cismas, martírios de Revoluções, crise de vocações... De tal modo
que se pode pensar que as crises fazem parte da vida: só os mortos não conhecem
as crises. Se as crises fazem parte da vida, elas são muito frequentemente crises de crescimento, de passagens de
uma etapa da vida à outra. E se as crises são muitas vezes crises de
crescimento, elas podem ser também o sinal do crescimento do reino de Deus. É o que nos sugere o evangelho de
hoje. Porque a história do mundo tem um significado: através dos acontecimentos
e da história do mundo, o desígnio de Deus progride, o reino de Deus se
constrói invisivelmente. Um dia este mundo terminará; será a vitória definitiva
do Cristo ressuscitado sobre o mal e sobre a morte; será o advento do reino de
Deus, na plenitude do amor e da paz. Sim, quaisquer que sejam as forças da
morte que poderiam se opor a isso, o desígnio criador de Deus terminará por
chegar. As crises e as aflições acumuladas por essas forças da morte podem
então ser o sinal de que o tempo de Deus se aproxima, da mesma forma que na
primavera as árvores que florescem por todos os lados são o sinal de que o
inverno chega a seu fim. Sim, a vida e o amor acabarão por triunfar tão
seguramente como a primavera triunfa sobre o inverno. Nossa esperança não será
frustrada. Se é assim, se as crises e aflições fazem parte da vida, logo,
saibamos utilizá-las. Em lugar de reagir diante da prova pela tentação do
salve-se quem puder, cada um por si e tanto pior para os outros, é preciso nos
interrogar ao contrário: “Senhor, que esperas de mim neste período difícil?”.
Os períodos de aflição serão então para nós períodos de graça e de luz em que
nós tomaremos melhor consciência de nossas reponsabilidades como homens e
mulheres, como homens e mulheres que acreditam.
(Bernard Prévost, 1913- ?, França)
CONTEMPLAR
Floresta da Amazônia derrubada
para plantar soja,
Mato Grosso, Paulo Whitaker (1970-), Agência Reuters, Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário