A palavra de Deus é viva e eficaz e mais
cortante que espada de dois gumes (Hb 4, 12).
Santíssima Trindade 27.05.2018
Dt 4, 32-34.39-40 Rm 8, 14-17 Mt 28, 16-20
ESCUTAR
“Existe, porventura, algum povo que tenha ouvido a voz de
Deus falando-lhe do meio do fogo, como tu ouviste, e tenha permanecido vivo?
(Dt 4, 33).
Todos aqueles que se deixam conduzir pelo Espírito de Deus
são filhos de Deus (Rm 8, 14).
“Eis que eu estarei convosco todos os dias, até o fim do
mundo” (Mt 28, 20).
MEDITAR
A Trindade Amorosa nos conceda uma noite terna e serena. A
Trindade Amorosa nos conduza a um novo amanhecer para acolher e servir a todos.
A Trindade Amorosa, ao fim da nossa travessia, nos receba em suas entranhas em
comunhão com os justos para a Luz e o repouso eterno. Amém.
(Oração das Completas, Comunidade dos Manos da Terna Solidão,
Brasil)
ORAR
Não se
consente mais pensar em Deus sob este aspecto de um Deus proprietário que quer
nos curvar sob seu jugo e nos abater como a submissão de um indigente jogado ao
chão... Jesus Cristo nos abre novos horizontes sobre Deus. Jesus nos introduz
no coração de Deus. Ele nos abre o coração de Deus. Ele nos faz contemplar Deus
numa eterna circulação de amor, fazendo-nos conhecer o Pai, o Filho e o
Espírito Santo, mostrando-nos Deus como uma família em que tudo é comum, em que
tudo é partilhado, em que tudo é comunicado. É preciso que entremos nesse
mistério adorável, porque nele está nosso Deus. Nosso Deus não é outra coisa
senão o Amor. Nosso Deus não é outra coisa a não ser uma eterna comunicação;
porque em Deus o conhecimento não é um olhar sobre si, é um olhar para o Outro.
Deus não se olha, mas o Pai é um olhar eterno para o Filho, como o Filho é um
olhar eterno para o Pai, e toda a Luz divina é constantemente trocada, ela
jorra dessa troca como a transparência límpida de um dom eternamente realizado.
Deus não se apraz a si mesmo. Em Deus, o conhecimento é um élan em direção ao
outro. Deus é um despojamento. Ele é um dom. Ele é uma confidência eterna onde
o Um circula totalmente no Outro, e este Amor assim totalmente despojado não
pode mais bastar a si. É um Amor estendido para um Outro, um Amor que aspira,
que sai de Si, e do qual resulta eternamente essa respiração viva, o Espírito
Santo, que procede do Pai e do Filho, como numa família a criança nasce do pai
e da mãe... É este o Deus que se revela em Jesus Cristo: um Deus que nada tem,
um Deus que é Deus porque nada tem. Compreendamos isso: na ordem do espírito,
na ordem suprema, a possessão é impossível e a grandeza consiste inteiramente
no dom de si mesmo. Devemos, portanto, reformar completamente nossas ideias
sobre Deus. Deus não é um proprietário, Deus não é um senhor, Deus não é um
faraó, Deus não é um déspota, Deus não tira seus filhos da história, de uma
história na qual seríamos fantoches. Deus é Amor, nada mais do que o Amor.
(Maurice Zundel, 1897-1975, Suíça)
CONTEMPLAR
Os Três Dançarinos, 2015, coreografia de Didy Veldmann
(1967-), Rambert Dance Company, foto de Stephen Wright (1960-), Wallingford, Inglaterra.
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