quinta-feira, 3 de maio de 2018

O Caminho da Beleza 24 - VI Domingo da Páscoa


A palavra de Deus é viva e eficaz e mais cortante que espada de dois gumes (Hb 4, 12).




VI Domingo da Páscoa             06.05.2018
At 10, 25-26.34-35.44-48         1 Jo 4, 7-10             Jo 15, 9-17


ESCUTAR

“Deus não faz distinção entre as pessoas” (At 10, 34).

Todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece Deus (1 Jo 4, 7).

“Amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei” (Jo 15, 12).


MEDITAR

Não temos um só Pai? Não nos criou um mesmo Deus? Por que trabalhamos tão perfidamente uns contra os outros?

(Malaquias 2, 10, profeta do século V a. C.)


ORAR

            Nós nos dizemos “católicos” ou “cristãos”. Cristãos quer dizer que nós aderimos ao Cristo, a Jesus. Nós nos esforçamos em nos conformar à sua mensagem de amor, como nossos irmãos protestantes, anglicanos ou ortodoxos. Católico quer dizer universal, porque a mensagem de Jesus Cristo não concerne simplesmente a uma seita, mas a todos os povos, todas as nações, todas as raças do mundo. A primeira leitura de hoje nos mostra que os apóstolos não compreendiam isso de início. Muito de bom grado, São Pedro contentar-se-ia em anunciar apenas aos judeus a mensagem do Cristo. Foi necessário que as circunstâncias e o Espírito Santo o fizessem se abrir ao mundo pagão. No relato, o centurião Cornélio simboliza o mundo romano daquela época. Pedro fica todo surpreso ao descobrir que a mensagem de Jesus concerne tanto ao mundo pagão como ao mundo judeu. E mais tarde, São Paulo se vangloriará de anunciar o Evangelho ao mundo grego, em Antioquia, Éfeso, Atenas, Corinto, etc... Pouco a pouco a mensagem do Cristo vai se tornar verdadeiramente universal... Sim, o mundo se torna cada vez mais uma grande aldeia onde aprendemos a viver juntos e a nos compreender e estimar como raças diferentes. Mas isso não se faz facilmente: é preciso boa vontade e um mínimo de inteligência para evitar os confrontos e nos abrir aos outros. Nós cristãos, devemos favorecer essa abertura aos que são diferentes de nós pela língua ou pela raça. São João e o evangelho nos lembram hoje: “Amemo-nos uns aos outros... Todos vocês são irmãos... tenham um olhar de amizade, de benevolência e de consideração para com os outros...” Nós não somos uma seita. O próprio de uma seita é a de estar fechada aos que não são como ela. O grande desígnio de Deus sobre o mundo é que todos os homens terminem por formar juntos uma imensa família em que todos desejarão ser irmãos uns dos outros, quaisquer que sejam sua cultura ou sua religião. Não é um meio de nos enriquecer mutuamente o de descobrir os valores dos outros e de lhes fazer descobrir os nossos próprios valores? Pois cada um deve guardar sua identidade própria: não deve ser uma fusão, mas uma comunhão em meio à diversidade de todos. Por bem ou por mal, chegaremos a isso; esse é o sentido de nossa fé. Deus sofre quando vê suas crianças se confrontarem. Seu grande desejo é de nos ver nos acolhendo e nos confraternizando juntos. “Isso é o que vos ordeno, amai-vos uns aos outros”.

(Bernard Prévost, 1913-?, França)


CONTEMPLAR

Um peregrino segura uma folha para receber o darsham matinal (a oferenda de comida), no Templo de Ouro dos Sikhs, Amritsar, Índia, foto de Abbas Attar (1944-2018), Magnum Photos, Irã.




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